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Notícias de Bonito MS

A 4ª Companhia de Engenharia de Combate e o Centro de Orientação e Desportos de Aventura de Campo Grande (CODAC) realizarão, no dia 15 de junho, na sede da Estância Mimosa, em Bonito-MS, a Prova de Rogaine 3 horas. Podem participar da disputa duplas de familiares e amigos que praticam o esporte Orientação nas Organizações Militares do Comando Militar do Oeste e Clubes de Orientação do Estado do Mato Grosso do Sul.

A atividade fará parte das comemorações da Semana Mundial do Meio Ambiente e vai marcar o lançamento da modalidade no Estado. As inscrições podem ser feitas até o dia 12 de junho, às 12h, por meio dos telefones (67) 3351-1166 (Pabx) e 3251-1411 (Fax), diretamente no Quartel da 4ª Companhia de Engenharia de Combate, em Jardim-MS ou pelo site do CODAC: www.codac.org.br.

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, defende que produtores agrícolas responsáveis por desmatamentos ilegais no Pantanal e no Cerrado sofram restrição de crédito, assim como irá ocorrer em municípios do bioma amazônico, conforme resolução que entra em vigor em 1° de julho.

Minc pretende negociar com o CMN (Conselho Monetário Nacional) a extensão da medida, que por enquanto só envolve a Amazônia.

Caso isso ocorra, Mato Grosso do Sul será um dos principais estados atingidos pela determinação, já que é formado pelos biomas Cerrado e Pantanal.

Dessa forma, os produtores sul-mato-grossenses seriam impedidos de sacar qualquer crédito para financiamento agrícola, quando desmatasse sem autorização.

"Não é admissível que quem desmatou o Cerrado, a Mata Atlântica e o Pantanal receba crédito fácil do governo. Brevemente vou propôr ao CMN resoluções equivalentes para os outros biomas. A Amazônia foi o primeiro por razões práticas", justificou o ministro em entrevista a Agência Brasil.

Ele também informou que a partir de 15de junho, os fiscais do Ibama vão exigir de siderúrgicas, madeireiras e frigoríficos, informações sobre os fornecedores de madeira para coibir e punir a exploração ilegal da mata nativa.

Com um efetivo de 380 homens distribuídos em 22 sub-unidades, a Polícia Militar Ambiental (PMA) é responsável pela fiscalização ambiental ao longo do território de quase 358 mil quilômetros quadrados de Mato Grosso do Sul. A prioridade é a fiscalização preventiva desenvolvida nos rios e em propriedades rurais, áreas de proteção ambiental e unidades de conservação.

A meta da PMA é evitar a degradação ambiental, com o intuito de conservar os recursos naturais sul-mato-grossenses. Porém, devido à extensão territorial do estado, nem sempre isso é possível. Nestes casos, a PMA tem a competência de reprimir aqueles que infringem a legislação ambiental.

Através de convênios administrativos com órgãos ambientais federais como

o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e estaduais como a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (Semac) e do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), a PMA tem registrado uma média de 1.800 autos de infração por ano.

Crimes ambientais

Entre essas infrações, são comuns as apreensões de peixes capturados com petrechos proibidos, uma vez que a pesca no Estado é responsável pela vinda de grande número de turistas de outros estados. O capitão Ednilson Queiroz, chefe de comunicação da corporação, ressalta que todo pescado apreendido nessas condições é doado para instituições de caridade.

A PMA utiliza-se de vários recursos para superar as dificuldades de logística e material em suas ações de fiscalização. Durante a piracema, por exemplo, época de reprodução dos peixes em que a pesca amadora é proibida, são montados postos nas principais cachoeiras e corredeiras dos rios do estado.

Através de monitoramento dos cardumes, equipes da PMA evitam gastos com combustíveis, coibindo desta forma a pesca predatória, na qual são utilizados petrechos proibidos como redes e tarrafas.

No pantanal, os policiais utilizam a "embarcação ambiental", que comporta 18 pessoas, servindo de base para três equipes que utilizam barcos menores, adaptados a cada área a ser fiscalizada. Esses barcos, quando não estão em operação, são rebocados pela embarcação, economizando combustível e mantendo os policiais descansados nos alojamentos da embarcação.

Mas os crimes ambientais não se limitam somente à pesca. Muitas infrações constatadas pelos policiais ambientais são relativas a desmatamento, caça e queimadas em áreas rurais, que acabam causando o desaparecimento da biodiversidade de determinadas regiões, sendo relatados muitos casos de atropelamento de animais silvestres nas rodovias.

Animais capturados em cativeiros ou com mutilações são encaminhados ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, Cras, em Campo Grande. Os animais encontrados mortos nas rodovias são levados ao setor de taxidermia da PMA, de forma a serem utilizados posteriormente pelo Núcleo de Educação Ambiental.

Educação Ambiental

Engana-se quem pensa que a repressão é a estratégia da PMA: "Nossa grande arma pra minimizar os crimes e infrações ambientais é a educação", conta o capitão Queiroz. O Núcleo de Educação Ambiental realiza palestras em escolas públicas e privadas, exposições de animais empalhados e várias outras atividades de cunho informativo.

Somente na primeira semana de junho deste ano, aproximadamente 16 mil pessoas foram atendidas pela PMA em todo o Estado, durante as comemorações da Semana do Meio Ambiente.

Crianças e adultos participaram de palestras sobre o combate ao tráfico de animais silvestres, reciclagem de papel, desmatamento, erosão, poluição e assoreamento. Elas também plantaram mudas de árvores nativas; assistiram a peças de teatro e vídeos sobre questões ambientais; visitaram mini-museus itinerantes com animais empalhados e exposições de serpentários; praticaram caminhadas ecológicas; conheceram material de caça e pesca apreendidos; distribuíram panfletos e coletaram lixo nas margens dos rios.

Os policiais realizaram também palestras em emissoras de rádio do interior, difundindo as ações da PMA e conscientizando a população: "Educação ambiental é prioridade e os crimes ambientais muitas vezes são irreversíveis. Realizando este trabalho educacional com crianças e jovens de forma intensa, certamente vamos diminuir as infrações ambientais do futuro", afirma o policial.

Histórico

Até o ano de 1987, a Polícia Militar (PM) limitava-se a prestar apoio ao Instituto de Controle Ambiental, órgão responsável pela fiscalização ambiental no estado naquela época, contribuindo com pessoal, armamento e equipamentos. Com a extinção do órgão naquele ano, a PM passou a desenvolver todas as atividades de fiscalização tanto em ambiente urbano quanto no rural.

Logo após, foi ativada a Companhia Independente de Polícia Militar Florestal, com sede em Corumbá e efetivo de 80 homens. Naquela época, o policiamento e a fiscalização destinavam-se a coibir de forma repressiva a caça de jacarés, crime ambiental muito praticado no pantanal na década de 1980. Já no ano 2000, a unidade teve o nome alterado para Companhia Independente de Polícia Militar Ambiental, título considerado mais condizente com a fiscalização exercida ao longo dos anos.

Denúncias

A Polícia Militar Ambiental disponibiliza um telefone para receber denúncias de crimes ambientais: (67) 3314-4920. "As denúncias são responsáveis por grande parte das apreensões da PMA. É importante unir as ações de fiscalização nos rios com a colaboração da população através de denúncias de agressão ao meio ambiente" afirma o tenente Darci Caetano dos Santos.

Ao longo dos anos, Mato Grosso do Sul vem recebendo turistas brasileiros e estrangeiros que se encantam com as belezas naturais e potencialidades econômicas do Estado.

Para diretora-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, Nilde Brum (foto), Mato Grosso do Sul é basicamente meio ambiente. Ela afirma que quase todos os produtos turísticos do Estado são relativos ao meio ambiente, seja o turismo de lazer, gastronômico, de aventura ou ecológico - exceto o turismo de negócios. Mesmo assim, quem vem a negócios, arranja um tempo para conhecer Bonito e Pantanal."

De acordo com ela, o meio ambiente é protagonista do turismo no Estado: "Tanto o cidadão sul-mato-grossense, quanto aquele que visita nosso Estado, deve ter o devido cuidado e respeito ao meio ambiente. Caso contrário, num futuro próximo, não teremos mais turismo a oferecer, por isso a importância da conscientização".

Com relação à entrada e saída de turistas estrangeiros, passaram pelo controle de imigração na Capital, Corumbá e Ponta Porã, 75.704 turistas em 2007- um aumento de 14,17% (dados da PF/MS) em relação à 2006, número que tende a ser maior, pois existem os que entram em Mato Grosso do Sul utilizando outros portões aéreos e rodoviários do País.

"Esse aumento de fluxo de estrangeiros é conseqüência do investimento que o governo do Estado está fazendo para promover Mato Grosso do Sul em outros países com feiras, road shows, seminários, fam turs, press trips e material publicitário de qualidade. A participação dos empresários nesses eventos também é de suma importância, pois isso facilita o processo de comercialização", finaliza Nilde.

No mês passado, uma equipe da Fundtur e de entidades do trade turístico estiveram na Europa divulgando os produtos turísticos de Mato Grosso do Sul às operadoras de turismo local.

Para Beth Coelho, representante da Associação dos Proprietários de Atrativos Turísticos de Bonito e Região (Atratur), a viagem foi muito válida. "Fizemos um belo trabalho de divulgação lá fora. Passamos por Alemanha, Portugal Espanha e Itália. Em seguida participamos do Avistar Brasil, evento que reúne milhares de observadores de pássaros em São Paulo, segmento que está incrementando o ecoturismo, com cerca de 40 milhões de adeptos no mundo, e finalizando, participamos de um evento em Brasília, com shows de Almir Sater, Gabriel Sater e Tetê Espíndola, estrelas da música sul-mato-grossense. Ou seja, em um curto período de tempo, o governo estadual fortaleceu sua imagem e seu potencial turístico. É uma iniciativa louvável."

Pesquisas científicas

Projetos de conservação da biodiversidade também são chamarizes para turistas estrangeiros. No ano passado, várias veículos de comunicação nacionais e internacionais passaram pelo Estado produzindo reportagens sobre a biodiversidade do Pantanal sul-mato-grossense, como Animal Planet e The New York Times, além de Globo, Record e SBT.

As equipes internacionais visitaram a Fazenda San Francisco, em Miranda, onde é desenvolvido um projeto de conservação de onças-pintadas em uma fazenda agropecuária. Trata-se do projeto Gadonça, iniciado em 2003 através de uma parceria entre a organização não-governamental Pró-Carnívoros e a Fazenda San Francisco, que visa avaliar os impactos decorrentes da predação do gado pela onça pintada.

O projeto envolve ainda a conscientização de produtores rurais no âmbito conservacionista e realizando palestras para turistas explicando a importância da preservação da vida selvagem no pantanal. Iniciativas como esta, de aliar pesquisa científica ao ecoturismo, agregam valor ao turismo sustentável e vem se despontando no cenário regional.

Em Mato Grosso do Sul, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (Semac), através da Superintendência de Ciência e Tecnologia (Sucitec), e a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect) realizam um trabalho de fomento às pesquisas científicas.

Um acidente ocorrido na noite de terça-feira em Guia Lopes da Laguna, a 221 quilômetros de Campo Grande, deixou três vereadores de Bonito feridos e ainda gerou polêmica sobre qual polícia deveria atender.

O Gol conduzido pelo vereador Amir Peres Trindade o João Ligeiro (PDT) colidiu em um boi que invadiu a rodovia. João Ligeiro, Maria do Carmo Souza Drumond (PT) e Reginaldo dos Reis Nunes Rocha, o Nandinho dos Correios (PT), tiveram escoriações leves.

Um adolescente de 15 anos que também estava no carro, também teve escoriações. Já o Gol, de propriedade de Maria do Carmo, ficou bastante danificado. O boi também teve ferimentos e perdeu um dos chifres, que ficou no banco do carona.

A "novela" do atendimento começou com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), que em greve, se recusou a atender o acidente, alegando que não era de competência deles. A PRE (Polícia Rodoviária Estadual) também deu a mesma resposta. Após 40 minutos e muitas ligações, a PM (Polícia Militar) de Guia Lopes foi para o local.

O boi, que havia ficado sobre o asfalto em frente ao carro, levantou pouco antes dos policiais chegarem. Ele pertence à prefeitura de Guia Lopes e segundo motoristas que passam pelo local, está sempre solto na rodovia.

Os vereadores retornavam de Campo Grande, onde haviam participado de uma solenidade na Assembléia Legislativa.

Criado em 1.988 pelo governo estadual, vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, das Ciências e Tecnologia (Semac) e pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), o Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) realiza a recepção, triagem e destinação de animais silvestres apreendidos durante operações de fiscalização efetuadas pela PMA, Ibama e Corpo de Bombeiros.

Atualmente o centro é visto como referência positiva na preservação de espécies da fauna brasileira que se encontram sob risco de extinção. Desde sua criação, já recebeu mais de 22 mil animais oriundos do tráfico, de doações da população, de casos de atropelamentos e acidentes nas estradas.

Desse total, 68% são aves, 20% mamíferos e 12% répteis. As espécies que mais aparecem por lá são: o papagaio-verdadeiro, curió, canário-da-terra, tucano, arara-canindé, pássaro-preto, macaco-prego, gambá-de-orelha-branca, quati, sagüi-de-tufo-preto, veado-catingueiro, jabuti, jibóia, cágado, caiçaca, sucuri e falsa-coral.

O biólogo Vinicius Andrade Lopes, fiscal ambiental e coordenador do Cras, explica que muitas pessoas ganham esses animais de amigos ou parentes e não sabem como tratá-los. "Elas então percebem que um animal silvestre não é um animal de estimação e decidem entrar em contato conosco, solicitando nossa ajuda. Há também inúmeros casos de aparições em residências, devido ao desmatamento", conta.

O coordenador alerta que a compra de animais silvestres sem nota fiscal, autorização e garantia de procedência é crime ambiental. "A pessoa é multada em R$ 500 e se o animal estiver em risco de extinção, são mais R$ 2.000. O infrator pode pegar de um a quatro anos de prisão ou pena alternativa. Mas não é só por causa disso; um animal silvestre pode transmitir doenças. Então quem quiser ter um animal diferente em casa, procure criadouros autorizados pelo Ibama e o adquira de forma legalizada", aconselha.

O Cras está localizado no Parque Estadual do Prosa e conta com 24 recintos para aves, mamíferos e répteis; cozinha acoplada a um biotério; área para filhotes e animais em observação; recinto pra treinamento de vôo de aves; cercado e piquetes para mamíferos de médio porte e sede administrativa. Conta também com uma equipe composta por três médicos veterinários, três biólogos, um zootecnista, além de sete pessoas de apoio e limpeza.

Pesquisa e cuidados especiais

Durante a recepção, os especialistas buscam coletar o maior número de informações que possam determinar, posteriormente, o destino do animal: espécie, origem, tempo de cativeiro, alimentação, contato com outros animais silvestres ou domésticos, estado de saúde, histórico, idade, sexo e marcação. O indivíduo recebe um número de cadastro e suas informações são armazenadas num banco de dados específico, em funcionamento desde 1994.

No ato da entrega, é preenchido um termo de depósito e guarda de animal doado ou apreendido, oficializando a entrada do animal no centro. Após um exame clínico, o animal é encaminhado à quarentena ou ao centro de atendimento veterinário para cuidados especiais. Em seguida, o animal é alojado em recintos compatíveis com as características biológicas.

Durante a permanência no Cras, os animais são acompanhados individualmente quanto aos aspectos sanitários, nutricionais e comportamentais. Cada indivíduo é analisado isoladamente, já que diferenças de origem, tempo de cativeiro, estado de mansidão, estado físico e idade são fatores que podem gerar problemas. Há casos de filhotes que necessitam de cuidados especiais, incluindo alimentação, temperatura e umidade controlada.

Os primatas, por exemplo, são alojados em recintos coletivos, onde são observadas a estrutura do grupo, formação de hierarquia e dominâncias temporárias. Neste período, são alimentados com base em dieta específica, de acordo com os hábitos alimentares, incluindo o fornecimento de presas vivas aos carnívoros, proporcionando o exercício da caça instintiva.

Cardápio saudável

No cardápio dos animais, frutas frescas, ração, sementes, legumes, verduras e carne. "O mais pesado do nosso orçamento é a carne. São 300 a 400 quilos de carne por mês, dependendo da situação. Atualmente estamos com sete onças pardas aqui e elas dão conta dessa quase meia tonelada de carne", brinca Vinicius.

Os alimentos são preparados cuidadosamente e servidos diariamente, toda manhã e fim de tarde. São fornecidos também pequenos animais, como camundongos vivos, que são servidos às onças, serpentes, lobinhos e macacos, que complementam a nutrição e ajudam no treinamento à caça dos animais em reabilitação.

Soltura

A maioria dos animais que chegam ao Cras não ficam lá para sempre. A prioridade é a devolução para a natureza. Em alguns casos são enviados a zoológicos e criadores de outros estados. Apesar de muitos pesquisadores serem contrários à soltura dos animais, a legislação brasileira diz que a prioridade é o retorno dos animais à natureza. "As solturas são feitas com o maior rigor técnico e estamos provando, através de intensas pesquisas, que a soltura dá certo", explica o coordenador do centro. As solturas se dão em fazendas no pantanal ou em áreas de proteção ambiental. São 150 pontos cadastrados, sendo que 20 desses lugares são efetivamente destinados a alguns animais.

As destinações seguem princípios básicos pré-estabelecidos com os consultores de manejo e gerenciamento de vida selvagem: espécies raras devem atender a projetos de conservação, realizados por instituições ou pesquisadores idôneos, previamente identificados e devidamente autorizados pelo Ibama e os comitês das espécies; espécimes comuns, recém capturadas na natureza, são preferencialmente soltas em habitat natural após pequeno período de tempo no Cras; já os animais comuns oriundos de cativeiros são encaminhados a instituições ou utilizados em casos de repovoamentos, de acordo com as condições do animal. Exemplo disso é um grupo de 15 macacos-prego que passaram por um minucioso estudo comportamental e serão soltos no Pantanal.

Desde 1992, muitas solturas são realizadas em hotéis-fazenda no Pantanal, onde o repovoamento revela grande sucesso na sobrevivência dos indivíduos. Essas empresas atendem todas as normas e exigências pré-estabelecidas pelo Cras, de olho no exigente público, em boa parte turistas estrangeiros ávidos pela fauna pantaneira.

Após a liberação dos animais na natureza, eles são monitorados diariamente ao longo de cinco dias. Em seguida, técnicos ambientais fazem visitas mensais às fazendas, realizando um monitoramento periódico e colhendo informações.

Educação ambiental

Como a maior parte dos animais que chegam ao centro são vitimas do tráfico e da criação em cativeiros clandestinos, o Cras realiza um programa de visitação aberta ao público, principalmente estudantes, visando a conscientização da população em relação aos crimes ambientais e educação ambiental. As visitas são monitoradas por guias treinados, que expõem aos visitantes as conseqüências negativas do tráfico e dos cativeiros clandestinos, além do trabalho de reabilitação realizado.

Em abril de 2007, um grupo de estudantes secundaristas norte-americanos visitou o Cras. Os estudantes, com idade média de 16 anos, se mostraram encantados com a biodiversidade de Mato Grosso do Sul. "Fiquei mais impressionada com os macacos. Eles parecem tanto com os seres humanos. Nos Estados Unidos só costumamos ver esses animais em zoológicos, mas não se compara ao trabalho de reabilitação desenvolvido aqui", disse a estudante Kelly Parker.

O professor da disciplina de Ciências e Meio Ambiente da Hudson High School, Peter Vacchina, explica que esta é a segunda vez que ele traz um grupo de estudantes ao Cras: "Nossa vinda a Mato Grosso do Sul tem objetivo científico, já que os alunos não devem ficar aprendendo somente com os livros. As aulas práticas são fundamentais para que eles conheçam a realidade do meio ambiente no mundo, pois a preservação do planeta estará nas mãos desta geração em poucos anos", relata o professor.

Visite o CRAS

As visitações são realizadas às terças-feiras, quintas-feiras e sábados, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas, por grupos de até 15 pessoas. Os visitantes são acompanhados por um guia capacitado, que fala sobre noções de educação ambiental, as conseqüências negativas do tráfico de animais silvestres, assim como o trabalho desenvolvido no Cras.

É necessário agendar o passeio com antecedência pelo telefone (67) 3326-1370. Recomenda-se o uso de calças compridas e tênis fechado. É cobrada uma taxa de R$ 8,00 por pessoa, sendo que estudantes pagam metade do preço. O valor é revertido para a preservação e manutenção da área, de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), já que o centro encontra-se dentro do Parque Estadual do Prosa. Escolas públicas são isentas da taxa.

O turismo voltado para a ciência, atividade em ascensão no país, ganha agora o primeiro site dedicado exclusivamente ao tema na internet brasileira. O blog "Turismo Científico", criado e mantido pelo biólogo, fotógrafo e guia naturalista Daniel De Granville Manço, está no ar desde o dia 3 de junho.

Como projeto de conclusão do curso de Especialização em Jornalismo Científico, oferecido pelo Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Universidade Estadual de Campinas - SP (Labjor - Unicamp), Daniel desenvolveu o site de forma voluntária. Todas as informações foram obtidas e compiladas sem qualquer espécie de patrocínio ou contrapartida por parte das instituições mencionadas, garantindo assim a isenção e lisura dos dados apresentados.

No blog estão disponíveis informações sobre a história do turismo científico no Brasil e no Pantanal (desde os primórdios da atividade com os viajantes-naturalistas do Século XIX), os projetos em andamento atualmente, os destinos e operadoras de turismo que oferecem tais programas, entrevistas com especialistas na área (operadores e pesquisadores e turistas), depoimentos, reportagens, links e outros assuntos.

O endereço do blog Turismo Científico é www.cienciaeturismo.blogspot.com.