Notícias de Bonito MS
A última noite do Festival de Inverno de Bonito foi inesquecível, marcada pela apresentação da dupla sertaneja Teodoro e Sampaio, que levou 16 mil pessoas à Praça da Liberdade em um show repleto de grandes sucessos. Com 43 anos de carreira e mais de 35 discos lançados, a dupla, que teve seu primeiro álbum lançado em 1981, mostrou por que continua a ser uma referência no cenário da música sertaneja.
No show em Bonito, os cantores emocionaram o público com hits que marcaram gerações, como "Mulher Chorona", "Pitoco", "Vestido de Seda", e "É Mentira Dela". Além desses, a dupla surpreendeu ao incluir em seu repertório clássicos de outros artistas, como "Anna Julia" e "Boate Azul", ampliando ainda mais a conexão com a plateia.
Teodoro, visivelmente emocionado, agradeceu a calorosa recepção do público e compartilhou que ele e seu parceiro haviam preparado um grande show para aquecer a noite. Os termômetros marcavam 12 graus no momento da apresentação. “Preparamos um grande show, com frio e tudo! Cheio de muitos sucessos, canções que a gente canta hoje e sempre". Além disso, ele ficou bastante impressionado com a plateia, que estava repleta de pessoas de todas as idades. Segundo ele, gente que aprendeu ao longo dos anos a gostar dos sucessos da dupla.
O carinho dos fãs ficou evidente nas histórias de quem estava presente. Ivanyr Medina e seu marido Manoel Medina chegaram quatro horas antes do início do show, acompanhados por netos, cunhados e sobrinhos, em um grupo de cerca de 10 pessoas. Manoel, um admirador fervoroso da dupla, compartilhou sua admiração. “Eu amo suas músicas, canto, toco no violão, no meu celular tem mais de 100 músicas deles. Tenho 62 anos e escuto desde os 22, quando eu e Ivanyr casamos. Eu sou tão fã que, mesmo com minha mãe internada, decidi vir ao show", contou.
A neta de Ivanyr e Manoel, Maria Julia, de apenas 8 anos, também estava aguardando o show na grade com os avós e se mostrou entusiasmada. “Eu queria muito vir, topei na hora e estou feliz de estar aqui.” A presença dela reforça como o amor pela música sertaneja é passado de geração em geração.
Outro momento marcante foi a presença de Silvino Ximenes, que assistia pela primeira vez a um show da dupla ao vivo. “Escuto Teodoro e Sampaio desde sempre e estou realizando um sonho hoje. Moro há 32 anos no Pantanal e sou nascido e criado em fazenda. A música sempre foi uma companheira. O que eu mais gosto deles são as modas de bailão, que eu e minha mulher gostamos muito de dançar”, relatou Silvino, acompanhado de seu neto João Pedro, de 10 anos, que complementou: “eu gosto muito de ouvir, aprendi com meu avô.”
Sucesso local
Antes de Teodoro e Sampaio subirem ao palco, a dupla campo-grandense João Haroldo e Betinho abriu a última noite de shows do Festival de Inverno de Bonito, trazendo uma mistura de nostalgia e novidades.
Reconhecidos como uma das duplas mais conhecidas de Mato Grosso do Sul, eles marcaram o final dos anos 1990 e início dos anos 2000 com sucessos como "Coração Idiota" e "Pode Voltar Paixão". Pioneiros no estilo sertanejo universitário no Brasil, eles embalaram o público com clássicos de sua carreira e reinterpretações de hits de outras duplas consagradas, como Leandro e Leonardo, Guilherme e Santiago, Chrystian e Ralf e Gian e Giovani.
Um dos momentos mais emocionantes da apresentação foi a homenagem a João Carreiro, cantor e compositor falecido no início de 2024. Além dos sucessos, a dupla apresentou uma música inédita e anunciou o lançamento do novo trabalho "De volta à Choperia", disponível em todas as plataformas digitais.
João Haroldo expressou sua satisfação com o evento, destacando a organização do Festival e o cuidado com cada detalhe. "Ficamos muito orgulhosos de fazer parte dessa grande celebração", afirmou o cantor.
Legado
A 23ª edição do Festival de Inverno de Bonito encerrou em grande estilo, com uma noite sertaneja que marcou o fim de uma celebração histórica de arte e cultura. Ao longo dos cinco dias de evento, aproximadamente 95 mil pessoas prestigiaram shows de grandes nomes como Alexandre Pires, Teodoro e Sampaio, Zé Ramalho, Sandra Sá, Olodum e o artista português Norberto Gonçalves da Cruz. Com mais de 150 atrações distribuídas em 15 horas diárias de programação, a cidade de Bonito foi tomada por uma verdadeira maratona cultural.
O Festival de Inverno de Bonito é promovido pelo Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Fundação de Cultura, e tem como objetivo principal a promoção da arte e cultura sul-mato-grossense, além de valorizar a produção cultural de todo o país, sempre alinhado com a preocupação ambiental do município. Este ano, o festival alcançou a neutralidade de carbono, graças à parceria com a startup Compensei, que compensou as emissões geradas durante os cinco dias de evento, e com a Dubem, responsável pelo recolhimento e destinação dos resíduos produzidos.
Destaque também para o "Festival Bonitinho", que em sua segunda edição trouxe diversas atividades interativas voltadas para o público infantil, consolidando o compromisso do evento com a formação cultural das novas gerações. Com entrada totalmente gratuita, o Festival de Inverno de Bonito se reafirma como um importante impulsionador do turismo e da cultura nacional, sendo um verdadeiro patrimônio cultural do Mato Grosso do Sul.
Em edição histórica, FIB reuniu 95 mil pessoas em cinco dias de shows e tornou-se carbono neutro.
O Festival de Inverno de Bonito, em sua 23ª edição, será fechado com chave de ouro neste domingo (25), com shows de duas duplas sertanejas: João Haroldo e Betinho abrem a noite no Palco Lua, seguidos por Teodoro e Sampaio.
João Haroldo, de 45 anos, nascido em Jardim, e Betinho, de 46, natural de Campo Grande, vieram de famílias humildes e, antes de se dedicarem à música, atuaram em diversas profissões. João Haroldo foi ajudante de pedreiro, mototaxista e peão de fazenda, enquanto Betinho aprendeu cedo o ofício de mecânico de automóveis. Unidos pela paixão pela música sertaneja e pelo violão, decidiram seguir a carreira artística.
O início foi difícil, com apresentações em pequenos restaurantes, churrascarias e bares, onde a dupla começou a se formar. Aos poucos, foram conquistando um público maior, o que chamou a atenção das casas noturnas da cidade. Cantando juntos desde 1997, gravaram o primeiro álbum em 2000, alcançando grande sucesso com a canção “Coração Idiota”, que vendeu mais de seis mil cópias em um dia.
Ao longo da carreira, lançaram cinco discos até 2011, quando decidiram se separar devido à falta de retorno financeiro, uma decisão difícil, mas necessária. Com três filhos, João Haroldo sentia a insegurança financeira crescente, e, após 12 anos juntos, resolveram dar uma pausa, já que, apesar dos esforços, o sucesso não acontecia.
A dupla sertaneja, que marcou o final dos anos 90 com canções inesquecíveis como “Coração Idiota” e “Pode Voltar Paixão”, retomou a carreira em 2023, cenário renovado e novos sucessos.
Teodoro e Sampaio: quatro décadas de tradição
Teodoro e Sampaio, por sua vez, encantam o Brasil há mais de quatro décadas com suas músicas marcantes e performances envolventes. Desde o início da carreira em 1980, a dupla conquistou o público com sua abordagem única do sertanejo raiz, acumulando sucessos como “Vestido de Seda”, “Paixão Proibida” e “Vou Beber De Novo”.
Um marco importante foi a gravação do DVD “40 Anos de Estrada”, um projeto que revisita seus maiores sucessos e relembra toda a sua carreira com arranjos musicais diferenciados, incluindo o uso de harpa. O DVD tornou-se um sucesso, celebrando a trajetória da dupla com um trabalho especialmente dedicado aos fãs.
Após o sucesso dos 40 anos, lançaram o EP “O Dono da Madrugada”, que trouxe hits como “Mulher 5 Estrelas” e “Pantanal”. Recentemente, lançaram o EP “Entre Desculpas e Despedidas”, composto por cinco faixas inéditas que exploram os altos e baixos dos relacionamentos amorosos, com canções que variam da devoção em “Meu Deus” à dor da separação em “O Fim de Um Amor”. Este trabalho reflete a jornada emocional da dupla e sua dedicação em criar músicas que ressoam com o público, consolidando ainda mais seu legado no cenário da música sertaneja.
A penúltima noite do Festival de Inverno de Bonito, realizada neste sábado (24), foi marcada por uma apresentação eletrizante da banda Olodum, ícone da música afro-brasileira, que subiu ao Palco Lua com uma performance inesquecível. O show foi abrilhantado pela participação especial da cantora Sandra Sá, levando uma multidão ao delírio no município sul-mato-grossense de Bonito, conhecido por suas belezas naturais e pelo forte apelo ao ecoturismo.
Uma apresentação carregada de brasilidade - A banda Olodum, mundialmente reconhecida por suas batidas percussivas e sua contribuição à música popular brasileira, ofereceu ao público uma noite repleta de sucessos. Com um repertório que incluiu clássicos como "Alegria geral", "Nossa Gente (Avisa lá)", além de homenagens a grandes nomes da MPB como Chico Buarque, Tim Maia, Djavan e Milton Nascimento, o grupo manteve a plateia animada até altas horas da madrugada.
A participação de Sandra Sá, com seu inconfundível carisma e potência vocal, elevou ainda mais o clima de celebração. Juntos, Sandra e Olodum apresentaram canções como "Demônio Colorido", em parceria com Maria Gadú, o icônico "Olhos Coloridos", e a emocionante "Sozinho", de Peninha. A sintonia entre a cantora e a banda fez com que o público vibrasse em cada momento do show.
Um sonho realizado em Bonito - Para os 16 integrantes do Olodum, a apresentação em Bonito foi mais do que um show: foi a realização de um sonho. "Era um sonho vir aqui porque eu vejo só vídeos, postagens sobre Bonito. A gente chegou aqui no frio, mas queríamos dar um mergulho naquele rio lá junto com as piraputangas que encantam o mundo inteiro", revelou Lazinho, um dos membros da banda.
Além de expressar o desejo de explorar as belezas naturais de Bonito, Lazinho destacou a importância de eventos como o Festival de Inverno para o cenário cultural brasileiro. "Acho que o Brasil está no caminho certo. Nós tocamos nos grandes festivais do mundo e no Brasil faltava ter grandes festivais. Hoje, graças a Deus, Bonito tem festival", afirmou, elogiando a organização e a oportunidade que o evento oferece para artistas e para o público.
Cultura acessível para todos - Outro integrante do Olodum, Lucas Di Fiori, reforçou a relevância da democratização do acesso à cultura proporcionada pelo festival. "A população precisa ter acesso à educação, cultura e lazer. Isso fortalece, traz receita para o Estado, e eu estava elogiando o pessoal da direção do festival. Não é só música. É música, teatro, gastronomia, então envolve realmente todo o contexto do que a cidade oferece", ressaltou.
O festival, que não se limita apenas à música, abrange também outras expressões culturais, como o teatro e a gastronomia, proporcionando uma experiência completa aos visitantes e moradores de Bonito.
A lembrança de Michael Jackson - O Olodum, que tem uma trajetória marcada por apresentações ao redor do mundo, não deixou de relembrar um dos momentos mais emblemáticos de sua história: a participação no videoclipe "They Don’t Care About Us", de Michael Jackson, gravado no Pelourinho, em Salvador, em 1996. A conexão com o Rei do Pop é um dos marcos que consolidaram a banda como um dos grandes nomes da música brasileira no cenário internacional.
As mulheres pretas que abriram a noite - Antes da apresentação principal, o público foi agraciado com as performances de Marta Cel e Negabi, duas cantoras pretas que trouxeram para o Palco Lua uma mistura de samba, MPB e influências africanas. Marta Cel emocionou com canções como "Sambalê" e "Breveia", enquanto Negabi encantou com interpretações de "Vai tristeza", "Pra que chorar", de Vinícius de Moraes, e "Água de chuva no Mar". Juntas, as duas artistas ainda cantaram "Ponto de Nanã / Sou de Nanã", de Mariene de Castro, arrancando aplausos entusiasmados do público.
Um festival que movimenta Bonito - Entre o público presente, estava Cláudia Melo, procuradora municipal de Campo Grande, que destacou a importância de eventos como o Festival de Inverno de Bonito para a valorização da música popular brasileira. "Já é a segunda vez que eu estou vindo ao festival. Eu vim há muitos anos quando foi Caetano Veloso, porque a gente vê muito sertanejo. Então no Festival de Bonito vem muito MPB, isso pra gente é muito legal!", comentou.
Cláudia ainda sugeriu a criação de novos festivais ao longo do ano, como o Festival de Primavera ou de Outono, para manter o fluxo de visitantes e a movimentação econômica na cidade. "A estrutura é muito boa aqui. Atrai o público, a música é boa. Hoje a gente foi a um restaurante e estava lotado, tinha pessoas na fila aguardando. Então, isso movimenta a cidade, traz progresso", concluiu.
Em 2022, Bonito conquistou o certificado de 1º Destino de Ecoturismo Carbono Neutro do mundo. E as ações de descarbonização do turismo local continuam. Dentro da política da transversalidade institucional, durante o Festival de Inverno de Bonito, o governador Eduardo Riedel lançou nesta sexta-feira (23) o projeto “Bonito Eco Criativa”, para incentivar práticas ainda mais responsáveis e ter a comunidade engajada com o turismo.
Com o objetivo de consolidar a cidade de Bonito como um dos principais destinos de ecoturismo do Brasil, o projeto será executado por intermédio da Fundtur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul) e terá o apoio de diversos parceiros promovendo práticas responsáveis e sustentáveis que beneficiem tanto a comunidade local quanto o meio ambiente.
A Fundtur-MS, além do papel de promover e apoiar o turismo durante o festival, se destaca nesta edição pela participação nas ações relacionadas ao clima e conservação. Em parceria com a empresa Compensei, vai atuar na medição e compensação das emissões de carbono geradas pelo público que vai passar pelo festival. Não à toa, o município de Bonito é reconhecido internacionalmente como principal destino de ecoturismo do Brasil.
O governador destacou que o objetivo é incluir a população no desenvolvimento gerado por meio do turismo. “O objetivo é fazer de Bonito um projeto piloto que congrega quatro grandes eixos econômicos para assim ter a cidade como referência, além do ecoturismo, de evolução da qualidade de vida, principalmente para os cidadãos aqui de Bonito. A gente quer ver toda a inclusão acontecer a partir do turismo. É um projeto ousado que envolve qualificação”, disse.
O diretor-presidente da Fundtur, Bruno Wendling, explicou que o “Bonito Eco Criativa” vem em um momento de aumento de turistas, de 200 mil para 300 mil/ano, em um período de cinco anos, o que gerou necessidades específicas, como a qualificação profissional e mais ainda cuidado com a questão ambiental.
Segundo ele, o projeto é “um movimento transformador e estruturante para a cidade”. “Nós estamos conseguindo materializar a transversalidade (do governo) aqui na prática. E nós não estamos começando esse movimento hoje. Ele já está acontecendo. A gente está anunciando para vocês algo que já vem acontecendo há dois anos. E agora ele toma forma, toma uma marca para a gente poder começar a ter mais forte. O que é esse trabalho de referência? A gente está com o olho no futuro, agindo no presente”, declarou.
“Esse é o objetivo do nosso movimento, que é o turismo como instrumento para reposicionar Bonito como um destino responsável, criativo e inovador. Nós chegamos num ponto de Bonito aqui da curva crescente de fluxo, mas se a gente não pensar agora os próximos 20, 30 anos e começar a agir agora com ações transformadoras, a gente não consegue manter essa vanguarda do que é o principal destino de ecoturismo do país”.
E o secretário de Estado de Turismo, Esporte e Cultura, Marcelo Miranda, destacou a alegria do lançamento ser feito no Festival de Inverno de Bonito. “Eu quero dizer da satisfação desse momento Esse lançamento aqui no Festival de Inverno de Bonito, que tem essa questão da transversalidade, e tem uma questão muito importante que o senhor fala muito de trazer o desenvolvimento para o Estado sem deixar ninguém para trás. Esse projeto é exatamente isso. E as ações que a gente tem feito na secretaria”.
Eixos principais
Alinhado com os objetivos de desenvolvimento sustentável e políticas climáticas, o foco do projeto ‘Bonito Cidade Ecocriativa’ se baseia em quatro eixos estratégicos: educação, sustentabilidade, economia criativa e inovação.
Na educação, a intenção é gerar oportunidades para os jovens acessarem novos conhecimentos, além de apoiar a qualificação permanente do trade e colaboradores. Os parceiros nessa área são o Sesi, a implementação do curso de robótica na rede municipal, e a SED (Secretaria de Estado de Educação), na implantação da Escola de Hospitalidade e Turismo de Bonito.
Na área de sustentabilidade serão promovidas novas práticas que contribuam para a redução das emissões de carbono no setor do turismo (água, energia, resíduos), em uma parceria com a Green Initiative – certificação de Bonito com Destino de Ecoturismo Carbono Neutro.
Na economia criativa, o “Bonito Eco Criativa” vai apoiar a comunidade em estratégias que incentivem uma governança comunitária efetiva, que permita acesso à cultura e ao lazer e que incentive a economia criativa associada ao turismo, tendo como parceiros a Superintendência Economia Criativa, Sebrae, Semadesc e Prefeitura de Bonito.
E no quesito inovação, o objetivo é apoiar o desenvolvimento de soluções tecnológicas e inovadoras para os desafios do destino turístico de Bonito. Os parceiros dessa área são Sesi, Ministério do Turismo e Instituto Ciudades del Futuro.
A terceira noite do Festival de Inverno de Bonito foi inesquecível. A partir das 21h30, o palco principal recebeu o lendário Zé Ramalho, que trouxe ao público um show repleto de energia e sucessos. Em seguida, foi a vez da dupla sul-mato-grossense Dovalle & Begèt De Lucena apresentar o show “Cabaret Paixão”, um verdadeiro deleite para os amantes da música brasileira.
Zé Ramalho: a lenda viva da música brasileira
Considerado um dos maiores artistas da música brasileira, Zé Ramalho levou ao palco de Bonito um show repleto de sucessos que marcaram gerações. Com sua voz marcante e uma mistura inconfundível de rock e forró, o cantor emocionou o público com clássicos como “Admirável Gado Novo”, “Chão de Estrelas” e “Avôhai”.
Dovalle & Begèt De Lucena: paixão em forma de música
A dupla sul-mato-grossense Dovalle & Begèt De Lucena encantou o público com o show “Cabaret Paixão”. A apresentação, que mescla canções autorais e clássicos da música brasileira, é uma verdadeira viagem pelos ritmos e melodias que marcaram a história da música brasileira. Com uma performance intensa e sensual, os artistas convidaram o público a uma imersão no universo romântico dos becos, avenidas e corações apaixonados.
A programação da terceira noite do Festival de Inverno de Bonito agradou a todos os públicos. Enquanto Zé Ramalho trouxe a experiência de um dos maiores nomes da música brasileira, Dovalle & Begèt De Lucena apresentaram um show inovador e cheio de paixão.
O Festival de Inverno de Bonito é um evento que reúne música, cultura e natureza. Além dos shows, o público pode aproveitar diversas outras atividades, como workshops, exposições de arte e gastronomia local. A cidade, conhecida por suas belezas naturais, se transforma em um verdadeiro polo cultural durante o evento.
A primeira noite do Festival de Inverno de Bonito foi marcada por um espetáculo que desafiou as leis da gravidade e prendeu a atenção do público. A Cia Base, de São Paulo, reconhecida por suas performances aéreas em prédios, balões e guindastes, fez sua estreia na cidade com uma apresentação emocionante de ballet aéreo na Praça da Liberdade. Com mais de 2.000 apresentações em 13 estados brasileiros desde sua fundação em 2006, a companhia trouxe para Bonito uma proposta inovadora que une acrobacias verticais e ballet clássico, criando uma experiência visual e sensorial única.
A Cia Base foi fundada em 2006 após o diretor Cristiano Cimino testemunhar uma performance na lateral de um pequeno edifício em Paris. Inspirado por essa experiência, ele decidiu explorar o potencial da dança vertical no Brasil, o que levou a companhia a se apresentar em icônicos prédios pelo país. “A companhia tem 18 anos e nós fazemos diversos espetáculos verticais em prédios, balões e guindastes. Aqui para o Festival de Inverno de Bonito, pelo espaço que a gente tinha, trouxemos um caminhão munck, que é uma forma de sempre reinventar as estruturas da cidade. Não só reinventar uma forma de dançar em um prédio, mas transformar um caminhão de construção em uma obra de arte, integrando-o à bailarina,” explicou Cimino.
A apresentação foi especialmente adaptada para o ambiente ao ar livre, utilizando um caminhão guindaste como suporte para as bailarinas flutuarem no ar, acima das árvores da praça. Essa inovação, além de mostrar a versatilidade da companhia, também criou uma conexão única com o público e a paisagem natural da cidade. “Bonito era um dos nossos sonhos. Já participamos de quase 30 festivais em todo o Brasil, mas faltava vir aqui. Só fazemos apresentações nas alturas, e participar deste festival é muito especial,” acrescentou Cimino.
Débora Goldzveig, bailarina da Cia Base, ressaltou o impacto transformador da dança vertical tanto para os artistas quanto para o público. “A dança vertical te coloca num lugar que faz você se transformar e transformar quem está em volta. Transforma a cidade, o meio, traz novas possibilidades, porque a gente não está acostumado a olhar para cima, então você enxerga outras perspectivas.” Ela explicou que a técnica exige um preparo intenso e contínuo, com ensaios semanais em prédios para que o corpo se adapte à gravidade diferente. “É preciso muita força, especialmente de sustentação e muito estudo de figuras. O processo é desafiador para que o resultado pareça leve.”
Mônica Lisboa Diniz, outra bailarina da Cia Base, enfatizou a sinergia entre a dança e a natureza de Bonito. “A intenção é interagir com o material, com o vento, com a altitude. Essa sinergia com o ambiente é muito especial.” Ela também destacou a emoção de se apresentar em um lugar tão inspirador. “Quando fazemos o número em que não preciso me segurar, é pura curtição do espaço ao ar livre, de estar bem no céu. Eu adoro!”
A magia do ballet aéreo também encantou as jovens bailarinas do Balé Municipal de Bonito, que assistiram à apresentação com fascínio. Vitória Rocha, de 9 anos, expressou sua admiração, em uma mistura de emoções. “Fiquei encantada, mas com medo.” Ana Clara Felizardo, de 12 anos, admirou a coragem das bailarinas, reconhecendo o intenso treinamento necessário. “Não teria coragem, mas acho lindo quem faz. Sei que precisa de muito treinamento e técnica.” Já Sophie Furtado, de 10 anos, mostrou-se mais aventureira. “Faria porque parece legal e pela sensação de liberdade, de buscar algo que você sempre quis.”
A Cia Base continuará suas apresentações no Festival de Inverno de Bonito até o final da semana, oferecendo ao público a oportunidade de experimentar a arte em sua forma mais elevada, literalmente.
O Festival de Inverno de Bonito continua com sua programação ao longo dos próximos dias, promovendo uma série de atividades culturais que visam fortalecer a conexão entre a arte e a comunidade local, garantindo o acesso democrático à cultura em diferentes espaços da cidade.
Durante cerca de três horas os bonitenses - e demais presentes durante a 23ª edição do Festival de Inverno de Bonito (FIB) - puderam vivencer essa tal liberdade da turnê 'O Baile do Nêgo Véio 2', do cantor Alexandre Pires, que tocou no palco Lua na noite de ontem (21).
Evento que conta com mais de 150 atrações previstas até o próximo domingo (25), o FIB 2024 traz como atração nacional, além de Alexandre, os seguintes nomes:
22/08 Norberto Cruz
23/08 Zé Ramalho
24/08 Sandra de Sá e Olodum
25/08 Teodoro e Sampaio
Nessa tal liberdade em terras sul-mato-grossenses, Pires fez o público passear por sua discografia - com clássicos como "Depois do Prazer" e "Mineirinho" -, transitando por diversos gêneros como forró; axé e sertanejo.
"É uma honra voltar aqui e tocar neste festival. Mato Grosso do Sul faz parte da minha trajetória nesses quase 34 anos de carreira como músico, então estou muito feliz de estar aqui com o ‘Baile do Nêgo Véio’.
Esse show tem percorrido o Brasil desde 2018, e agora estamos com a segunda edição... O baile é isso: uma celebração da alegria e da música dos anos 90.
Canto o meu repertório, mas também trago canções de outros grupos e gêneros musicais. Quero agradecer à população de Bonito por essa oportunidade de fazer uma grande festa aqui”, disse.
Com turnê na estrada, o cantor destacou que não conseguiu parar para curtir a cidade dessa vez, porém, apesar da correria, já tinha Bonito como destino plano de viagem em família com esposa e filhos.
"Espero, em breve, poder voltar com a minha família para curtir essa beleza natural maravilhosa de Bonito e região. Bonito, um beijo para vocês, tudo de bom e felicidades para todos!", completou Pires.
FIB 2024
Trazendo o lema "Da Terra Viva, Nossa Arte Vibra" em 2024, o FIB acontece por quatro dias em Bonito e oferta para quem passa pelo município uma programação para agradar todos os gostos, como música, dança, teatro, circo, cinema, literatura, gastronomia, artesanato, moda e economia criativa.
Importante lembrar que cada programação acontece em uma área distinta, com o FIB 2024 tendo três pontos de ação principal: o "Festival Bonitinho" e os palcos "Lua" e "Da Praça".