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Inspira Ecoturismo 2024: Nomes de peso como Joseph Pine e Daniela Filomeno marcam presença em Bonito
Entre os dias 10 e 14 de setembro de 2024, Bonito (MS) receberá o Inspira Ecoturismo, com a presença de profissionais renomados como o autor norte-americano B. Joseph Pine II, a jornalista Daniela Filomeno e a especialista em futurismo e inovação Daniela Klaiman. A 3ª edição do evento, promovido pelo Polo Sebrae de Ecoturismo, do Sebrae/MS, ocorre no Centro de Convenções do município e oferecerá uma programação repleta de palestras, painéis, salas temáticas e visitas técnicas para exploração dos destinos.
O destaque será a palestra de B. Joseph Pine II, durante a abertura oficial do evento, no dia 10 de setembro, às 19h30. Conhecido por seu renomado livro “The Experience Economy”, Pine abordará sua nova visão sobre a Economia Transformacional. Com uma carreira de destaque que inclui discursos no Fórum Econômico Mundial, TED e Consumer Electronics Show, Pine é uma referência global em inovação e gestão de experiências.
Para fomentar novas possibilidades, o “Momento Inspira” trará discussões vitais para o setor de turismo. No dia 11 de setembro, a jornalista e publicitária Daniela Filomeno, apresentadora da CNN Brasil e especialista em comunicação e turismo, apresentará o painel “Potencial do Turismo de Natureza no Brasil” das 11h15 às 12h15. Na mesma data, Daniela Klaiman, uma autoridade em futurismo e inovação no Brasil e América Latina., explorará o tema “O Futuro do Turismo” das 11h10 às 11h50.
Além das palestras, o evento contará com um painel especial no dia 12 de setembro, às 15h40, intitulado “Viajantes Conectados com a Natureza”. A agenda reunirá influenciadores digitais como o casal Thiago e Michelle Damo, fundadores da comunidade Moto Viajeiros. Apaixonados por viagens de moto, eles já percorreram o Brasil e a América e se preparam para uma volta ao mundo. Também participará Fernando Barros da Cria Outdoor, um especialista em montanhismo com crianças e fundador da primeira agência de turismo voltada para esse nicho.
Com um histórico de sucesso, a edição anterior do Inspira Ecoturismo contou com mais de 1.700 participantes e gerou uma receita estimada em R$ 2 milhões para o destino. A expectativa para 2024 é que o evento continue a promover a troca de conhecimentos e a implementação de práticas inovadoras e sustentáveis no ecoturismo, consolidando ainda mais Bonito/MS como um polo de turismo sustentável. Para participar, os interessados devem se inscrever em: inspira.ms.sebrae.com.br.
Após ser resgatado em Jardim, um filhote de tamanduá, com aproximadamente quatro a cinco meses de vida, está em recuperação no Recinto de Amparo e Reabilitação de Animais Silvestres (Raras), em Bonito. O animal, encontrado no último domingo (1), já demonstra sinais de melhora após enfrentar uma intensa desidratação e dificuldades de adaptação longe da mãe.
O filhote foi resgatado pela investigadora Daniele Gutterres, da 1ª Delegacia de Polícia de Jardim, que o encontrou em frente ao local de trabalho. "O filhote ainda não comia, estava muito assustado e ficou em posição de ataque. Foi tranquilo pegá-lo e deixar com a Polícia Militar Ambiental (PMA) de Jardim", contou Daniele. A PMA então encaminhou o animal para o Raras, onde está sendo tratado.
No recinto, o tamanduá recebe uma alimentação especial que inclui creme de leite, gema de ovo, vitaminas e cupim – este último, um dos alimentos principais da espécie. Marcelo Matias, veterinário responsável pelo Raras, explicou que o filhote ainda luta para se alimentar sem a presença materna, mas está apresentando sinais de adaptação. "Na natureza, eles estão sempre agarrados ao corpo da mãe, por isso colocamos bichinhos de pelúcia para que eles se sintam mais confortáveis e seguros", explicou.
Outro tamanduá, resgatado há cerca de 15 dias, já se adaptou ao ambiente e possui seu próprio cupinzeiro no local. Ambos os filhotes terão que passar por um período de reabilitação, com monitoramento e cuidados, antes de serem liberados para retornar à natureza.
Desafios na reabilitação - Matias explicou que, sem a mãe, os filhotes não aprendem habilidades essenciais para a sobrevivência na natureza, como encontrar água, alimentos e abrigos seguros. Por isso, a reabilitação em santuários é um passo fundamental para preparar os animais para uma possível reintegração ao habitat natural.
Apesar da pouca experiência, os tamanduás já demonstram instintos de defesa. Ao ser encontrado, o filhote resgatado em Jardim adotou a posição de tripé, equilibrando-se nas patas traseiras e na cauda, uma técnica que a espécie utiliza para se defender.
PMA reforça orientações sobre resgate de animais - A PMA de Mato Grosso do Sul realiza o resgate de diversas espécies silvestres, incluindo répteis e aves. Em 2024, foram registrados 66 casos de captura e contenção de animais, dos quais 24 eram mamíferos, 33 répteis e quelônios e 61 aves. A maioria dos acidentes com aves ocorre em áreas urbanas, devido a colisões e quedas de filhotes.
Segundo a 1ª tenente Eveny Parrella, assessora de comunicação do 1° BPMA, o ideal é que a população entre em contato com a PMA ao encontrar animais silvestres fora do habitat. "É importante não tentar pegar o animal, pois no instinto de defesa ele pode atacar. O contato com a PMA é a melhor forma de garantir a segurança de todos", destacou.
Para mais informações ou solicitações de resgate, a PMA atende pelo telefone (67) 3357-1500 ou WhatsApp (67) 9984-5013, disponível para mensagens e envio de fotos dos animais encontrados.
Projetos de inovação com foco em fomentar o turismo em Mato Grosso do Sul podem ganhar até R$ 400 mil. O concurso faz parte da quarta edição do “Startup Challenge Turismo”.
Neste ano, o desafio tem como objetivo encontrar soluções inovadoras para impulsionar o desenvolvimento turístico de Bonito, com foco em atrair mais visitantes e fortalecer a sustentabilidade do turismo local.
O Startup Challenge é realizado em parceria entre o Sesi e a Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul). Até quatro projetos serão contemplados, totalizando um prêmio de R$ 1,6 milhão.
As inscrições para o começaram nesta segunda-feira (2) e vão até o dia 30 de setembro.
Para se inscrever, basta acessar o . Na página, você encontra o regulamento do desafio, o calendário de ações e pode esclarecer dúvidas comuns.
O projeto também conta com o apoio da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), que mapeou os desafios enfrentados por turistas, moradores, empresários, comerciantes e prestadores de serviços turísticos de Bonito.
Projetos para o turismo em Bonito
Com seus mais de 40 atrativos turísticos, entre balneários, cachoeiras e mergulhos, Bonito é conhecida no Brasil e no mundo como a capital do ecoturismo.
A cidade de 23 mil habitantes recebeu, no ano passado, mais de 313 mil visitantes brasileiros e estrangeiros, o maior público registrado desde 2015.
A presença de turistas gerou R$ 23,7 milhões em impostos sobre serviços para o município, segundo dados do Anuário Estatístico do Turismo de Bonito.
O desafio busca projetos que fomentem o turismo na região, sem deixar de lado a qualidade de vida da comunidade local e o respeito ao meio ambiente.
Um dos destinos da região Centro-Oeste mais buscados pelos turistas brasileiros para a baixa temporada, conforme pesquisas de plataformas online de reservas de viagem, Bonito e região terão um mês inteiro de setembro com tarifário especial, principalmente para os sul-mato-grossenses, e vários eventos vão movimentar toda a cadeia do turismo da Serra da Bodoquena. Em 2023, a Capital do Ecoturismo recebeu 31.177 turistas, com 73% de ocupação hoteleira.
Além do feriado de 7 de Setembro, a realização da terceira edição do Inspira Ecoturismo, uma iniciativa do Sebrae, deve reunir um público de 800 pessoas, de pelo menos 20 estados. A festa dos clubes de laço, uma das tradições da região, também vai agitar Bonito e atrair competidores e apreciadores da cultura de todo o Estado. O 2º Circuito de Laço do Nabileque será realizado entre os dias 13 a 15 com baile carapé, shows e provas, com entrada franca.
Clima ameno
Três quartos dos brasileiros (75%) gostam de viajar na baixa temporada. É o que revelou uma pesquisa da Booking.com – uma das maiores empresas de reserva de hospedagem, atrações e outros serviços de turismo. As vantagens de viajar em setembro vão além do custo-benefício: com o fim do inverno e começo da primavera no Hemisfério Sul as temperaturas ficam mais amenas. Em Bonito, Jardim e Bodoquena, os termômetros oscilam entre 19 e 33 graus.
Segundo a plataforma, a Capital do Ecoturismo está entre os cinco destinos do Centro-Oeste mais desejados para viajar neste mês, ao lado de Brasília e Caldas Novas, Goiânia e Pirenópolis, em Goiás. O levantamento dos dados foi realizado em 20 de agosto. Os dados apontam volume de buscas feitas para hospedagem entre os dias 1 a 30 de setembro, e não reservas, mas indicam a tendência para o período – refletindo a expectativa das agências de viagem.
Inspira Ecoturismo
Iniciativa do Polo Sebrae de Ecoturismo, o evento a ser realizado no Centro de Convenções promete cinco dias intensos de aprendizado, networking e exploração das maravilhas da Rota Turística Bonito Serra da Bodoquena, que tem a gestão do Bonito Convention & Visitors Bureau e apoio da Fundação de Turismo de MS (Fundtur). O tema deste ano é “Construindo Novos Destinos” e a programação inclui palestras, painéis, salas temáticas e visitas técnicas.
Bonito, em Mato Grosso do Sul, é um daqueles lugares que parecem saídos de um cartão-postal. Com águas tão claras que é possível enxergar até os mínimos detalhes do fundo dos rios, cachoeiras que mais parecem obras de arte, e uma biodiversidade que faz qualquer amante da natureza se encantar, a cidade é, há décadas, uma meca para turistas que buscam o melhor do ecoturismo no Brasil.
Apesar de ser uma cidade pequena, com pouco mais de 23 mil habitantes, Bonito recebe um número impressionante de visitantes: no ano passado, foram mais de 313 mil pessoas, o maior número desde 2015. Essa movimentação não só encheu os hotéis e lotou os passeios, mas também gerou uma receita significativa para o município – só em impostos sobre serviços, foram R$ 23,7 milhões.
Porém, como em qualquer história de sucesso, manter-se no topo exige mais do que apenas seguir o que já funciona. É preciso inovar, encontrar novas formas de atrair turistas e, mais importante, garantir que esse turismo seja sustentável, para que Bonito continue sendo um paraíso natural por muitos anos.
Pensando nisso, o Sesi, em parceria com a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), decidiu lançar um desafio: o Startup Challenge Turismo. O nome pode parecer complicado, mas a ideia é simples e poderosa: encontrar soluções inovadoras, tecnológicas ou criativas, que possam ajudar Bonito a se destacar ainda mais como destino turístico. E como incentivo, os organizadores colocaram na mesa um prêmio generoso – até R$ 1,6 milhão, que será dividido entre quatro projetos vencedores.
O concurso está aberto para startups de todo o Brasil. Qualquer empresa jovem e inovadora pode se inscrever e tentar a sorte. As inscrições começaram nesta segunda-feira (02/09) e podem ser feitas no site oficial do desafio. Ali, os interessados vão encontrar o regulamento e um calendário com todas as etapas do concurso.
Mas o que exatamente essas startups precisam resolver? A Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur) já fez um trabalho minucioso de mapeamento dos principais desafios enfrentados por Bonito. A lista inclui desde problemas enfrentados pelos turistas – como a necessidade de melhorar a experiência de visitação e o acesso às informações – até questões mais complexas, como a preservação ambiental em meio ao aumento do fluxo de visitantes.
"Nossa expectativa é que esse desafio traga soluções que realmente façam a diferença, tanto para quem visita Bonito quanto para quem vive e trabalha aqui", explica o diretor da Fundect. "Queremos ideias que melhorem a experiência do turismo, mas que também ajudem a preservar esse ambiente único que temos."
A parceria com a Startup Sesi, um hub de inovação que já se destacou em outras áreas da indústria, promete trazer para o turismo em Bonito o que há de mais moderno e eficiente no mundo das startups. "Nosso papel é conectar as melhores ideias com as necessidades reais da indústria e, nesse caso, do turismo. Estamos muito otimistas com o que pode surgir desse desafio", afirma o diretor da Startup Sesi.
Essa não é apenas uma oportunidade para as startups ganharem um prêmio em dinheiro – é também uma chance de fazer parte da história de uma das cidades mais especiais do Brasil. Com a ajuda de novas tecnologias e abordagens inovadoras, Bonito pode não apenas continuar sendo um destino de ecoturismo de destaque, mas também se tornar um modelo de sustentabilidade e inovação.
As expectativas são altas, e as startups interessadas têm até o final do mês para se inscrever. O desafio está lançado, e o prêmio pode ser apenas o começo de algo ainda maior.
Bonito (MS) se tornará mais uma vez o epicentro do ecoturismo com a realização da 3ª edição do Inspira Ecoturismo, entre os dias 10 e 14 de setembro, no Centro de Convenções do município. Com o tema “Construindo Novos Destinos”, o evento promete cinco dias intensos de aprendizado, networking e exploração das maravilhas da região. As inscrições são gratuitas e feitas em: inspira.ms.sebrae.com.br.
O Inspira Ecoturismo é uma iniciativa do Sebrae/MS, por meio do Polo Sebrae de Ecoturismo, sendo uma oportunidade única para empreendedores e gestores do setor se conectarem, trocarem experiências e descobrirem novas práticas e inovações. Este ano, o evento contará com uma programação rica, incluindo palestras, painéis, salas temáticas e visitas técnicas que permitirão aos participantes se aprofundarem em temas cruciais para o desenvolvimento sustentável do ecoturismo.
Com a expectativa de reunir um público de 800 pessoas, de pelo menos 20 estados brasileiros, o diretor-superintendente do Sebrae/MS, Claudio Mendonça, aponta que o evento, de porte nacional, já é esperado na região. “A Capital do Ecoturismo, Bonito, se prepara para receber com entusiasmo mais uma edição do Inspira Ecoturismo. Este evento nacional se tornou um ponto de encontro para os pequenos negócios do setor de todo o país, que aproveitam a oportunidade para fazer networking, estabelecer conexões com gestores públicos e se atualizar sobre as últimas tendências e práticas sustentáveis”, disse.
“Organizado pelo Sebrae, o evento não só contribui para o desenvolvimento e inovação no ecoturismo, mas também desempenha um papel crucial na economia local. Ao movimentar a cidade e promover uma ocupação significativa em um período tradicionalmente de baixa demanda, o evento reforça a importância de Bonito como um destino de ecoturismo de excelência e estimula o crescimento econômico da região”, complementa Mendonça.
ão parceiros do evento o Ministério do Turismo, Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Associação Internacional de Turismo de Aventura (ATTA), Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura (ABETA), Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul (FCMS), Fundação Grupo Boticário, Prefeitura Municipal de Bonito – Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECTUR) e Conselho Municipal de Turismo de Bonito (COMTUR).
Histórico
Com um histórico de sucesso, a edição anterior do evento registrou a participação de 1.139 pessoas presenciais e outras 605 de forma on-line em 2023, com a receita estimada em R$ 2 milhões para o destino. Além disso, foram realizadas visitas técnicas a atrativos com a presença de 844 participantes e mais de 50 painelistas contribuíram para o enriquecimento do debate.
Para participar do evento, os interessados devem se inscrever em: inspira.ms.sebrae.com.br. Mais informações sobre demais ações do Sebrae estão disponíveis na Central de Relacionamento, no número 0800 570 0800.
O óleo de cozinha, quando descartado de forma inadequada, é um dos maiores vilões do meio ambiente. Um litro do produto é capaz de contaminar 25 mil litros de água, comprometendo ecossistemas inteiros e colocando em risco a vida aquática. Além disso, ele forma uma camada na superfície da água que impede a oxigenação, sufocando a fauna e prejudicando a flora subaquática. Este perigo é ainda mais acentuado em regiões de grande valor ambiental, como Bonito, onde a pureza das águas é a joia a ser preservada.
No FIB (Festival de Inverno de Bonito), onde a beleza natural sempre é protagonista entrelaçada às manifestações culturais e artísticas, a sustentabilidade foi, mais uma vez, a preocupação central. Na 23ª edição, que ocorreu de 21 a 25 de agosto deste ano, uma solução criativa foi colocada em prática para enfrentar o problema do óleo residual: transformá-lo em sabão líquido e em barra. O produto pode ser utilizado na lavagem doméstica geral (superfícies, pisos, bancadas), de roupas e utensílios de cozinha.
Sabão sustentável no coração do Festival
E a transformação aconteceu lá mesmo, em estande montado na Praça da Liberdade, coração do Festival. “Pegamos o óleo das barracas de lanches e, com ele, fizemos sabão sustentável. A própria comunidade veio pegar o sabão que fizemos. Isso é muito importante, porque estamos falando de economia circular em que o óleo descartado é transformado em um novo produto, como o sabão, que é distribuído novamente para as barracas e à comunidade”, explica Ana Franzoloso, fundadora da Du Bem, empresa colaboradora do Festival na gestão de resíduos sólidos e líquidos.
Neste ano, a gestão de resíduos teve impacto ainda mais significativo. Foram coletados 228 litros de óleo de cozinha usado, o que representa aumento de 147% em relação aos 92 litros do ano anterior. Esta quantidade, quando corretamente reciclada e transformada em sabão, por exemplo, preserva 5,7 milhões de litros de água – aumento de 148% comparado aos 2,3 milhões de litros preservados em 2023.
É na tenda de Márcia Quintana que todo o processo começa. Enquanto o aroma dos pastéis frescos invade o ar, a comerciante bonitense, de 50 anos, dá início a uma cadeia de sustentabilidade. A cada pastel frito, o óleo usado, que em outros lugares poderia se transformar em poluição, ganha novo destino. Ela repassa o líquido à empresa, para ser transformado em sabão, iniciativa que teve início no ano passado e que conta também com a participação de outros comerciantes parceiros. No entanto, a conscientização sobre o impacto ambiental do óleo de cozinha vem de muito antes, desde 2009, quando Márcia começou a vender salgados em eventos pela cidade.
“Eles [funcionários da Du Bem] vieram me procurar. No ano passado, eu tinha umas quatro latas de óleo usado, e aí eu dei”, explica, expressando também seu sentimento de realização. “Me sinto privilegiada, né? Me sinto muito feliz, porque tem o retorno para a natureza, estou ajudando a preservar”. No final do Festival, Márcia recebeu cerca de 50 litros de sabão em troca do óleo doado.
Economia circular e geração de renda
Ao final de cada dia do Festival, o estande da Du Bem produziu litros de sabão a partir do óleo reciclado e disponibilizou o produto tanto para os comerciantes que haviam doado o óleo quanto para a população de Bonito em geral. Em vários dias, a demanda foi tão alta que filas se formaram para garantir a aquisição do sabão, e alguns moradores chegaram a deixar suas embalagens na tenda para assegurar que não perdessem a oportunidade de receber o produto. "A presença das filas e a espera das pessoas foram um reflexo da importância e do impacto desse processo de economia circular”, observou Ana Franzoloso.
A transformação do óleo usado em sabão não apenas contribui para a preservação do meio ambiente, como também gera novas oportunidades de renda para a comunidade. Durante o Festival de Inverno, esse processo foi ampliado de maneira colaborativa, envolvendo a população local em cada etapa, desde a coleta do óleo nas barracas de lanches até a produção do sabão sustentável.
A empresa parceira do FIB promoveu oficinas para ensinar a produção de sabão a partir do óleo reciclado, garantindo que o conhecimento se espalhasse entre os participantes. Antônia Alves, de 53 anos e atualmente desempregada, viu na oficina uma chance de mudar sua situação. Ela explica que o aprendizado prático proporcionou uma nova habilidade e abriu portas para gerar uma renda extra.
"Passei pela praça e vi o estande. Fui lendo os cartazes e assim que vi o baldão de sabão que tinha acabado de ser feito, me interessei a aprender”, conta Antônia, prometendo repassar o conhecimento aos
seus amigos e familiares. “Além de aprender a fazer sabão, que é uma habilidade valiosa, sinto que agora posso contribuir de forma significativa para ajudar outras pessoas a fazerem o mesmo em suas casas”.
Empolgada com a oficina, Antônia rapidamente compartilhou a novidade com sua amiga Eva Aivi, de 59 anos, que trabalha como catadora de materiais recicláveis em Bonito e também é dona de um pequeno comércio, um mercadinho de bairro.
Interessada na oportunidade, Eva decidiu se envolver após encontrar vários litros de óleo no aterro sanitário da cidade. Ela afirma que planeja fazer sabão para vender em sua loja e também distribuir para quem não pode comprar. “Foi uma chance única de aprender e ajudar as pessoas. Vou usar o que aprendi para transformar o óleo e oferecer uma alternativa acessível a todos”.
José Antônio Lopes, de 65 anos, é artista plástico, terapeuta holístico e tem profunda conexão com a natureza, além de ter o hábito de consumir produtos naturais. Ao explorar o Festival de Inverno de Bonito, sua curiosidade o levou à tenda da Du Bem, onde a produção de sabão reciclado capturou seu interesse.
“Eu descobri a produção de sabão reciclado passando por aqui e fiquei fascinado. Sempre procurei formas de contribuir para a preservação ambiental, e o sabão feito com óleo reciclado me chamou a atenção”, explica José, revelando seu compromisso com práticas sustentáveis. Para ele, o sabão produzido será exclusivamente para uso próprio. “Embora eu não tenha óleo usado em casa para transformar, vou comprar óleo novo para fazer o sabão para mim mesmo”.
O ciclo de reciclagem que transforma vidas
No FIB, o processo de reciclagem é cuidadosamente planejado para garantir que os resíduos tenham um destino correto, contribuindo tanto para a sustentabilidade quanto para a geração de renda. Neste ano, a coleta de recicláveis se expandiu, com aumento da equipe de catadores locais. “Nossa equipe recolhe materiais como latinhas, plásticos e papelão e os leva para uma empresa local que faz a triagem e separação. Depois disso, esses materiais são vendidos, gerando renda para os catadores", afirma Ana Franzoloso, gestora da Du Bem.
O impacto dessas iniciativas reflete-se nos números. Em 2024, foi coletada 1,2 tonelada de materiais recicláveis, representando um aumento de 28,8% em relação ao ano anterior, quando foram recolhidos 938,29 quilos. Ana Franzoloso também destaca a importância de enviar os resíduos para a reciclagem de maneira adequada.
"Quando descartamos corretamente e enviamos para empresas especializadas, evitamos que toneladas de material acabem em aterros ou no meio ambiente. É um processo que vai além da coleta, envolvendo uma cadeia produtiva, onde cada parte tem seu papel, desde o catador até a empresa que recicla e transforma os materiais em novos produtos”, explica.
Nesse ciclo de reciclagem, personagens como Francisca Santos, de 72 anos, têm um papel fundamental. Natural de Bonito, ela trabalha como catadora há 15 anos. Sua jornada começou por necessidade, buscando uma forma de sustentar sua família. Hoje, a reciclagem é a principal fonte de renda de sua casa, permitindo que ela reformasse sua moradia e instalasse água e esgoto.
"Com a reciclagem, consegui melhorar minha vida. Reformei minha casa e vivo com mais dignidade", conta Francisca, que participa do Festival de Inverno há cinco anos. Durante o evento, sua coleta diária, que costumava ser de quatro quilos, chegou a 40 quilos, resultado do aumento do fluxo de pessoas. Todo o material é levado para uma empresa local e vendido, gerando o sustento necessário para ela e sua família.
Já Ana Rosa, mineira de Porteirinha (MG), está em Bonito há muitos anos e vê na coleta de latinhas uma atividade que a mantém ativa e que complementa sua aposentadoria. "Catar latinhas me ajuda bastante. O dinheiro que ganho com elas cobre alguns custos, e como as coisas estão caras, faz diferença", explica Ana, que há mais de vinte anos atua como catadora. Mesmo com o frio das noites do festival, ela não deixou de comparecer. "Eu gosto de vir, encontro pessoas boas, converso e faço amizades. Isso me deixa feliz", relata.
Além de catadoras como Francisca e Ana, há também outros agentes importantes no processo de reciclagem durante o Festival, como Ronaldo Barrios, de 53 anos. Ele é responsável pela mobilização dos catadores locais, desempenhando papel crucial na organização da coleta durante o evento. "Eu converso com os catadores e faço a mobilização. Quando a Ana [Franzoloso] chega, visitamos os catadores, e eles participam da coleta," explica Ronaldo, que mantém contato com mais de 20 catadores ao longo do ano.
Ronaldo, que também trabalha como jardineiro, se envolveu com a reciclagem no festival no ano anterior e, desde então, colabora com a Du Bem. "É uma forma de ajudar a galera a ganhar um trocado a mais e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente," afirma ele, destacando o orgulho que sente ao contribuir para a conservação do paraíso natural que é Bonito, sua terra natal.