Notícias de Bonito MS
O Portal Bonito traz um grande número de informações sobre a cidade de Bonito, sua localização, além de dicas de diversos pontos turísticos, guia cidade e cultura local. O portal também disponibiliza uma galeria virtal, exposição permanente de fotos da fauna e flora da cidade, além de central de reservas online. O site foi campeão da 8ª edição do Prêmio iBest, conhecido como o Oscar da Internet Brasileira.
A 8ª edição do prêmio iBest, conhecido como o Oscar da Internet, foi realizada no noite de 06 de maio, no Via Funchal, em São Paulo. A premiação abrange 41 categorias, 27 prêmios regionais e nove especiais. O Web Site Portal Bonito sagrou-se vencedor na escolha popular para o Regional Estado de Mato Grosso do Sul, seguido pelo CampoGrande.com.br e da FM Capital.
A festa de premiação foi um grande sucesso! Os vencedores do Prêmio iBest foram divulgados em uma grande festa, no Via Funchal em São Paulo. Mas de 2.000 convidados estiveram presentes no evento, que este ano contou com o "iBest Show", atração conduzida por Luciano Huck, acompanhado pelo Funk Como Le Gusta e recebeu convidados como Marília Gabriela, Otávio Mesquita e João Gordo. A cerimônia contou ainda com a presença do ex-jogador Dunga, do cantor Supla, das atrizes Camila Morgado e Rita Guedes, do apresentador Serginho Groisman e de ex-participantes do programa Big Brother Brasil 3, como Sabrina Sato e Juliana, entre outros.
A internauta Michelle Saig foi a grande ganhadora de um Citroën Xsara Picasso, que foi sorteado durante a festa. Concorreram todos os internautas que votaram durantes as fases Top10 e Top3.
A equipe do Portal Bonito esteve representada por Luís Arnaldo Schünke e André Rabello Akagi.
O Portal Bonito, amplo repositório de informações sobre a cidade turística de Bonito, é um produto da empresa Virtualink Network (www.virtualink.com.br), reconhecido pelos maiores portais brasileiros na internet como a principal referência à cidade de Bonito-MS e alvo do reconhecimento dos visitantes através de constantes registros. Encontra-se disponível na internet desde julho de 2000 de onde recebe uma média de 90.000 visitas mês.
Dentre as informações disponíveis, destacam-se a galeria virtual com exposição permanente de fotos, dicas para viagem, pontos turísticos - com informações detalhadas e imagens, guia cidade, cultura local e regional, central de reservas on-line, além de vários encartes que auxiliam o visitante virtual para futura viagem à Bonito.
o iBest 2003 não é o primeiro reconhecimento ao trabalho da equipe do Portal Bonito, o site já foi destaque na mídia impressa, em jornais e revistas de grande circulação nacional; a equipe recebeu o troféu "Timoneiro" como reconhecimento pelo trabalho na internet do Estado, da Íris E-Zine, além de destaque em outros importantes sites da internet brasileira.
O Portal Bonito (www.portalbonito.com.br) e o site Campo Grande (www.campogrande.com.br) foram os grandes campeões na escolha popular para o Regional de Mato Grosso do Sul semana passada durante o evento de entrega dos prêmios da 8ª edição do prêmio iBest, conhecido como ?o Oscar da Internet brasileira?.
O Portal Bonito, criado pela Virtualink Networks, traz um grande número de informações sobre a cidade turística de Bonito, incluindo galeria virtual com exposição permanente de fotos, dicas para viagem, pontos turísticos - com informações detalhadas e imagens, guia cidade, cultura local e regional, central de reservas on-line, além de vários encartes que auxiliam o visitante virtual para futura viagem a Bonito.
Hoteleiros e operadores somam forças para preservar o patrimônio natural, garantindo um ecoturismo de qualidade
Não é preciso dizer que o turista deixa Bonito extasiado. E como fica Bonito quando o turista vai embora? Há dez anos, eram duas agências, uma área de camping e mais uma ou duas pousadas. Hoje, o turismo superou a pecuária e a agricultura, tornando-se a principal atividade econômica da cidade de 16 mil habitantes.
São cerca de 24 agências e 43 estabelecimentos hoteleiros, num total de quase 2.700 leitos. Mas os nostálgicos dos tempos de turismo amador, quando o número de visitantes era menor, devem se lembrar de que a natureza também ficava totalmente exposta à ação de turistas sem a menor sensibilidade ecológica, que ora brincavam de tiro ao alvo nas estalactites, ora pichavam os próprios nomes nas paredes das grutas.
Com a atividade organizada em Bonito, mesmo não estando entre os mais ligados à ecologia o turista que vai para lá tem de entrar na linha pelo menos enquanto estiver no território. A maior parte das nascentes, cachoeiras e grutas está dentro de propriedades particulares, onde ninguém entra se não estiver acompanhado por um guia credenciado.
Assim, o dinheiro da visita é dividido entre o dono do passeio - proprietário do sítio turístico -, a agência e o guia local. Em Bonito, o Conselho Municipal de Turismo (Comtur) estabelece limites de turistas permitidos por vez e por dia em uma determinada atração. Além disso, a visita deve ser feita com hora marcada, para evitar ?congestionamentos?.
Descobertas
Na Gruta do Lago Azul, por exemplo, um dos cartões-postais de Bonito, permite-se um movimento diário de até 225 pessoas. ?A gente sempre quer pôr o máximo de pessoas, até perceber que aquilo compromete a atração?, admite o português Henrique Ruas, que começou há nove anos com uma área de camping, hoje dono da Agência e Pousada Olho Dágua.
Juca Igarapé, dono da Igarapé Turismo, é outro veterano de Bonito. Mudou-se de Santa Catarina para lá há 22 anos, quando "ninguém ouvia falar na palavra ecologia". Apesar de estar há tanto tempo na cidade, afirma que ainda continua descobrindo atrações na região. Suas duas últimas descobertas foram batizadas de Abismo da Borboleta e Caverna do Japão.
Os guias que trabalham em Bonito passam por cursos de capacitação - promovidos pela Embratur, Sebrae, Senac e Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) - em que aprendem, por exemplo, as particularidades da fauna e flora.
?A população de Bonito foi acordando para a galinha de ovos de ouro que tinha nas mãos?, conta Israel Waligora, geólogo e dono da Ambiental, operadora de turismo ecológico, que a partir de 1988 resolveu incluir um dia em Bonito no pacote de uma semana no Pantanal. A dobradinha deu certo. De acordo com Waligora, a principal diferença entre os dois santuários ecológicos, separados por duas horas e meia de distância, está no gerenciamento turístico. ?O que está acontecendo em Bonito está na contramão do que ocorre no resto do Brasil. O Pantanal está sendo destruído a olhos vistos, porque não há uma política de incentivo ao turismo.?
De acordo com o operador, a fragilidade do ecossistema de Bonito é evidente. ?Como chove muito no verão, se a vegetação da beira dos rios (mata ciliar) for desmatada o solo fica sujeito à erosão.? Waligora aponta dois problemas que se não forem tratados poderão trazer muita dor-de-cabeça daqui a alguns anos: esgoto e lixo. Segundo o geólogo, o impacto ambiental na região ainda não é significativo, mas pode vir a ser com o ritmo de crescimento do turismo na cidade.
Carolina Glycerio
Embora o Mato Grosso do Sul esteja intimamente associado ao Pantanal, que ocupa boa parte de seu território, o potencial turístico do Estado vai além das paisagens inundadas divulgadas em escala nacional - e, posteriormente, mundial - pela novela de Benedito Ruy Barbosa na extinta TV Manchete. Em contraponto à reserva ecológica pantaneira, uma pequena cidade, ao sudoeste do Estado, surge como portal de entrada para um rico leque de atrações turísticas, que conciliam beleza em estado natural, consciência ecológica e o rústico conforto apreciado pelos seguidores do ecoturismo. Mais do que isso: um conjunto de diferentes atividades junto à natureza que proporciona uma integração quase mágica com o meio ambiente, que se revela com toda sua imponência e beleza. O município Bonito é modesto ao batizar-se assim.
A tímida cidade tem apenas 20 mil habitantes e, mesmo charmosa e acolhedora, não delata a presença do tesouro natural ao redor. Não fosse o sugestivo nome e uma quantidade considerável de placas indicando o rumo de hotéis e pousadas, ninguém poderia supor que a viagem de van que começara há quatro horas em Campo Grande havia chegado ao destino. As casas de portas e janelas abertas até bem tarde e o pasto que circunda quase toda a zona urbana de Bonito, aos poucos vão entregando que o paraíso está ali, debaixo do colchão verde que se estende pela cidade.
Bonito é dotada de infra-estrutura capaz de atender, no que se refere à área de hotelaria, ao viajante mais exigente. O centro comercial se limita a uma rua principal. Mas nele é possível encontrar várias lojas de artesanato, vida noturna agitada com barzinhos, boates e curiosidades como o estranho "sorvete assado" (quente e frio ao mesmo tempo, recebe uma cobertura de marshmallow e vai ao microondas antes de ser servido). A vida turística da cidade obriga o comércio ficar aberto até mais tarde: à meia-noite as primeiras lojas começam a fechar suas portas.
Apesar de muitos passeios da região serem explorados há mais de décadas, o turismo veio com força para Bonito na metade dos anos 90, quando o Brasil assistiu à primeira onda da vertente ecológica desta atividade de lazer. Aos poucos, a cidade passou a encarar como realidade seu potencial turístico. Parte da população local ainda é resistente à invasão de turistas na cidade, mas a atividade econômica já é uma das principais bandeiras da administração local e seu desenvolvimento parece ter entrado num caminho sem volta.
Altos vôos
Afinal, são mais de 50 hotéis, campings e pousadas instalados em Bonito. Mas o que parece muito para a pequena cidade, é apenas um pequeno rascunho da verdadeira explosão de turismo programada para acontecer em torno de dois anos, quando o esperado aeroporto sairá do papel para a divisa com o município de Jardim. O aeroporto é um passo. O outro pode ser visto logo na entrada da cidade: as obras da futura faculdade de Turismo e Hotelaria da cidade. Dois empreendimentos que certamente irão alavancar a exploração do turismo ecológico local. Mas atentos desde que as primeiras caravanas de turistas se aproximaram, há cerca de seis anos, os ambientalistas monitoram a quantidade de turistas em qualquer passeio.
Basta ver para entender. O solo rico em calcário deixa as águas cristalinas, ao mesmo tempo em que o sol forte transforma a flora no habitat perfeito para animais silvestres, alguns dos quais ameaçados de extinção. Mas a estrela da biosfera local é a água exuberante. Em Bonito, vista da superfície, em alguns pontos a água é verde e, em outros, azul. A pureza do líquido faz com que qualquer pequeno riacho se transforme em um espelho para o céu e as matas nativas.
Atualmente existem mais de 50 passeios para se fazer em Bonito. Apesar do grau de dificuldade para cada um dos programas variar bastante, crianças com menos de 5 anos não podem participar de nenhum deles. São grutas, rios, cachoeiras, trilhas, corredeiras e vales, de onde se pode desfrutar calmamente da paisagem ou se aventurar aos esportes radicais como bóia-cross (descida de corredeiras em bóias), rapel e paraglider. A maior dificuldade, no entanto, é justamente saber o que fazer primeiro.
Paraíso natural de Mato Grosso do Sul é um exemplo de destino ecologicamente organizado. Recebe 70 mil turistas por ano, que só podem conhecer seus encantos pagando ingresso e acompanhados de guia
A natureza não falhou em nada para que Bonito, cenário encravado no sudoeste sul-mato-grossense, distante 247 quilômetros da capital Campo Grande, fosse o lugar perfeito para quem gosta de "destinos verdes" - e nem para que ele ganhasse esse nome. As cores da fauna e flora em conjunto com a água, que é literalmente transparente e perfeita para o mergulho, formam esse paraíso.
Um lugar como esse, que chega a receber 70 mil turistas por ano, estaria, inevitavelmente, ameaçado. Mas é justamente o contrário que o turista observa quando chega lá: organização e cuidado para que a atividade, que tanto vem dando lucro para os cofres do município, não comprometa aquele meio ambiente abençoado.
No destino que cada vez mais se torna vedete das agências de ecoturismo no Brasil, os passeios são todos pagos e só podem ser feitos acompanhados por um dos 52 guias de turismo locais, credenciados pela Embratur. Para ter acesso a um passeio, o visitante deve ter em mãos um voucher (ingresso), que compra numa das agências. E os preços são os mesmos em todas elas: entre R$ 5 e R$ 205. Ao todo, são 22 agências, quase todas distribuídas na rua principal.
Turismo organizado - O que pode parecer um pouco inconveniente para os ecoturistas que gostam de descobrir os lugares por conta própria, ou para os mochileiros que buscam desbravar sem enfrentar bilheteria, faz parte do Modelo de Sustentação Turística estabelecido em 1995. Para o município, é a melhor forma de preservar seu patrimônio ecológico. "O turismo de massa desorganizado pode representar um risco", explica o secretário de Turismo do Município, Elias Borges Nogueira.
Para o presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Cleiton Lino, a cidade é um exemplo para outros destinos ecológicos no Brasil. O problema, para ele, está no preço. "É tudo muito caro. Acaba elitizando a visitação da natureza." Lino comenta ainda que em alguns feriados, como o Carnaval, o excesso de visitantes atrapalha. "Há passeios que são contemplativos, o que é impossível de se fazer com muita gente."
Entre rios, cachoeiras, grutas e abismos, existem hoje em Bonito cerca de 20 passeios. Boa parte deles é feita em propriedades particulares, geralmente antigas fazendas de pecuária em que os proprietários descobriram uma forma mais rápida de ganhar dinheiro. Apenas dois deles são públicos: a Gruta do Lago Azul, pertencente ao Governo Federal, e o Balneário Municipal. Mas mesmo assim, os visitantes (exceto os nativos) pagam uma taxa para irem até lá - R$ 10 e R$ 5, respectivamente.
Lago Azul - No circuito turístico, a Gruta do Lago Azul é a que mais recebe visitantes: 305 pessoas por dia na alta temporada. Grupos de 15 pessoas descem 120 metros e se deparam com um fascinante lago que ninguém sabe ao certo a profundidade. Acredita-se que seja abastecido por um rio subterrâneo. Cones de estalactites contrastando com um azul que, como conta a turista Fátima, de Brasília, "nunca sai igual nas fotos. Tem de ir".
Outra "modalidade" imperdível, mesmo para os inexperientes em mergulho, é a flutuação. Roupa de neoprene, colete, máscara e snorkel são os equipamentos necessários para cair na água e, sem nenhum esforço, descer o rio de acordo com seu fluxo natural, boiando.
O tempo passa mais do que rápido diante de tamanha diversidade de peixes e plantas que se descobre no percurso. Pode-se optar entre três lugares (ou ir a todos, pois cada um tem suas peculiaridades): no Rio da Prata, por R$ 35, no Aquário, a R$ 42 e no Rio Sucuri - R$ 35.
A pecuária ainda é a primeira fonte de renda da pequena cidade. O turismo, entretanto, segundo o secretário, sustenta Bonito como socializador de recursos. "A renda da pecuária é concentrada. No turismo, há um leque muito maior de pessoas que ganham. Boa parte da população (17 mil habitantes) são guias, funcionários de agências, hotéis e restaurantes. Sem contar os empregos indiretos", explica.
Contrariando a fama de destino de gringos, o secretário revela que a maioria dos visitantes é de brasileiros e, entre eles, quem lidera são os paulistas.
"Recebemos mais turistas de São Paulo que do próprio Mato Grosso do Sul."
Gruta do Lago Azul é pura emoção a 120 metros sob o solo
Esta é a grande vedete de Bonito, mas há muito mais, principalmente para quem gosta de aventura. Cachoeiras, trilhas e rios não faltam para turistas novatos ou experts em esportes radicais
A fama de Bonito pode ser atribuída à sua grande estrela, a Gruta do Lago Azul. Numa descida de 120 metros, chega-se a um lago não muito extenso, com um azul indescritível, e cones de estalactites. Mas é só para olhar: uma cordinha impõe os limites do visitante. "A gente só passa vontade de tocar na água", diz a turista Beatriz Fiad, de Campinas (SP).
Principalmente se for alta temporada, não dá nem de longe para entrar no clima de mistério que toma conta do lugar, uma vez que o passeio dura pouco mais de uma hora e é feito em grupos de 15 pessoas. Às vezes, entram quatro grupos ao mesmo tempo, o que exige pontualidade dos guias. Mas vale a pena olhar por alguns instantes e ouvir as histórias do local.
A primeira atitude da guia Vânia Mugarti é destrancar o cadeado. "Tomamos todo o cuidado a exemplo do que aconteceu com outras grutas." A referência é sobre a Gruta Nossa Senhora Aparecida, que foi recentemente interditada pelos danos causados quando a visitação era livre. "Até bomba soltaram lá dentro." Ela diz ainda que das mais de 50 grutas na região, apenas quatro estão abertas à visitação.
Descida de bote - Os passeios que Bonito oferece, entretanto, vão muito além das grutas. Para quem quiser há a navegação em botes de borracha. São duas opções e a menos radical é a descida do Rio Formoso, feita em grupos de até 12 pessoas, durante o dia ou à noite, nas fases de lua cheia. O percurso de seis quilômetros passa por quatro quedas com, no máximo, dois metros de altura. No caminho, paradas para banho, e, nas margens, macacos, pássaros e, às vezes, sucuris enroladas em troncos de árvores.
Para quem quiser mais aventura, no bóia-cross a descida pelo Rio Formosinho é feita em bóias individuais. "Há um guia para cada grupo de três pessoas, mesmo assim recomendo que elas saibam nadar", diz um dos guias locais.
Turismo rural - Nas cachoeiras do Rio do Peixe, a 35 quilômetros do centro de Bonito, na Fazenda Água Viva, há uma caminhada de duas horas, algumas vezes acompanhada pelo próprio dono da fazenda, passando por diversas cascatas e piscinas naturais, com paradas para banhos, é claro. Depois, um relax na sede, com direito a almoço preparado por d. Diva, a proprietária.
A idéia é a mesma na Fazenda Ceita Corê, a 36 quilômetros, ou na Estância Mimosa, a 24. Trilhas de cerca de duas horas, com direito a paradas em cachoeiras ou piscinas naturais para banhos e lanche.
Crianças - O Projeto Vivo é o predileto das crianças, que costumam ir em grupos escolares (da 4ª série ao 3º colegial) . "É o que eu mais gosto. Estou treinando porque vou ser guia de turismo", diz Henrique Benites, de 11 anos, inspirando-se no irmão que já orienta grupos de visitantes há nove anos.
Nessa atração, as caminhadas em trilhas, descidas de bote de borracha pelo Rio Formoso e passeios a cavalo são recheados de atividades como oficinas de artes, reciclagem de papel e minitrilhas. O objetivo é que eles passem o dia nessa fazenda, com aulas de preservação ambiental in loco.
À noite, não dá para fugir dos bares e da música
Além, é claro, dos restaurantes que servem comidas à base de peixes. A cidade começa também a investir em cultura
Nesse paraíso ecoturístico, não é de se estranhar que o turista passe a maior parte do dia fora da cidadela de 17 mil habitantes, aproveitando os passeios junto à natureza. À noite, a pacata cidade interiorana tem poucos e bem conhecidos points, para quem tiver pique.
É raro encontrar um bonitense que não recomende (e freqüente) o Taboa, bar dançante com música ao vivo, onde os cantores e os ritmos são, geralmente, do próprio Estado. A dona, Andréa Fontora, conta que a idéia era abrir um bar apenas para funcionar no carnaval de 1996. "Era para ficar aberto por cinco dias e não consegui fechar até hoje."
Os nativos são muito animados e vibram com as músicas regionais. "É incrível como se orgulham da cultura local", comenta Cláudia Stefane, de São Carlos (SP), que morou vários anos em Campo Grande, capital do Estado.
A marca registrada do lugar é a cachaça com o mesmo nome do bar, em várias versões. Além da "neguinha", tradicional, há as cachaças curtidas com abacaxi, goiaba, guavira, ameixa, manga e pêssego.
Outro ponto de encontro que anima a noite bonitense é o Pirata. Uma danceteria, com american bar e músicas variadas.
Em Bonito, os restaurantes são simples, e, geralmente, servem bons peixes.
Alguns escondem delícias regionais incríveis. É o caso do Mestre João, estabelecimento quase sem acabamento na entrada da cidade. Por dentro, um bufê de peixes que inclui diversos tipos de pintado: à urucum, com molho de maracujá, com abacaxi, com banana, e muitas outras receitas. O chefe Mestre João, com roupas e chapéu brancos, recomenda o pintado que leva seu nome. O peixe é semigrelhado com requeijão. Como sobremesa, é tradicional o sorvete assado, facilmente encontrado nas sorveterias da rua principal, que vai ao forno e é servido com salada de frutas e cobertura de chantilly.
Gastronomia à parte, neste ano a cidade começou a apostar em sua vocação cultural. Abrigou o 1º Festival de Inverno, entre 21 e 30 de julho. Quem foi nessa época para aproveitar os passeios ecológicos acabou encontrando muito mais: shows todas as noites, mostras de arte, exposições de fotografia e cinema ao ar livre, com dois filmes por dia. O encanto, sem dúvida, ficou muito maior. Pelo jeito, o evento deve se repetir em 2001.
Fique de olho - Um dos maiores problemas para os turistas que vão por conta própria são os transportes, não para se locomover na cidade, onde tudo pode ser feito a pé, mas para ir até o ponto de partida dos passeios, que chegam a estar mais de 50 quilômetros do centro. A maioria das agências locais não oferece esse serviço.O paulistano que chega de avião a Campo Grande pode alugar um carro lá mesmo e dirigir cerca de quatro horas até Bonito. Outra opção é pegar um traslado para a cidade, mas depois vai depender de táxi para fazer todos os passeios. Ida-e-volta para a gruta, por exemplo, sai R$ 30. Já acostumados com esse esquema, os taxistas sentam e esperam calmamente até o fim do passeio.
Para o secretário de Turismo do município, Elias Borges Nogueira, a falta de uma empresa que assuma os transportes na cidade deve-se ao pequeno número de turistas na baixa temporada. "Na alta temporada há vans, mas na baixa, elas desistem." Outra opção pode ser a carona, prática comum por lá. Senão, comprando um pacote completo em São Paulo, os traslados para passeios estarão incluídos.
É impossível ficar fora da água
Tanto para iniciantes como a aqueles que já praticam mergulho, a transparência das águas é o maior convite para observar a beleza dos lagos, rios e formações rochosas
A transparência da água de Bonito, graças à presença das rochas calcárias no fundo, aliada à rica fauna da região, coloca o local entre os melhores do mundo para mergulho em água doce. Nem mesmo aqueles que nunca respiraram com um snorkel na vida ficam fora dágua. As flutuações ou mergulho livre são alguns dos programas de maior sucesso na cidade.
Basta roupa de neoprene (tecido impermeável e térmico), colete, máscara e snorkel. Nos passeios, que são acompanhados por guia, não é necessário nenhum preparo físico. O visitante apenas flutua e deixa se levar pela leve correnteza natural do rio, observando a riqueza e a perfeição do mundo que se revela embaixo da superfície.
No Aquário, uma das opções, o mergulho começa na nascente da Baía Bonita e vai até o Rio Formosinho, num percurso de 900 metros. O nome foi bem dado:
você se sente parte daquele aquário gigante, com 32 espécies de peixes. Um barquinho acompanha o grupo para quem perder o fôlego e quiser desistir, mas são pouquíssimas pessoas que cometem esse pecado. Na sede, lugar bastante agradável, há um restaurante, uma piscina onde é feito um ensaio do mergulho e outra aquecida na qual os visitantes relaxam após o passeio.
Rio Sucuri - Marcado pelas curvas acentuadas, o Rio Sucuri, a 18 quilômetros do centro, é outro bastante famoso nessa modalidade. Cláudio César Carneiro, um dos responsáveis pelos passeios turísticos no local, conta que eles começaram há oito anos. "Antes disso, o pessoal vinha nos fins de semanas e feriados e fazia piquenique na beira do rio. Não dava para ter controle, então decidimos profissionalizar." No ano passado, essa atração foi visitada por 22 mil pessoas.
Os moradores aconselham deixar a flutuação no Recanto do Rio da Prata, que fica no município de Jardim, a 52 quilômetros de Bonito, por último. "É o melhor, a marca registrada dos passeios ecológicos", diz o guia local José Paulo. Ao todo, são cinco horas de passeio, começando por uma trilha de 50 minutos em mata virgem.
Macaco-prego, pássaros de diversas espécies e manadas de queixadas são alguns dos animais com os quais se depara no caminho. A guia explica, com bastante naturalidade, que se pode também encontrar jacarés e sucuris. "Se ela estiver de um lado, passamos do outro. Não somos seu prato principal." É nesse momento que o turista se dá conta de que não está num brinquedo da Disney, como parecia até então. É tudo real.
Começando no Rio Olho dÁgua, dourados e pintados enormes acompanham o mergulhador por todo o percurso. Em fila indiana, o grupo desce dois quilômetros descobrindo fauna e flora exóticas, além das reentrâncias. A 500 metros do ponto de chegada, entra-se no Rio da Prata, onde a temperatura cai 10ºC e a água fica bem mais turva. Atualmente, o turismo já corresponde a 70% da renda da fazenda.
Mais radical - Para quem já tem o curso de mergulho, o leque de atrações de Bonito abre-se muito mais. Um dos prediletos dos veteranos em esportes radicais é o Abismo Anhumas, que conjuga rapel com mergulho autônomo. A aventura começa com uma descida em rapel de 72 metros, que termina num lago que tem o tamanho de um campo de futebol.
Na água cristalina, o mergulhador (nesse caso deve ser credenciado) tem visibilidade entre 40 e 60 metros e se movimenta entre cones submersos de até 16 metros. O presidente do Conselho da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Cleiton Lino, foi o primeiro a encarar o abismo, em 1984. "Desci na loucura, numa corda inadequada. E logo percebi que aquilo se transformaria numa atração internacional."
No quesito mergulho em cavernas, a região também está entre as melhores do planeta. Para o instrutor de mergulho da escola Diving College, Gabriel Ganme, que diz já conhecer mais de mil cavernas pelo mundo, elas são incomparáveis. "Na Gruta do Mimoso há um salão de cones, com quatro ou cinco metros, cuja formação ninguém sabe definir. Aquilo é único." Mas, para explorar as lagoas das grutas, deve-se ter curso de espeleomergulho, ou seja, específico para cavernas.
Aprovação do Ibama - É importante saber que embora Bonito tenha inúmeras grutas que comportam o mergulho autônomo, muitas estão interditadas pelo Ibama e algumas estão abertas sob liminar, como o próprio Abismo Anhumas e a Gruta de São Miguel.
O gerente do Centro Nacional de Estudo, Proteção e Manejo de Cavernas do Ibama (Secave), Ricardo Marra, esclarece que "a visitação e o mergulho para quem tem o curso são livres". O que a entidade proíbe é o uso com fins lucrativos dos bens da União sem licença, como é o caso das cavernas de Bonito. Ele reforça que existe a necessidade de um projeto de exploração, aprovado pelo Ibama, para a própria segurança do turista.
Para os operadores de São Paulo, entretanto, como Ganme, que costumava mandar um grupo de turistas mergulhadores por mês para fazer o batismo em uma das cavernas da região, ficou inviável. "Tive de mandar alunos para a Flórida (EUA) e a próxima turma vou mandar para o México. Não tenho como não cobrar pelo curso."
Bonito merece o nome que tem. O município, localizado na encosta leste da Serra da Bodoquena, no estado do Mato Grosso do Sul, tem rios de águas transparentes, grutas pré-históricas, cachoeiras, sítios arqueológicos além de grande variedade de peixes e animais silvestres. Tanta diversidade conquistou turistas interessados em aliar belas paisagens a esportes de aventura.
Bonito é mesmo um milagre da natureza. A região foi um pequeno mar, há aproximadamente 550 milhões de anos. O depósito de carbonato de cálcio no fundo gerou as rochas calcárias que formaram a Serra. É esse calcário a matéria prima das cavernas e cachoeiras de Bonito e graças ao seu poder de decantar as impurezas, as águas dos rios são tão transparentes.
À primeira vista, Bonito é um vilarejo pacato com pouco mais de 15 mil habitantes. É nas fazendas que cercam a pequena área urbana que estão escondidos os tesouros naturais. Os fazendeiros descobriram que as belezas de suas terras podiam gerar lucro rápido. Em vez de abrir as portas ao turismo desenfreado, fizeram de Bonito um caso exemplar de preservação da natureza. Os moradores se organizaram e montaram um sistema para controlar a visitação de forma que não prejudicasse o meio ambiente.
Os passeios mais procurados são os de flutuação nos rios. A água tem a vegetação submersa intacta e uma superpopulação de peixes de todos os tamanhos. As nascentes submersas movimentam o fundo com desenhos na areia. O Rio Sucuri é ideal para quem quer mergulhar e ver a vegetação densa que se localiza nas margens. Outra aventura bastante procurada é o rafting no Rio Formoso. O passeio é feito em botes de borracha, num percurso de 7 km, até a Ilha do Padre, passando por três cachoeiras. No Recanto Ecológico Rio da Prata, em Jardim, município vizinho de Bonito, pode-se mergulhar numa nascente repleta de peixes, entre eles dourados, que nadam ao lado do turista.
Entrar em um buraco em baixo da terra pode provocar medo em quem tem fobia de lugares fechados. Mas, a Gruta do Lago Azul surpreende e encanta. Devido a um desmoronamento, a boca da gruta se tornou larga o suficiente para que a luz do sol ilumine tanto as estalactites quanto o lago, tornando o acesso mais fácil. Outra opção para quem gosta de emoções fortes é o Abismo Anhumas, a 30 quilômetros da cidade. É uma gruta por onde só se entra por cordas, em uma cadeirinha. São mais de 70 metros de altura, até chegar a um lago de águas azuis, cercado de estalagmites gigantes, formadas pela sedimentação de calcário. O que não falta na região são belas paisagens. Ao turista resta preparar a máquina fotográfica e explorar os encantos de Bonito.
Enquanto Bonito for mantido como está, o paraíso ecológico deverá permanecer intacto.
Gruta do Lago Azul
A gruta do Lago Azul é uma caverna descoberta por um índio Terena em 1924. Dentro da gruta, formações rochosas permitem descer a 180m, onde se localiza um lago azul. As dimensões fazem dela uma das maiores cavidades inundadas do planeta. Em 1992 um expedição Franco-Brasileira de espeleomergulhadores, encontrou no local fósseis de mamíferos - como o tigre de dente de sabre e preguiça gigante - que viveram durante o período geológico do Pleistoceno - 6.000 a 10.000 anos atrás. Apesar da vista magnífica, não é permitido nadar no lago. Mas o turista pode tirar belas fotos principalmente pela manhã quando o sol está batendo na entrada da caverna e iluminando-a naturalmente. É importante lembrar que os visitantes não devem tocar as pedras ou deixar lixo no local. Qualquer alteração, por mais simples que possa parecer, destrói o que a natureza levou milhões de anos para criar. Antes de chegar lá é melhor agendar a visita em uma agência já que a entrada é limitada ? 225 pessoas por dia.
Fauna e Flora
A vegetação típica da região é o cerrado, sendo que a proximidade com o Pantanal Mato-Grossense garante a presença de muitas espécies diferentes de animais. Macacos, quatis, araras, emas, tucanos e outros animais podem ser facilmente avistados. Os peixes também aparecem em abundância nos rios de águas transparentes. Dourados, pintados e corimbas certamente estarão nadando ao seu lado quando você estiver praticando o mergulho nos rios que cortam a região de Bonito.
Clima
Duas estações bem definidas caracterizam o clima da região. Um verão quente e chuvoso e um inverno seco com grandes variações de temperatura, aonde o frio aparece mais forte no período da noite. Na estação chuvosa os rios transbordam mostrando grande semelhança à região da planície do Pantanal que está muito próxima de Bonito. A água dos rios fica mais cristalina no inverno pois chove menos. Quando chove muito a água fica mais movimentada, levantando os elementos que formam o solo subaquático, comprometendo sua transparência.
Hospedagem
Como a estrutura turística de Bonito é muito boa, as opções de hospedagem são bem variadas. A reserva deve ser feita com certa antecedência. Pousadas simples, hotéis fazenda, resorts ou albergues irão, com certeza, atender as suas necessidades e possibilidades. Não se preocupe em se alojar próximo às atrações turísticas. De qualquer maneira você terá de gastar algum dinheiro para se locomover pela região.
Alimentação
Bonito, assim como grande parte das cidades do Mato Grosso do Sul, tem o churrasco e o peixe como pratos típicos. As pousadas e hotéis, em sua maioria, oferecem opções de refeição a seus hospedes. Mesmo assim, você encontrará pela cidade alguns restaurantes de comida tradicional, outros de comida self-service, e até algumas lanchonetes. Pintados e pacus são peixes normalmente servidos nos restaurantes.
Esportes
Mergulho
Esporte de aventura mais difundido na região. A área é privilegiada para a prática do mergulho já que os rios apresentam águas cristalinas, sendo comparadas em transparência com Abrolhos e Fernando de Noronha. Os amantes do esporte podem praticar o mergulho autônomo, o mergulho livre ou o espeleomergulho, que consiste em explorar cavernas inundadas. Conselho dos guias e instrutores: jamais se deve encostar no chão ou qualquer coisa presente na água. Você poderia destruir uma formação natural de milhões de anos ou levantar a areia do fundo, o que seria prejudicial à boa visibilidade.
Rafting
O passeio de bote na prática do rafting pode ser uma ótima oportunidade para se avistar animais da fauna local ou para se contemplar a beleza natural da mata que margeia os rios. O Rio Formoso tem um percurso de descida de 7 km e é feito em grupos de até 14 pessoas.
Rapel
A emoção do rapel pode ser combinada com a prática de outros de outros esportes, deixando o programa mais interessante. Um bom exemplo desta combinação fica no Abismo de Anhumas. São 70 metros de descida se utilizando de técnicas de rapel, para se chegar em um lago subterrâneo no qual se pode praticar o mergulho.
Vôo-Livre
Aproveitando-se do clima seco e da variação térmica, os praticantes do vôo-livre podem decolar de uma das duas rampas situadas dentro da Fazenda Serraventura. A paisagem não vai decepcionar aqueles que se aventurarem. Os rios e sua vegetação, os pastos para criação de gado e a Serra da Bodoquena formam o belo cenário que são avistados lá de cima.
Trekking
O sol forte e os mosquitos com certeza estarão presentes em suas caminhadas, portanto, prepare-se para enfrentá-los. Protetor solar, boné e repelente não podem faltar na sua mochila. É bem provável que você se depare com animais que não vê normalmente. Para aqueles que vivem na cidade isso pode ser uma experiência bem interessante. Existem trilhas espalhadas nas matas, muitas acompanham os leitos dos rios. A trilha do Rio Aquidaban atravessa pequenas cachoeiras e termina em uma maior onde se avistam montanhas e florestas.
Mountain-Bike
Os morros que ficam um pouco afastados da cidade podem ser explorados através de suas estradas de terra. Levar o próprio equipamento é essencial para aqueles que querem liberdade, pois algumas fazendas cedem bicicletas, mas somente para passeios dentro de suas áreas, em trilhas de percurso pré-programados, seguindo a orientação de guias locais, como na fazenda Serraventura.
Bom Saber
A maioria dos passeios é feita em áreas pertencentes a fazendas particulares que cobram taxas e controlam o número máximo de pessoas por grupo. Este é o principal motivo do bom nível de preservação. O dinheiro é transformado em recursos para a manutenção das matas, e o número limitado de pessoas permite ao guia um maior poder de controle sobre o turista que passa a respeitar as regras, assim quase não há destruição.
O mergulho de observação nos rios não exige esforço físico. Coletes para flutuação são distribuídos, assim, a pessoa só tem o trabalho de observar, enquanto a corrente de água vai levando as pessoas através do leito do rio.
A água dos rios, apesar de límpida, não deve ser ingerida. A alta quantidade de magnésio e calcário nela presentes pode causar problemas intestinais.
Cuidados
Evite tomar água dos rios de Bonito. As águas são ricas em magnésio e calcário e podem provocar diarréia. Aproveite para ajustar o relógio para não perder o horário dos passeios: o fuso em Bonito é de uma hora a menos em relação a Brasília.
O que levar
Leve máscara, snorkel e roupas de neoprene (nadadeiras são proibidas). Esse material também pode ser alugado no local. Prepare-se contra mosquitos e separe um tênis ou bota adequados para as caminhadas. Agasalhos para as noites, quando a temperatura cai, principalmente no inverno.