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Notícias de Bonito MS

A consorciação do feijão guandu com capim é uma alternativa viável para o pecuarista que deseja aumentar a produtividade e melhorar a fertilidade e conservação do solo. Isso é possível com a implantação do sistema agrossilvipastoril, que combina em uma mesma área árvores, pastagem e animais.Segundo especialistas na área, o sistema ainda é pouco conhecido e pouco adotado pelos produtores, mas a adesão a ele tem crescido no Brasil.

O sistema agrossilvipastoril é uma das alternativas para a produção de gado no município de Bonito (MS), proposta pelo Projeto GEF Rio Formoso, cujo objetivo principal é a conservação da biodiversidade da bacia hidrográfica do rio Formoso, por meio do manejo sustentável da água e do solo.

De acordo com o engenheiro-agrônomo Marcílio Antônio Rodrigues, que arrendou uma propriedade no município há um ano, além de aumentar a produtividade, o guandu fica mais agradável ao paladar animal justamente no inverno, quando o capim está seco e mais pobre em nutrientes. A leguminosa ainda ajuda a proteger o pasto durante o período seco, sem o guandu, com uma semana de sol o capim começa a secar, afirma Rodrigues.

No sistema agrossilvipastoril podem ser utilizadas árvores para extração de madeira, frutíferas ou forrageiras. Elas formam barreiras que servem de quebra-vento, evitam a erosão e sombreiam o pasto, proporcionando maior conforto aos animais.

O GEF Rio Formoso: Manejo Integrado da Bacia Hidrográfica e Proteção da Biodiversidade visa a orientar a comunidade da região de Bonito a trabalhar na agropecuária com responsabilidade ambiental, baseada nos conceitos da agroecologia.

O Projeto tem como coordenador adjunto o pesquisador Rodiney de Arruda Mauro, da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Para Mauro, o GEF Rio Formoso leva ao município de Bonito as tecnologias desenvolvidas pela Embrapa para a produção agropecuária. Estamos buscando inserir na região métodos conservacionistas para a produção de gado de corte, afirma.

O Projeto GEF Rio Formoso é financiado pelo Banco Mundial e coordenado pela Embrapa Solos e conta com a participação da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS), Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS) e Embrapa Pantanal (Corumbá-MS). Também estão envolvidos a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural - Agraer, Secretaria de Estado do Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia - Semac, Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Conservação Internacional - CI Brasil e Fundação Cândido Rondon.

No período de 1 a 4 de abril, profissionais de comunicação da Embrapa Gado de Corte, Embrapa Agropecuária Oeste, Embrapa Pantanal, Conservação Internacional, Fundação Cândido Rondon e do próprio Projeto estiveram reunidos em Bonito para conhecer de perto as atividades realizadas e em fase de implantação, entre elas o sistema agrossilvipastoril, o sistema agroflorestal e a usina de processamento de lixo. As informações são da assessoria de Imprensa da Embrapa Gado de Corte.

Especialistas em meio ambiente e turismo encerraram na quinta-feira 10 de abril, em Oxford na Grã-Bretanha, um debate sobre os efeitos do aquecimento global sobre a indústria de viagens e lazer.

O evento é apoiado por várias agências da ONU incluindo a Organização Meteorológica Mundial, OMM, e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma.

Um estudo diz que os países que serão mais afetados na indústria do turismo por causa do aquecimento global ainda não se deram conta do problema. O Brasil e as outras nações de língua portuguesa não aparecem na lista dos locais que merecem mais atenção.

A preocupação é maior com o Caribe, Austrália, Nova Zelândia, ilhas dos oceanos Pacífico e Índico e com os países banhados pelo Mar Mediterrâneo.

Carros e Aviões
O climatologista Murray Simpson, um dos autores do estudo, lembra que o turismo é, ao mesmo tempo, um causador e uma vítima do aquecimento global. Causador porque mobiliza carros e aviões, além de precisar de muita água em suas atividades.

E vítima porque a elevação da temperatura pode aumentar a seca em regiões que já sofrem com o problema, além de diminuir os locais com a presença de neve, impedindo a prática de esportes como o esqui.

A sugestão dos organizadores é que o setor do turismo tente implementar ações de mitigação das emissões de carbono, como, por exemplo, o uso de combustíveis alternativos em carros e aviões.

A Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul) recebeu a visita do indiano John Eaper, engenheiro ambiental da indústria têxtil American & Eird (A&E), da Carolina do Norte, na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Bonito.

A indústria deverá se instalar em Três Lagoas e o engenheiro foi conhecer a ETE para usá-la como modelo em outra estação que a A&E deverá construir em Mato Grosso do Sul. Atualmente, a indústria opera em mais de 50 países. A Estação de Tratamento de Esgoto de Bonito recebeu elogios do profissional ambiental. "Dos lugares que estive, onde temos filiais, no mundo não há estação igual", disse referindo-se aos cuidados, organização e higiene.

O diretor técnico Victor Dib Yazbek Filho afirma que avaliações positivas de empresas internacionais servem de incentivo para que a Sanesul continue melhorando o trabalho. "Apenas expusemos os nossos projetos para o tratamento de esgoto em todo o Estado e ficamos satisfeitos pela avaliação feita pelo consultor; isto deve servir de estimulo para continuarmos nosso trabalho", ressalta.

Com a avaliação e aprovação do modelo pelo consultor, o grupo que está instalando a indústria têxtil, deve dar continuidade ao empreendimento em execução na cidade de Três Lagoas, pois considerou a Estação da Sanesul extremamente responsável e de total segurança ambiental.

Histórico da ETE

A ETE de Bonito foi inaugurada em Agosto de 2007. É uma das únicas do País a devolver água praticamente potável à natureza. A cidade conta ainda com coleta e tratamento do esgoto em 100% dos domicílios, mantendo preservada a saúde da população. Este investimento no saneamento se traduz em higiene e melhores condições de vida, mantendo o meio ambiente sadio.

A Estação de Tratamento de Esgoto foi construída com recursos da Petrobras, em parceria com a Sanesul, governo do Estado, Prefeitura Municipal de Bonito e a Fundação Cândido Rondon.

O Governador André Puccinelli manifestou sua opinião a respeito da estação na ocasião da inauguração: "Com a estação de tratamento de esgoto, tenho a certeza de que a saúde da população será preservada e o meio ambiente não sofrerá danos", declarou.

O presidente da Sanesul, José Carlos Barbosa, ressalta que a estação é fruto da preocupação da Sanesul com a preservação do meio-ambiente. "O fato de termos a melhor tecnologia em tratamento de esgoto revela a preocupação da empresa com a questão ambiental e com a saúde da população", afirmou.

"O Processo de Internacionalização das Universidades - Avaliação, Qualidade e Pertinência da Cooperação Internacional" é o tema escolhido para a XX Reunião Anual do Fórum de Assessorias das Universidades Brasileiras para Assuntos Internacionais (Faubai), que acontece no período de 15 a 18 de abril de 2008, no Salão de Convenções do Zagaia Eco Resort, em Bonito, Mato Grosso do Sul.

O Faubai é coordenado pela UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e a UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul).

Durante o evento, estarão em Bonito autoridades dos Ministérios da Educação, da Ciência e Tecnologia e de Relações Exteriores do Brasil, além de representantes dos Consulados da Polônia, África do Sul, China e Bélgica no Brasil, e ainda dirigentes dos Escritórios de Assessoria Internacional da Espanha, Alemanha, Portugal, Itália, Canadá, França, Argentina e do Chile, bem como técnicos de várias Universidades brasileiras e do exterior.

A abertura oficial da XX Reunião Anual do Faubai está programada hoje, às 18h30, com a presença da presidente do Fórum e Assessora de Relações Internacionais da Universidade de Caxias do Sul - UCS, Luciane Stallivieri; dos reitores da UFGD, Damião Duque de Farias: da UFMS, Manoel Catarino Paes e da UEMS, Gilberto José de Arruda.

A palestra inaugural, sob o tema "O Ensino Superior no Mundo - Paris + 11", será proferida pela vice-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, Wrana Panizzi. O CNPq é um dos organismos do Ministério da Educação do Brasil que apóiam a realização do Fórum em Bonito.

Durante audiência pública de prestação de contas realizada na noite de sexta-feira (11), na Escola Municipal Vitalina Vargas Machado, na Vila Machado, o prefeito José Arthur (PMDB) informou que o município está doando à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul uma área de 5 hectares para a construção do Campos Universitário de Bonito.

A área, próxima ao Zagaia Eco Resort, faz parte de um campo de pouso desativado, que tem uma pequena parcela utilizada provisoriamente pela Associação dos Moradores da Vila Machado como campo de futebol. Mesmo com a doação, a prefeitura garantiu que a comunidade manterá, na área restante, espaço suficiente para suas atividades de lazer.

O prefeito disse ainda que o prazo para o município enviar a escritura da área, já registrada ao reitor da UFMS, Manoel Catarino Peró vence na próxima sexta-feira, sob pena de perder a verba federal destinada à construção do campus. "As exigências legais a serem observadas pela prefeitura municipal foram todas cumpridas e a universidade certamente trará muitos benefícios, para Bonito e para a Vila Machado", afirmou José Arthur. .

As obras de infra-estrutura e a implantação do campus serão viabilizadas através do Ministério da Educação, que liberou R$ 5 milhões por meio do "Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais". Além de Bonito serão criados campus em Ponta Porã e Naviraí.

Em Bonito serão implantados os cursos de Turismo e Biologia, cada um com 50 vagas. De acordo com o reitor pode haver ampliação de dez vagas em cada cadeira.

Por: Cristiane Prizibisczki

A Justiça de Mato Grosso do Sul livrou, na segunda-feira (7/04), 18 empresas, entre siderúrgicas e carvoarias, da obrigatoriedade de respeitar um Termo de Compromisso de Conduta (TCC), firmado em 2006, que proibia o uso de carvão proveniente de municípios da região do Pantanal e Serra da Bodoquena. Com a decisão, a estimativa feita por um estudo da Fundação Getúlio Vargas de que o Pantanal poderá desaparecer em pouco mais de 45 anos está cada vez mais perto de se concretizar.

O acordo foi firmado após a abertura de um inquérito civil pelo Ministério Público Estadual para "apurar a regularidade da instalação do Pólo Minero-Siderúrgico, bem como eventuais danos ambientais decorrentes". Na época, a preocupação específica era com a empresa MMX, do empresário Eike Batista, que detinha a maior operação da região. A empresa assinou um Termo de Compromisso de Conduta comprometendo-se a não comprar madeira, carvão e outros subprodutos das cidades de Corumbá, Ladário, Miranda, Bodoquena, Bonito, Jardim e Guia Lopes, ainda que prévia e regularmente licenciados.

Depois disso, o Ministério Público Estadual, o Estado do MS, o município de Corumbá, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente das Cidades, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia de MS (Semac) e o Instituto de Meio Ambiente do Estado (Imasul) firmaram outro Termo de Compromisso de Conduta para as demais empresas da região, vetando a elas o direito de comprar os produtos que vinham destas sete cidades. No entanto, o respiro dado ao Pantanal durou pouco.

Conforme a defesa das empresas que foram ao TJ - a Vetorial Siderurgia Ltda, a Simasul Ltda e outros fornecedores -, o TCC foi firmado "sem o conhecimento e a anuência dos interessados, que foram diretamente atingidos pelas obrigações e vedações impostas pelo termo, onde foi impedido o livre exercício de suas atividades", diz nota divulgada pelo escritório de advocacia Vanessa Lopes, que impetrou o mandado de segurança.

Ainda segundo a defesa, o acordo limita somente o consumo interno de madeira proveniente dos municípios englobados pela medida. Outros Estados, como Minas Gerais, continuaram a consumir a madeira do Pantanal. "Além do conteúdo do TCC extrapolar qualquer conceito legal existente no ordenamento jurídico, houve uma grave ilegalidade, já que as empresas envolvidas não participaram da assinatura deste termo e somente foram notificadas sobre as vedações muito tempo após da assinatura do mesmo", continua a nota da empresa, que ainda dá um cutucão naqueles que lutam por manter o Pantanal em pé: "de uma vez por todas, é necessário ter-se em mente que o equilíbrio do meio ambiente não exclui o desenvolvimento econômico - são ambos direitos fundamentais e devem coexistir".

Nesta semana, o desembargador Paulo Alfeu Puccinelli, do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul, aceitou os argumentos das 18 empresas beneficiadas com a decisão liminar. Para o promotor de Justiça da comarca de Bonito e especialista em direito ambiental, Luciano Furtado Loubet, há uma incoerência da decisão do Estado, já que ele foi um dos autores do Termo de Compromisso de Conduta em 2006. "Com o TCC, o Estado se comprometeu a não deixar que as empresas comprassem o carvão [das sete cidades]. Como que agora o próprio Estado diz que o documento é ilegal?", questiona Loubet. Segundo ele, a Procuradoria de Justiça de Mato Grosso do Sul avalia entrar com recurso contra a decisão do desembargador Puccinelli.

O que virá?

Mal assumiu a superintendência do Ibama do Mato Grosso do Sul, o engenheiro agrônomo David Lourenço já tem uma batata quente nas mãos. No cargo há apenas alguns dias - ele assumiu oficialmente no dia 28 de março - Lourenço terá que lidar com a possibilidade de um boom no comércio entre as cidades do entorno do Pantanal e o Complexo Siderúrgico. Se este comércio se limitará às carvoarias licenciadas é que é o problema.

Vale lembrar que os casos de comercialização de carvão ilegal na região sempre ocorreram, facilitados pela falta de fiscalização e o desaparelhamento do Estado para a realização de medidas simples de controle - no Ibama de Corumbá, por exemplo, só existem três servidores destinados a esse trabalho, dois eles atualmente realocados para a força tarefa realizada pelo órgão para combater o desmatamento na Amazônia.

A situação se agrava quando considerado o embate que o Ibama vive. Segundo fontes ligadas ao órgão, Lourenço já teria sinalizado que o Instituto deve "pegar leve" com as siderúrgicas. Por outro lado, diante da crise de identidade que o Ibama vive, estuda-se a possibilidade de o órgão eleger o Pantanal como sua bandeira de atuação. Procurado pela reportagem de O Eco, David Lourenço afirmou que "não há qualquer procedência" na informação.

Como a situação na região ficará depois de concedida a liminar às empresas do Pólo Siderúrgico ainda é uma incógnita. Segundo o Chefe do Escritório Regional do Ibama de Corumbá, Ricardo Pinheiro de Lima, ao cair o TCC, o Estado pode, por vontade própria, cobrar que empresas não comprem madeira e carvão do Pantanal. No entanto, ele não é mais obrigado. "Temo que o Estado não vá colocar essa condicionante quando renovar as licenças das empresas existentes ou conceder novas licenças para as que virão", diz. O Procurador Geral do Estado, Rafael Coldibelli Francisco, foi procurado pela reportagem de O Eco para comentar o assunto, mas disse não poder responder as questões até o fechamento da matéria.

Pesa ainda sobre o Pantanal a ameaça de que a autorização para o comércio nas cidades de seu entorno estimule outras empresas a requerer a mesma liberação. "Na minha opinião pessoal, esse fato abriu um precedente perigosíssimo. No caso da MMX, por exemplo, é bem possível que ela diga: Se não está cobrando delas [outras siderúrgicas], por que vai cobrar de mim? Se nenhuma siderúrgica tem o condicionante, temo que vamos perder o controle", lamenta Lima. A empresa MMX também foi procurada por O Eco, mas não respondeu os e-mails enviados.

De acordo com Lima, o Ibama está investigando carvoarias do Mato Grosso do Sul para averiguar possíveis clandestinidades. Nas próximas semanas, o órgão deve dar início a novas ações de fiscalização.

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