Notícias de Bonito MS
Com sete grandes eventos de cultura, religião, esportivo e temático programados para julho, agosto e setembro, Bonito mantém a média de público visitante na alta e baixa temporadas e movimenta toda a cadeia do turismo, com reflexos também nos dois municípios vizinhos, Jardim e Bodoquena, com os quais forma a Rota Turística Bonito Serra da Bodoquena. Somente o Brasil Ride levará mais de três mil pessoas ao destino.
A cidade reúne os pré-requisitos necessários para sediar eventos em várias modalidades, com uma excelente rede hoteleira, restaurantes de diversas categorias, aeroporto regional conectado com Viracopos e Congonhas, locadoras de automóveis, agências de viagens e um centro de convenções com capacidade para atender encontros com até 2.000 pessoas, entre outras infraestruturas necessárias. Com essa infraestrutura, Bonito está se tornando um destino natural para eventos.
Antecipando a alta temporada de julho, a Capital do Ecoturismo realiza de 27 a 30 de junho uma das maiores festas religiosas de Mato Grosso do Sul: a 94ª Festa de São Pedro, padroeiro local. A celebração comunitária iniciada em 1928, quando a cidade ainda não existia, conta com cavalgada (no dia 29, com a participação do clube de laço local), quermesse, quadrilhas, novena, missa campal e atrai milhares de pessoas da região.
Literatura e cinema
O mês das férias escolares começa com a oitava edição do FLIB (Feira Literária de Bonito), que deve reunir durante os quatro dias (de 3 a 6) mais de dez mil pessoas. Debatendo “Literatura: as fronteiras e as travessias”, o evento será realizado na Praça da Liberdade e reunirá expressões da literatura e das artes nacionais e regionais, com lançamentos de livros, homenagens e shows musicais (uma das atrações será o músico Renato Teixeira).
De 19 a 27 de julho, a cidade receberá a segunda edição do Bonito Cinesur – Festival de Cinema Sul-Americano. Além de grandes filmes nacionais e estrangeiros, o evento terá encontros de renomados produtores, atores, diretores, professores e estudantes, além de oficinas e debates das obras. No ano passado, o festival recebeu 4.200 pessoas e este ano estima-se um público de 5.500 pessoas.
Brasil Ride e FIB
Ainda em julho, no dia 31, o destino recebe mais uma edição do Brasil Ride, uma das maiores competições de mountain bike, que segue até 3 de agosto. São mais de mil atletas inscritos, o que representa a presença de cerca de três mil pessoas - incluindo os acompanhantes dos competidores - visitando e consumindo na cidade –. O evento também promove o destino nacionalmente na mídia, mostrando a relação dos atletas com a natureza.
No mês de agosto (dias 21 a 25), acontece o 23º Festival de Inverno de Bonito (FIB), um evento já consolidado que eleva a taxa de ocupação da rede hoteleira em 100%, como ocorreu no ano passado. Este ano, além das múltiplas atividades culturais e extensa programação, as atrações musicais são: Zé Ramalho, Sandra de Sá, Monobloco, Alexandre Pires, Teodoro e Sampaio e Olodum. Em 2023, o festival recebeu um público de 100 mil pessoas.
Inspira Ecoturismo
De 10 a 14 de setembro, será realizado no Centro de Convenções de Bonito o Inspira Ecoturismo, evento promovido pelo Sebrae de fomento do setor turístico com palestras, painéis, salas temáticas e visitas técnicas para aperfeiçoar conhecimentos e fortalecer networkings (redes de relacionamento). No mesmo mês, nos dias 13 a 15, a cidade recebe a segunda etapa do Circuito de Laço do Nabileque, festa tradicional da cultura do campo.
As datas dos shows nacionais do Festival de Inverno de Bonito 2024 foram divulgadas! Confira quando terá apresentações de Alexandre Pires, Zé Ramalho, Olodum, Monobloco, Sandra de Sá e a dupla Teodoro e Sampaio.
O Festival de Inverno de Bonito 2024 terá uma programação bem eclética, com gêneros musicais variados como samba, MPB, axé e sertanejo. O evento é gratuito e também reúne diversas outras atrações, como teatro, dança, circo e artesanato.
Confira as datas dos principais shows:
21 de agosto - Alexandre Pires
23 de agosto - Zé Ramalho
24 de agosto - Olodum | Monobloco | Sandra de Sá
25 de agosto - Teodoro e Sampaio
Céu ensolarado para nublado, temperaturas oscilando entre 29 e 10 graus nas próximas semanas e umidade relativa do ar acima de 60%. Este é o cenário climático previsto para Bonito e região com a chegada do inverno, propiciando passeios ao ar livre em um ambiente térmico confortável para o período de falta de chuvas. As queimadas que atingem o Pantanal não interferem na visitação aos destinos, onde não há registros de focos.
Ao lado de Jardim e Bodoquena, Bonito integra a Rota Turística da Serra da Bodoquena, um dos mais expressivos ecossistemas do Cerrado em Mato Grosso do Sul. As queimadas no bioma pantaneiro ocorrem a mais de 300 quilômetros de distância da região serrana, onde as áreas de visitação do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, formado por rios cristalinos, cânions, cachoeiras e rica biodiversidade, também estão operando normalmente.
Atrativos em operação
“O fogo está bem distante das áreas de atrativos turísticos do parque e do seu entorno (região de Bonito e Bodoquena) e a visitação está normal, tudo normal”, informa o chefe do parque administrado pelo ICMbio (Instituto Chico Mendes), Sandro Roberto da Silva Pereira.
A secretária de Turismo de Bonito esclarece que os mais de 40 atrativos do destino, por conta das condições climáticas e a não interferência das queimadas do Pantanal, operam normalmente e sem riscos de suspensão das atividades. “Não temos queimadas ou consequências delas, como fumaça; contamos com uma guarnição do Corpo de Bombeiros e as previsões meteorológicas são as melhores possíveis para a nossa região”, certifica o diretor de turismo Elias de Oliveira.
Este ano a 8ª edição da FLIB (Feira Literária de Bonito) acontecerá de 3 a 7 de julho. Anualmente a FLIB acontece na Praça da Liberdade, com programação gratuita.
Desta vez o tema da feira será “Literatura: as fronteiras e as travessias”. Durante o evento de lançamento, a organização irá apresentar a programação oficial e uma mostra das edições anteriores.
Os homenageados desta edição serão o escritor Hélio Serejo (1912-2007), nascido em Nioaque (MS), cujas narrativas e personagens permitem compor um quadro da cultura regional, deixando entrever as fronteiras em contos e causos, fragmentos de histórias que ouviu ou que viveu, em tempos e espaços que se perdem em suas memórias.
Também Graciliano Ramos, escritor brasileiro representativo do romance regionalista dos anos 1930, cuja obra Vidas secas é um exemplo dos deslocamentos a que são submetidos os sujeitos nas diferentes regiões brasileiras, compondo nossas identidades, transgredindo nossas margens, estabelecendo novos territórios para si e para os outros.
O Bonito CineSur: Festival de Cinema Sul-americano de Bonito, informa que estão abertas no período de 20 de junho a 10 de julho as inscrições para as Oficinas de Roteiro cinematográfico, Assistência de Direção, Produção executiva e Interpretação para cinema e TV.
Todas as oficinas são gratuitas e vão acontecer durante a realização da segunda edição do Festival que este ano acontecerá em julho, no período de 19 a 27, no Centro de Convenções de Bonito.
Os participantes, estudantes de cinema e profissionais do ramo, terão o privilégio de aprender com grandes nomes do setor escolhidos pelo diretor geral do Bonito Cinesur, Nilson Rodrigues, que convidou alguns dos melhores profissionais do audiovisual para compartilhar conhecimento e práticas de alguns dos processos de produção, direção, roteiro e interpretação.
A oficina de Assistente de direção e continuidade: será ministrada por Marianne Macedo Martins, Diretora, Primeira Assistente de Direção e Continuísta. Trabalha há quinze anos com produções audiovisuais e soma mais de 40 longas-metragens e séries. Recentemente dirigiu a série de ficção “No Ano Que Vem” produzida pela Fina Flor Filmes e exibida pelo Canal Brasil.
A oficina de Produção executiva estará à cargo de Camilo Cavalcante, produtor executivo e diretor, assinou produções de sucesso como “A vida invisível de Karim Aimouz”, vencedor da Mostra “Une Certain Regard”, Festival de Cannes em 2019, vencedor de 8 Kikitos e diretor de séries premiadas internacionalmente para a HBO.
Para oficina de Roteiro, o Bonito Cinesur convidou José Eduardo Belmonte, que atualmente faz enorme sucesso com os filmes “Uma família feliz” “O pastor e o guerrilheiro”, além de séries para HBO como “Alemão” e o longa “Alemão2”. Belmonte é diretor artístico da Rede Globo desde 2016.
O ministrante da oficina de interpretação será informado em breve.
O público-alvo das oficinas são estudantes de cinema e audiovisual, produtores, diretores, roteiristas, técnicos, administradores, entre outros, terá oportunidade ímpar de aprender com os melhores do audiovisual.
A Azul vai operar todos os dias e a Gol decolará de Congonhas durante 22 dias, exceto nas sextas e segundas-feiras
Em Bonito, Jardim e Bodoquena, que integram a Rota da Serra da Bodoquena é esperado o aumento de visitantes em férias com a família e principalmente as crianças.
Com reservas feitas diretamente com as agências de turismo, são mais de 40 atrativos somente na Capital do Ecoturismo, acompanhados de uma gastronomia com fortes raízes pantaneiras.
Acirrando a concorrência no mês de julho, Bonito terá maior oferta de voos em um mês de alta temporada: a Azul vai operar todos os dias (com saídas às 10h55 e 11h05 de Viracopos), e a Gol decolará de Congonhas durante 22 dias, às 14h05, não operando apenas às segundas e sextas-feiras.
A conexão rodoviária com Campo Grande reduziu em 40 km com o novo acesso, pela BR-262 e MS-345 (Estrada do 21).
“A expectativa para o mês de julho é a melhor possível, a procura pelos nossos atrativos tem sido muito grande”, afirma o diretor de Turismo de Bonito, Elias de Oliveira Francisco, apontando que, além das férias, a cidade receberá um fluxo maior de turistas com a realização de três grandes eventos no mês:
8ª Feira Literária (FLIB), de 3 a 6;
2º Bonito CineSur – Festival de Cinema Sul-Americano, de 20 a 27;
e uma etapa do Brasil Ride, uma das maiores competições de mountain bike, de 31 de julho a 3 de agosto.
Com apenas 10 centímetros de comprimento, o Ancistrus formoso, mais conhecido como cascudo-cego das cavernas, foi avistado por pesquisadores durante expedição entre o Bioparque Pantanal e instituições parceiras.
O animal, criticamente ameaçado de extinção segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), foi observado durante mergulho na nascente do rio Formoso, no município de Bonito, no Mato Grosso do Sul.
Participaram da expedição Bioparque Pantanal, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com apoio técnico do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).
Apesar de não ter sido coletado, seu avistamento é um sinal positivo, por se tratar de um animal endêmico da região, ou seja, que só existe naquele lugar, especificamente em um sistema de cavernas conhecido como Formoso e Formosinho. Outro fator também celebrado com a presença do animal é a baixa densidade populacional da espécie.
A presença de espécies ameaçadas pode servir como indicador da saúde geral do ecossistema. Ambientes que suportam espécies raras ou ameaçadas tendem a ser menos impactados por atividades humanas, indicando alta qualidade ambiental.
Conforme explicou a diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri, o avistamento do animal indica que a caverna oferece um habitat adequado para sua sobrevivência.
"Isso pode levar a esforços de conservação direcionados para proteger a espécie e o local onde vive, ajudando a preservar a biodiversidade da região. Além disso, através de estudos, poderemos obter informações valiosas sobre seus hábitos, ecologia e necessidades, dados cruciais para desenvolver estratégias eficazes de conservação e manejo."
Maria Fernanda ainda enfatiza que a confirmação da presença do animal reveste-se de importância ambiental. "A notabilidade se dá principalmente por três fatores: por se tratar de uma espécie criticamente ameaçada de extinção, pela complexidade do trabalho e da logística envolvida em uma expedição em caverna inundada, e pela dificuldade de encontrar pesquisadores e profissionais com expertise para esse tipo de projeto de pesquisa."
O presidente da Sociedade Brasileira de Ictiologia, Leandro Melo de Sousa avistou a espécie recentemente durante um mergulho na expedição. Ele revelou que este tipo de cascudo é uma espécie enigmática.
"Não sabemos quase nada sobre ela; existem pouquíssimos exemplares coletados décadas atrás. Um dos desafios mais difíceis desse tipo de estudo é justamente acessar o ambiente; para entrar numa caverna alagada, é necessário treinamento e planejamento."
Um fato interessante apontado por Leandro Sousa é que o cascudo faz parte da família dos bagres, existindo mais de mil espécies no Brasil. "Em qualquer espaço aquático que imaginarmos, há um cascudo adaptado a viver, seja em água parada, fria, quente, lago, corredeira ou caverna; é um grupo muito interessante para ser estudado."
Leandro mergulhou com Edmundo Dineli, mestre em geografia e bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Ele foi um dos biólogos responsáveis pela coleta do animal há 20 anos.
"Nós fizemos um mergulho extenso, a 180 metros da entrada da caverna, e avistamos o animal em seu habitat natural. Uma característica interessante desse animal é que, ao contrário de seus parentes que vivem sob rochas, ele vive nas paredes", explicou.
Biólogo e doutor em ecologia, José Sabino foi quem descreveu a espécie há décadas atrás. Segundo ele, a descrição de uma nova espécie é um evento marcante para a ciência e, de certa forma, mostra a beleza do processo evolutivo e revela também o quanto a biodiversidade é desconhecida.
“Descrever a biodiversidade nos impõe a responsabilidade de aprender e conservar as espécies com as quais compartilhamos o Planeta. Um cascudo não sabe de sua própria existência ou se vai morrer. Ele apenas vive, come, se reproduz. Cabe a nós, humanos, prover as condições ambientais para que todos as outras criaturas possam seguir sua jornada. A região da Serra da Bodoquena abriga sistemas aquáticos únicos no mundo que merecem nosso total respeito”.
Essa foi a primeira expedição voltada para a coleta de uma espécie ameaçada de extinção, uma iniciativa do projeto Cascudos do Brasil, do Bioparque Pantanal no Centro de Conservação de Peixes Neotropicais liderado por Heriberto Gimenês Junior, biólogo curador do Bioparque que participou da expedição e ressaltou a importância do avistamento da espécie.
"É o início de uma jornada em relação à conservação de cascudos de caverna aqui no Brasil. Nossa ideia é unir este time de especialistas, cada um contribuindo com sua expertise; nós, como pesquisadores do Bioparque, temos como objetivo aplicar os protocolos de reprodução ex-situ criados no Centro de Conservação do empreendimento que detém o maior acervo de cascudos do mundo, com 104 espécies de todo o Brasil. A partir disso, podemos criar políticas de conservação e realizar estudos populacionais, visando futuros repovoamentos com espécimes nascidos no Bioparque, garantindo que essa espécie não seja extinta na natureza".
A professora doutora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Maria Elina Bichuette, membro do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Biodiversidade e Uso Sustentável de Peixes Neotropicais (INTC Peixes), financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), fará o levantamento de dados para obter mais informações sobre a espécie.
"Temos uma lacuna de informações sobre como está essa população de cascudos, mas é fundamental entendermos como este animal está distribuído. Temos poucas cavernas inundadas no Brasil, o que torna este animal ainda mais importante. Por ser difícil de encontrar, torna-se raro e, portanto, deve ser um símbolo importante para projetos de conservação de peixes de caverna no Brasil. O mais importante não é apenas mencionar que o animal está ameaçado de extinção, mas trabalhar para retirá-lo desse grau de ameaça".
Segundo a pesquisadora, desde a descrição da espécie em 1997, não temos informações ecológicas e comportamentais mais detalhadas. Ele será uma espécie guarda-chuva para o estudo da ictiofauna de cavernas; ou seja, sua conservação resulta na preservação de um grande número de outras espécies e seus habitats.