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Notícias de Bonito MS

O Projeto Jacaré, desenvolvido na Embrapa Pantanal, em Corumbá (MS), acaba de completar 21 anos de atividades de campo. As pesquisas começaram em setembro de 1986 e foram renovadas com o título "Padrões de movimento e reprodução do jacaré-do-Pantanal e jacaré-paguá como indicadores de mudanças climáticas e antrópicas em longo prazo nos biomas brasileiros" pelo Macroprograma 3 em 2007.

Nos dias 15 a 19 de setembro, a pesquisadora Zilca Campos e sua equipe José Augusto Dias da Silva, Henrique de Jesus, Vandir Dias da Silva e Dênis Celin Tilcara capturaram 220 jacarés nas fazendas Alegria, Campo Dora e Dom Valdir, no Pantanal da Nhecolândia (MS).

Entre as capturas, 11 foram jacarés que já tinham sido capturados e marcados há 19 anos (e 250 dias), 18, 11, 8 e um ano atrás. "O valor científico desses resultados é grandioso e inédito para a espécie", disse Zilca.

Ela agradece aos proprietários das fazendas envolvidas com as pesquisas e ao pessoal de sua equipe pelo entusiasmo e determinação nas atividades de captura e recaptura deste ano. "Sem a ajuda da equipe, seria impossível. Sozinho ninguém faz nada."

TRAJETÓRIA

Nesses 21 anos, segundo Zilca, foram capturados quase 6 mil jacarés. A maioria da espécie Caiman yacare, conhecido como jacaré-do-Pantanal. Os animais foram capturados e marcados nas fazendas citadas acima e também na Nhumirim, da Embrapa Pantanal (unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA). Recentemente a pesquisadora começou a estudar o jacaré-paguá (Paleosuchus palpebrosus) nos riachos e rios do entorno do Pantanal, espécie pouco conhecida para a ciência e que já sofre com as mudanças antrópicas na sua área de distribuição.

"Com esse trabalho conseguimos monitorar o crescimento, a movimentação e vários parâmetros populacionais", disse ela. Uma descoberta inédita neste período foi o comportamento do jacaré-do-Pantanal de formar bandos e andar em fila indiana entre poças e lagoas, principalmente no período seco no Pantanal, de agosto a novembro. Esse comportamento foi observado há cerca de dez anos e publicado na revista científica internacional Copeia em 2003.

Zilca disse que os jacarés são espécies de vida longa - vivem de 40 a 50 anos na natureza - e os estudos precisam de longo prazo para entender sua história de vida e seus requerimentos de habitats. Em anos muito secos seles podem morrer por predação, infestação de parasitas, etc", explicou.

O jacaré é um animal semi-aquático e consegue ficar até uma hora submerso. Depois desse período, ele precisa estar com o focinho fora da água para respirar.

A pesquisadora também observou que os jacarés andam bastante. "Um deles, com 10 anos, chegou a andar 20 quilômetros", afirmou. O monitoramento é feito em uma área de 50 km² e Zilca pretende expandir o espaço de observação e captura.

Ela conta que outras espécies também têm o hábito de andar bastante. Há relatos de outras espécies de crocodilianos que andam 50 quilômetros. Um deles, na Austrália, chegou a andar mil."

As capturas geralmente são feitas à noite, com uso de lanternas de cabeça e de mão. "Mas durante o dia é mais fácil. Os meses escolhidos para a busca são agosto e setembro, período de estiagem no Pantanal.

Atualmente a captura é feita uma vez por ano. Os animais são marcados com brincos de plástico na cauda (vermelhos ou azuis para os machos e amarelos ou verdes para as fêmeas).

Também é possível marcá-los com uma combinação numérica feita nas cristas duplas e simples. Neste caso, não há risco da marcação se perder porque a crista cortada não se refaz.

Quando começou a trabalhar na Embrapa Pantanal, Zilca pesquisava capivaras. Ela encontrou 36 grupos de capivaras na fazenda Nhumirim em 1984 e 1985 e disse que identificava grupo por grupo nas cem lagoas da propriedade. "Nesse período praticamente morei na fazenda", contou.

Aos poucos ela foi se interessando pelos jacarés, animal que foi tema de sua dissertação de mestrado e de sua tese de doutorado. Desde 1986 a pesquisadora se dedica aos crocodilianos. Nesses 21 anos também pesquisaram jacarés os pesquisadores da Embrapa Guilherme Mourão, Sandra Santos, Marcos Coutinho, Max da Silva Pinheiro e de outras instituições de pesquisa do Brasil.

VIAGEM

Nesta segunda-feira, dia 1º de outubro, Zilca Campos, José Augusto e Dênis Tilcara saíram de viagem com o estudante de doutorado William Vasconcelos, do Inpa/Ufam (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e Universidade Federal do Amazonas). Eles vão fazer coletas nas bacias do Alto Paraguai e Amazônica, mais precisamente nos rios Paraguai, Guaporé e Madeira.

William explicou que o objetivo da pesquisa é verificar se os jacarés da Amazônia e do Pantanal são duas unidades evolutivas diferentes ou uma variação apenas no fenótipo (aparência).

Os pesquisadores vão para áreas onde as duas linhagens convivem para observar se há reprodução entre elas, se ocorre hibridagem e se há mistura de caracteres. "O estudo vai usar a genética como ferramenta para responder a perguntas", disse William.

Segundo ele, os resultados terão implicações diretas na conservação e na legislação envolvendo os animais.

O governador André Puccinelli, acompanhado do secretário de turismo do município, Augusto Barbosa Mariano, ativou agora há pouco o Centro de Atendimento ao Turista de Bonito (CAT).

O Centro está preparado para realizar atendimentos. A estrutura foi inaugurada no ano passado, mas não havia recursos humanos e equipamentos para o CAT atender as pessoas que visitam o município, com orientação e reserva de passeios. O governo do Estado investiu R$ 33.734,15 e a prefeitura cedeu o terreno. O CAT fica logo na entrada da cidade, na rua Cel. Pilad Rebuá.

Resolução aprovada pelo Conama, mês passado, tem tudo para gerar polêmica. Ela estabelece novas normas que permitem a criação em cativeiro e a venda de animais silvestres para o mercado doméstico.

Hoje é possível ter um animal silvestre em casa, desde que tenha origem num criadouro autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e que seja da segunda geração, ou seja, um animal que já nasceu no criadouro. A resolução aprovada na reunião do Conselho Nacional do Meio Ambiente, dias 18 e 19 de setembro, porém, amplia essa possibilidade.

Ela estabelece nove critérios para a definição das espécies que silvestres que poderão ser criadas e comercializadas com vistas a atender o mercado de animais de estimação. São eles:
I - significativo potencial de invasão dos ecossistemas fora da sua área de distribuição geográfica original;
II - histórico de invasão e dispersão em ecossistemas no Brasil ou em outros países;
III - significativo potencial de riscos à saúde humana;
IV - significativo potencial de riscos à saúde animal ou ao equilíbrio das populações naturais;
V - possibilidade de introdução de agentes biológicos com significativo potencial de causar prejuízos de qualquer natureza;
VI - risco de os espécimes serem abandonados ou de fuga;
VII - possibilidade de identificação individual e definitiva;
VIII - conhecimentos quanto à biologia, sistemática, taxonomia e zoogeografia da espécie; e
IX - condição de bem-estar e adaptabilidade da espécie para a situação de cativeiro como animal de estimação.

O texto ressalta que as atividades de aquariofilia serão objeto de resolução específica do Conama.

A nova resolução ainda não está em vigência, falta ser aprovada pela Consultoria Jurídica do MMA e então segue para assinatura da Ministra Marina Silva, passando a valer efetivamente quando for publicada no Diário Oficial da União (DOU). Mas já provoca polêmica. As autoridades favoráveis à medida apontam que os zoológicos e criadouros não suportam os 48 mil animais silvestres apreendidos por ano pelo Ibama. Seria uma forma de complementar as ações desenvolvidas pela fiscalização, alegam.

Segundo o analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente João Luís Fernandino Ferreira, a medida promove a compra de animais silvestres, mas apenas dos legalizados. Dá oportunidade a quem pretende ter um espécime da fauna brasileira de procurar criadores e comerciantes em conformidade com a Lei e não do tráfico, como ocorre muito ainda no país, alega.

"O Ibama espera com isso que seja reduzida a pressão sobre a natureza com a extração desses animais do seu ambiente natural. Animais nascidos em cativeiro têm mais chances de sobreviver, pois o criador responsável vende junto com o animal o conhecimento adquirido sobre a manutenção do animal e repassa um animal que desde pequeno está em contato com o ser humano, o estresse é bem menor", garante.

No prazo de seis meses, a partir da data de publicação da resolução, o Ibama deverá divulgar a lista das espécies que poderão ser criadas e comercializadas como animais de estimação.

Habitat Natural

Mas segundo a coordenadora da União pela Vida (UPV), uma ONG do Rio Grande do Sul, Maria Elisa Silva, trata-se de uma subversão completa de valores. "O melhor lugar para os animais é o seu habitat natural e não serem submetidos em casas ou mesmo apartamentos, que já estão se tornando insalubres até para seres humanos", diz ela.

Para a advogada Renata de Mattos Fortes, do Instituto JUS Brasil, responsável por diversas ações promovendo a defesa dos animais, as espécies silvestres requerem cuidados especiais, não são como os animais domésticos, onde já existe uma indústria de alimentação, remédios, vacinas, e veterinários para facilitar a vida de pessoas que querem tê-los consigo.

Mesmo com animais domésticos, é comum a pessoa adquiri-los e depois abandoná-los, por terem crescido demais, por fazerem muito barulho, como papagaios e araras , por não conseguirem educá-los ou porque envelheceram. Com os animais silvestres não será diferente, acredita a advogada.

Ela questiona: "Que medidas de proteção a esses animais o governo esta adotando? E como confiar na capacidade do poder público em cumprir com o art. 4º da lei proposta, que estabelece critérios para que o animal silvestre possa ser considerado de estimação, se tais critérios estão baseados em estudos? Nunca é demais relembrar que o Ibama liberava a caça amadora no RS sem estudos conclusivos sobre as espécies, tendo por isso sido proibida".

"Com absoluta convicção, essa medida não beneficia em nada os animais. O que o governo precisa é adotar medidas de fiscalização para coibir o tráfico de animais silvestres e educação ambiental em locais de ocorrência dessa prática, e não incentivar a compra desses animais, mas, como sempre, não são criadas soluções e sim novos problemas, atendendo a interesses de determinados setores" critica Renata Fortes.

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) fará esta semana um curso de investigações das causas e origens dos incêndios florestais. A capacitação será realizada em Bonito, município distante 247 quilômetros de Campo Grande.

Ao todo, dez militares do Corpo de Bombeiros e 15 técnicos do Ibama de vários estados do Brasil passarão por aulas práticas e teóricas. O curso completo terá duração de 40 horas/aula.

A estiagem que durou quase dois meses causou prejuízos no Pantanal sul-mato-grossense. Incêndios destruíram a vegetação e comprometeram até o controle de vôo na região.

DAVOS, Suíça (AFP) - O setor do turismo mundial enfrenta os efeitos negativos das mudanças climáticas, com a qual contribui de forma crescente, advertiram nesta segunda-feira organizações ligadas à ONU, numa reunião internacional em Davos (Suíça).

"O setor turístico deve enfrentar o desafio da mudança climática, ao mesmo tempo que contribui para as emissões de gases que provocam o efeito estufa", declarou o diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Achim Steiner.

O impacto do turismo no aquecimento global pode dobrar nos próximos 30 anos, de acordo com um relatório das agências da ONU sobre o turismo, meio ambiente e clima.

Os destinos turísticos com zonas costeiras ou montanhosas, especialmente em países pobres ou nas ilhas, como as Maldivas, podem ser os mais afetados pelas mudanças climáticas e o aumento do nível do mar.

"O aquecimento global é real, seus efeitos estão comprovados e o setor do turismo deve se interessar por ele", declarou o secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT), Franco Frangialli.

Segundo a OMT, no ano passado foram realizadas 842 milhões de viagens no mundo e o número de turistas internacionais deve chegar a 1,5 bilhão em 2020.

O transporte, a hospedagem e outras atividades turísticas representam entre 4% e 6% do total das emissões de gases que provocam o efeito estufa, de acordo com a ONU.

O crescimento contínuo do setor pode levar a um aumento de 150% destas emissões nos próximos 30 anos.

Entre os dias 18 a 22 de outubro, será realizada a Feira Internacional e 1º Salão de Turismo de Mato Grosso do Sul. O evento, considerado de grande porte, é inédito no Estado. O evento acontecerá no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande.

Com expectativa de público diário de 20 mil pessoas, o evento será gratuito e contará com uma estrutura ampla, que reproduz os ambientes naturais da região, fazendo com que o Brasil e o mundo conheçam as riquezas naturais e potencialidades que Mato Grosso do Sul oferece.

Ao longo da Feira e do Salão serão realizadas diversas atividades como o festival de gastronomia, apresentações de música e dança, mostra e comercialização de artesanato e produtos típicos, além da rodada de negócios.

Para isso, operadores de turismo e jornalistas de 15 países foram convidados a participar e conhecer as belezas naturais do Estado. "São dois eventos em um, que irão divulgar os destinos turísticos sul-mato-grossenses em âmbito nacional e internacional, com o objetivo de tornar-se um dos principais eventos turísticos da América Latina", revelo a Nilde Brun, diretora-presidente da Fundtur.

O evento contará também com a participação de expositores de seis países da América do Sul - Paraguai, Bolívia, Chile, Argentina, Uruguai e Peru - e de estados brasileiros parceiros de MS, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal.

Outra atração será a presença de todos os municípios do Estado, que estarão vendendo suas potencialidades através das sete regiões turísticas do Estado: Nova Andradina e Região; Pantanal; Rota Norte; Campo Grande e Região; Bonito-Serra da Bodoquena; Costa Leste e Caminhos da Fronteira.

Durante os cinco dias, o evento irá apoiar a comercialização dos roteiros turísticos do Estado; selecionar os roteiros e produtos a serem apresentado no 3º Salão Nacional de Turismo, em São Paulo, em 2008; fortalecer os roteiros turísticos já existentes e apoiar a formatação de novos; promover a integração entre os municípios participantes; contribuir para a difusão histórico-cultural do Estado; realizar ações de qualificação; divulgar os produtos turísticos no cenário nacional e internacional, fortalecendo a imagem de MS.

No Dia Mundial do Turismo, comemorado quinta-feira, a Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur) esteve presente em uma entrevista ao vivo para o programa de televisão Tema Livre, exibido pela TV Guanandi, da rede Bandeirantes.

A gerente de estruturação e desenvolvimento do turismo da Fundtur, Maria Auxiliadora Martins Castro, e os demais convidados - o secretário de Turismo de Campo Grande e presidente do Fórum de Secretários e Dirigentes de Turismo de MS, Rodolfo Vaz de Carvalho; o presidente da ABAV/MS, Sebastião Rosa; e o presidente da ABBTUR/MS, Wantuir Tartari - responderam perguntas feitas por telespectadores ao vivo, por telefone.

Os questionamentos foram relacionados a aspectos de fiscalização dos empreendimentos turísticos; os devidos licenciamentos para tais empreendimentos; turismo sustentável; políticas de turismo desenvolvidas pelo governo do Estado e a volta do Trem do Pantanal.

Maria Auxiliadora expôs que a política estadual do Turismo é pautada na sustentabilidade de todos os processos produtivos, de forma que as gerações futuras usufruam dos potenciais turísticos de Mato Grosso do Sul.

Sobre o tão aguardado retorno do Trem do Pantanal, ela relatou que há dois meses investidores visitaram o Estado, fizeram o percurso ferroviário, analisando as possibilidades de operacionalização e sinalizaram grande interesse em iniciar as atividades em breve. Para tal, será necessário o ajuste estrutural dos trilhos. Outra reunião com os investidores deve acontecer nos próximos meses.

Serão ao todo 13 estações, cujos prédios já foram tombados pelo patrimônio histórico e artístico do Estado. Em todas, estão sendo viabilizados espaços culturais e turísticos. O trem contará com cinco vagões: um vagão-restaurante, um vagão com vista panorâmica e outros três vagões de classe executiva, equipados com poltronas e ar condicionado.

Maria Auxiliadora finalizou alegando que o desejo da Fundtur no Dia Mundial do Turismo é consolidar Mato Grosso do Sul como um dos principais destinos turísticos do Brasil e do mundo.