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quinta, 26 de agosto de 2010

Administração X Meio Ambiente

Administração x meio ambiente = Gestão Ambiental

A causa ambiental a muito saiu do âmbito acadêmico e teórico para hoje assumir uma posição extremamente importante na gestão empresarial – seja ela rural ou urbana. Trata-se de uma variável que desafia os gestores como uma das preocupações prioritárias no estabelecimento de metas, ações e estratégias de produção – citando como exemplo a agroindústria e o turismo.

É preciso que se consiga produzir com o menor impacto ambiental possível, assim sendo, independentemente do tipo de atividade empresarial é necessário cuidado e atenção à variável ambiental – uma vez que o modo de produção está diretamente ligado à saúde ambiental, social e humana. Neste contexto o olhar dos gestores deve, sob o prisma da gestão ambiental, contemplar desde atividades rotineiras até a discussão de cenários e processos alternativos de produção, com o objetivo de minimizar ou evitar os impactos ambientais.

Segundo ALTVATER, citado por NAVES (2001), “o sistema, o modo de produzir e o de viver encontrarão inevitavelmente um fim quando a fonte de energia (de fontes fósseis) estiver esgotada ou quando as emissões fósseis superarem o limite suportável das esferas naturais”. Dessa forma a sobrevivência direta do sistema econômico mundial depende, segundo TIETENBERG, citado por NAVES (2001), “do respeito à capacidade de suporte do planeta, ou seja, da capacidade finita que o meio ambiente tem de absorver a poluição e de fornecer recursos esgotáveis, como energia e minerais”. Nesse contexto torna-se necessário rever as formas de regular a troca material entre natureza, indivíduo e sociedade.

Corroborando, PIZZA JR., citado por NAVES (2001) afirma que a tarefa de circunscrever limites à produção é política, antes de mais nada, mas a de torna-la efetiva cabe à administração, no sentido amplo, isto é, a gestão de recursos (finitos).”  Daí nasce o uso dos pilares da administração no auxílio ao processo de gestão dos ativos e passivos ambientais, lembrando, segundo NAVES (2001) que “a tarefa de administração é a interpretar os objetivos propostos e transforma-los em ação através do planejamento, organização, direção, coordenação e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos da maneira mais adequada à situação.”

NAVES ressalta ainda a importância de uma “visão sistêmica” para auxiliar o processo de gestão, uma vez que “é uma forma de análise integrada que permite interpretar as organizações como conjuntos de elementos ou componentes inter-relacionados, que procuram manter um estado de equilíbrio entre si e com seu ambiente, e que controlam seu próprio desempenho visando à realização de objetivos.”

Outro fato que reforça a preocupação dos gestores com a questão ambiental é que – conforme, ANDRADE, TACHIZAWA e CARVALHO afirmam - o crescimento econômico hoje é entendido como o crescimento contínuo do produto nacional em termos globais ao longo do tempo, representando não apenas crescimento da produção nacional mas também a forma como esta é distribuída social e setorialmente. Neste contexto a proteção ambiental deslocou-se uma vez mais, deixando de ser uma função exclusiva de proteção para tornar-se também uma função de administração. A inclusão da proteção do ambiente entre os objetivos da administração amplia substancialmente todo o conceito teórico e isso ocorre uma vez que administradores e empresários, introduziram em suas empresas programas de reciclagem, medidas para poupar energia e outras inovações “tecno-ecológicas”. Essas práticas tornaram-se conhecidas rapidamente e logo vários pioneiros dos negócios desenvolveram sistemas abrangentes de administração de cunho ecológico.

Estes mesmos autores citam ainda, como benefícios da administração com consciência ecológica: a sobrevivência humana, o consenso público, oportunidade de mercado, redução de risco, redução de custos e integridade pessoal. Isso porque o gerenciamento ambiental não se limita à ciência da administração pública ou privada, mas vai além – “reúne questões ligadas à Sociologia, Economia, Finanças, Teoria do Estado, Teoria das Organizações, Psicologia, Direito e Planejamento” (ANDRADE, TACHIZAWA & CARVALHO, 2000). Isso porque os problemas de gestão ambiental não são tão somente administrativos.


Bibliografia:

ANDRADE, R. O. B.; TACHIZAWA, T.; CARVALHO, A. B. Gestão Ambiental – Enfoque Estratégico Aplicado ao Desenvolvimento Sustentável. 1ª Edição. São Paulo/SP. Markron Books, 2000.
NAVES, F. L.; PAULA, M. G.; BARBOSA, J. H.; GOMES, M. A. O.; AMÂNCIO, R. Introdução ao Estudo de Gestão e Manejo Ambiental. Lavras/MG, 2001. Universidade Federal de Lavras – UFLA/MG.

COLUNISTA

Ana Cristina Trevelin

ana@portalbonito.com.br

Administradora, pós-graduada em Gestão e Manejo Ambiental, com cursos extra-curriculares nas áreas de turismo, meio ambiente e empreendedorismo. Consultora para Gestão e Planejamento em Turismo através da Bionúcleo – Gestão Ambiental e Empresarial e membro docente do IESF/UNIGRAN, nos Cursos de Administração Rural e Turismo.

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