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sexta, 28 de agosto de 2015

Pegue agora mesmo uma vassoura!

Todos estão noticiando sobre a crise no mercado brasileiro e as previsões estão cada vez mais sombrias. Uma rápida leitura nas manchetes dos principais jornais impressos e virtuais são suficientes para nos deixar deprimidos e pensando em ir embora, nem que for para lavar pratos no Canadá. E eu posso falar disso porque frequentemente fico chateada com as notícias e as perspectivas que se apresentam, MAS, ao mesmo tempo eu me lembro que devo FOCAR NAS OPORTUNIDADES e não no buraco negro da crise.

Por outro lado, sei que é difícil não ser contaminado pela cartase que se forma em torno do desespero sobre a falta de perspectivas e, que como em círculo vicioso vai gerando energia negativa que, além de impedir a visão de uma luz no final do túnel, nos projeta para novos pontos negativos que ainda nem havíamos percebido.

Então fazendo um movimento contrário quero convidá-los a pensar em inovação. Sabe por que? Porque eu acredito que nesses momentos difíceis é que temos a oportunidade (obrigação?) de nos reinventarmos. É como a parábola da vaquinha! Alguém empurrou você para fora da zona de conforto! Vamos aproveitar isso! E, não.
Não tente voltar para aquele lugar porque ele não existe mais!

Quero te convidar a voltar seu olhar para sua própria empresa!

Qual foi a última vez que você olhou para o seu negócio a partir do outro lado da rua? Ou quando foi a última vez que você se colocou no lugar do cliente? Você compraria da sua própria empresa, se ela não fosse sua? Por quê? Ela é atraente? Os produtos e serviços estão bem expostos? A equipe oferece um bom atendimento? O ambiente é limpo, claro, arejado? Seus clientes escolhem a sua empresa pelo preço, pela sua capacidade de vendas, pelo resultado que oferece ou pela falta de opção? Como seu cliente encontra sua empresa?

Eu poderia listar aqui dezenas de perguntas para te ajudar a refletir sobre sua empresa, mas se você responder apenas estas que coloquei, com certeza já terá dado um passo importante.

Vou dizer uma coisa para você: as vezes nós ficamos tão acostumados com nossa empresa que perdemos a noção dos detalhes e nos acomodamos diante dos afazeres do cotidiano. Vou usar como exemplo o ramo da gastronomia, com seus restaurantes! Assim, se tivéssemos um restaurante, estaríamos após anos de funcionamento com a mesma fachada – que hoje já está suja, com as cores apagadas com tons de cinza, os mesmos cardápios ensebados e velhos, teias de aranha no teto, banheiros e pisos encardidos. Sem falar das toalhas de mesa e jogos americanos manchados e desbotados.

Lembro-me de um episódio em que uma consultora disse a um proprietário de restaurante que era preciso inovar e reposicionar-se no mercado, ele então respondeu que não tinha dinheiro para absolutamente nada. Ela respondeu direta: “Mas vocês não têm dinheiro para comprar uma vassoura?”. Foi como um tapa na cara! Então ela começou a pontuar como o restaurante dava a impressão de estar abandonado... a falta de cuidados com a limpeza e a harmonização do ambiente tinham um impacto muito negativo. O papel higiênico e a toalha de papel de baixa qualidade, a falta de sabonete líquido no recipiente, os espelhos manchados e trincados, torneiras pingando e o fato do banheiro ser usado como depósito, piorava ainda mais.

E, conforme ela foi comentando sua percepção o proprietário foi conseguindo ver as mesmas coisas erradas... Situações erradas que ele perceberia em qualquer outro restaurante, que não fosse o seu! Ele apenas tinha parado de olhar para estes aspectos em seu próprio restaurantehá muito tempo atrás. Estava amortecido pelos outros afazeres do negócio como, por exemplo, contas a pagar e a receber (fiados), aumento do preço dos alimentos, problemas com a troca constante ou a ausência de funcionários.Preço praticado pela concorrência e o próprio aumento da concorrência. Clientes mais chatos que queriam sempre mais por menos... (Chatos??)
Lembra do tal do círculo vicioso? É aqui que ele entra: o empresário está tão desesperado olhando para os problemas que isso causa novos problemas, ainda maiores, como o desleixo com o que deveria e poderia estar perfeito (como a limpeza, por exemplo). Um dos resultados disso?! Bom, o estimulo ao aumento da concorrência é um deles! Afinal a empresa está tão fraca, afundando em seus problemas, que as pessoas que olham de fora percebem uma enorme oportunidade para empreender.

E olha que eu nem mencionei a qualidade da comida no restaurante... Afinal, será que perdido no meio desse funil de desespero, a comida ainda tem a mesma qualidade com que se sonhou ter lá no início da atividade empresarial ou que se pensa ter hoje?

E aí eu te pergunto: Será que você não está passando pelo mesmo momento que meu amigo empresário? Será que você está realmente olhando e vivenciando seu negócio?

Vamos pegar umas vassouras, mesmo aquelas velhas que você já tem, e fazer uma faxina?! Precisamos sair dessa zona desconfortável que se tornou “confortável”!

COLUNISTA

Ana Cristina Trevelin

ana@portalbonito.com.br

Administradora, pós-graduada em Gestão e Manejo Ambiental, com cursos extra-curriculares nas áreas de turismo, meio ambiente e empreendedorismo. Consultora para Gestão e Planejamento em Turismo através da Bionúcleo – Gestão Ambiental e Empresarial e membro docente do IESF/UNIGRAN, nos Cursos de Administração Rural e Turismo.

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