terça, 27 de novembro de 2007
Diário da Notícias
A estação da chuva já começou em todo Brasil, mas a estiagem prolongada no Pantanal provoca prejuízos. A situação mais crítica é no Rio Paraguai.
O comboio com o farelo de soja está pesado demais e pode encalhar. "Tem que haver um transbordo de barcaça para barcaça, né? Para aliviar o peso dela", conta um rapaz.
A régua que marca o nível de água no Rio Paraguai não chega a dois metros. "1,85, hoje, seria o calado máximo, a profundidade máxima que uma embarcação poderia ter para poder passar com certa segurança. Pelo menos até a fronteira com o Paraguai", explica a Marinha.
A hidrovia Paraguai-Paraná tem 3.450 quilômetros. Sai de Cáceres, no Mato Grosso, e vai até Nova Palmira, no Uruguai.
Toneladas de minério que seriam transportadas para a Argentina e o Uruguai se amontoam no Porto de Ladário. Do outro lado do rio, as barcaças estão paradas e vazias. Não podem ser carregadas porque o nível do rio Paraguai está muito baixo. Nos últimos 15 dias, a navegação praticamente parou.
Até os barcos de turismo estão atracados. O esqueleto do navio naufragado e a Ilha do Farol que ficavam submersos estão à vista. Os alicerces da construção parecem altos demais.
Este ano, o Pantanal secou muito rápido. Já está chovendo nas cabeceiras dos rios, mas a água desce muito lentamente. "Não teve tempo ainda dessas águas chegarem até a Planície Pantaneira. Ela demora aproximadamente três meses para chegar", explica Márcia Toffani, pesquisadora da Embrapa.
A previsão é que só em fevereiro a navegação volte ao normal. Até lá, as barcaças ficarão atracadas às margens do maior rio pantaneiro.