sexta, 19 de dezembro de 2008
Embrapa Pantanal
As medidas previstas no Programa de Ações para Promover a Proteção e Recuperação Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Taquari vão recuperar o rio a médio e longo prazos, se forem todas executadas. A afirmação é da pesquisadora Emiko Kawakami de Resende, da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Ela acompanhou o planejamento, levou técnicos do ministério da Agricultura para visita in loco e avaliou o programa, lançado no dia 8 de dezembro em Corumbá e no dia 9 em São Gabriel d'Oeste.
Segundo Emiko, todas as recomendações técnicas sugeridas pela Embrapa Pantanal foram incluídas no plano, além de medidas de desenvolvimento institucional.
São 31 ações propostas pelo GTI (Grupo de Trabalho Interministerial) para a recuperação do rio. Elas incluem conservação de solo e água, mitigação e manutenção da estabilidade do leito e das margens, recomposição da vegetação, reserva legal e áreas de preservação permanente, organização e desenvolvimento tecnológico e institucional e a sustentabilidade da produção do médio e baixo Taquari.
Embora o grupo tenha anunciado que algumas medidas serão iniciadas na parte alta da bacia, outras, como a manutenção de barrancas, precisam ser executadas simultaneamente no médio e baixo Taquari, segundo a pesquisadora.
Uma das ações envolve diretamente a parceria da Embrapa e se chama Sistemas Sustentáveis de Produção na Região do Médio e Baixo Taquari. O orçamento deste projeto é de R$ 1 milhão e ele deve ser concluído até março de 2010.
Algumas das ações deste projeto já estão em andamento e terão continuidade, como a avaliação e monitoramento da situação dos peixes de valor econômico para a pesca, monitoramento da pesca na bacia do Taquari e a dinâmica de populações e avaliação do nível de exploração dos estoques pesqueiros. Essas atividades são realizadas regularmente pelo SC/Pesca/MS (Sistema de Controle de Pesca do Mato Grosso do Sul).
Duas ações são novas: desenvolvimento e adaptação de tecnologias para agregar valor ao pescado e prospecção e avaliação genética intra e inter populacional das espécies para o seu manejo sustentado.
Emiko disse que algumas ações do plano estão incompletas, sem descrição da memória de cálculo e origem dos recursos. "Espero que preencham esses dados a tempo", afirmou.
LANÇAMENTO
Cerca de 200 pessoas acompanharam a apresentação do programa na terça-feira, dia 9 de dezembro, em São Gabriel d'Oeste (MS). No dia anterior, o plano foi lançado em Corumbá, onde ações também foram apresentadas.
Os pesquisadores Alberto Feiden e Frederico Lisita, da Embrapa Pantanal, acompanharam o evento em São Gabriel, que foi organizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e aconteceu no auditório da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco).
Em São Gabriel, participaram da reunião representantes da Casa Civil, dos ministérios dos Transportes, do Desenvolvimento Agrário, da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento e do Meio Ambiente, além de prefeituras da região, ONGs (organizações não-governamentais), empresas de assistência técnica, comitês de bacias, governo estadual, entre outros.
Logo após o lançamento em Corumbá, no dia 8, o chefe-geral da Embrapa Pantanal, José Aníbal Comastri Filho, disse que as ações de recuperação do Taquari, no Mato Grosso do Sul, poderão ser avaliadas tecnicamente pela Unidade.
Ele afirmou que o rio é "um grande laboratório a céu aberto" e que pesquisadores devem acompanhar e monitorar a execução das atividades propostas para verificar a eficiência e eficácia das medidas de recuperação/recomposição propostas.