quinta, 26 de agosto de 2010
ÁGUA: VERDADES E MITOS
Da água indo para o ralo até os furacões
(ou, desde Coriolis; pêndulo de Foucaul; o Saci Pererê; Catarina/Br e o Katrina/USA)
Série ÁGUA Parte 24
Ter cultura é olhar para traz e enxergar o futuroPaulo Freire
pensador/poeta/músico/escritor/contador de causos
Ag/2005-Viola minha viola-TV Cultura/SP
Helcias Bernardo de Pádua
Biólogo CFBio 00683.01/D
helcias@portalbonito.com.br
11-9568.0621
Durante a Semana do Folclore, como estudioso das águas, procurando um tema para o artigo parte 24, da Série Água, me lembrei e resolvi escrever algo sobre uma crença, um mito e/ou folclore ligado aos movimentos da água. Parece incrível, verifiquei que poderia trabalhar sob vários aspectos relacionados ao tema escolhido: Água: verdades e mitos.
Em 22 de agosto, o Brasil comemora o Dia do Folclore. A data foi criada em 1965 através de um decreto federal. No Estado de São Paulo, um decreto estadual instituiu agosto como o mês do folclore.
Folclore é o conjunto de todas as tradições, mitos, lendas e crenças de um País. O folclore pode ser percebido na alimentação, linguagem, canções, artesanato, religiosidade, costumes e vestimentas de uma nação ou povo.
Segundo a Carta do Folclore Brasileiro, aprovada pelo I Congresso Brasileiro de Folclore em 1951, "constituem fato folclórico as maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, preservadas pela tradição popular, ou pela imitação". O folclore é o modo que um povo tem para compreender o mundo em que vive. Conhecendo o folclore de um País, podemos compreender o seu povo. E assim conhecemos, ao mesmo tempo, parte de sua História.
Mas para que um certo costume seja realmente considerado folclore, dizem os estudiosos que é preciso que este seja praticado por um grande número de pessoas e que também tenha origem anônima. O folclore brasileiro, um dos mais ricos do mundo, formou-se ao longo dos anos principalmente por índios, brancos e negros
A palavra folclore surgiu a partir de dois vocábulos saxônicos antigos. "folk", em inglês, significa (m)"povo e (f) nação, gente, pessoa, família, tribo; e "lore",(m) conhecimento e (f) tradição, história. Assim, folk + lore (folklore) quer dizer conhecimento popular. O termo foi criado por William John Thoms (1803-1885), um pesquisador da cultura européia que em 22 de agosto de 1846 publicou um artigo intitulado "Folk-lore". No Brasil, após a reforma ortográfica de 1934, que eliminou a letra k, a palavra perdeu também o hífen e tornou-se "folclore".
Uma das descrições tida como lenda, folclore, mito, principalmente nas regiões sul e sudeste do Brasil, é a do Saci-Pererê que conta da presença de um pequeno menino negro, magro e barrigudinho, fumando cachimbo, pulando e, com uma perna só, vestindo um capuz vermelho na cabeça, que entre muitas traquinagens chega aos locais junto com o redemoinho de vento.
Gosto muito das histórias dos Saci-Pererê. Esse menino brincalhão adora fazer bagunça. Meu pai me contou que nas fazendas de café, havia um saci que trançava a crina do cavalo, e ele achava engraçado. (www.ancsaci.com.br)
Redemoinho (remoinho) = do verbo redemoinhar (remoinhar , andar à roda em círculos ou espirais; movimento em circulo, causado pelo cruzamento de ondas ou ventos contrários;
torvelinho = grande agitação.
É, com isso me lembrei dos livros infantis, entre outros de Monteiro Lobato, ilustrações, revistas com quadrinhos, (chamados de gibis) e até de textos sobre as leis de Newton, vistos, lidos e relidos, (uma hora de leitura obrigatória), na antiga Biblioteca Infanto Juvenil do Itaim, (nome de 1946 até 1962) instalada em um sobrado. Era para ser chamada de Biblioteca Saci Pererê/Itaim Bibi-SP/SP, pois o seu local fazia parte de um grande terreno, lembrando um sítio, que ocupava todo um quarteirão cheio de árvores frutíferas, que entre outras com as minhas preferidas jabuticabeiras. O local foi co-escolhido pelo próprio Monteiro Lobato, sendo desde a sua inauguração tida como a primeira biblioteca de um bairro especializada em livros infanto-juvenis. Lá no mesmo terreno se instalou o Parque Infantil do Itaim. Em 1962 a biblioteca, no seu novo prédio, passou a ser denominada Biblioteca Infanto-Juvenil Anne Frank. Por sinal com um ótimo teatro aonde assisti e participei de várias apresentações, desde corais, esquetes cômicas e textos de autores brasileiros. Por sinal, em 2006 a nossa biblioteca completara 60 anos . E que os leitores tem à ver com as minhas histórias, (verdadeiras), heim...!
O Saci, seus redemoinhos e certos movimentos da água?
Pois bem, lembrei-me dos efeitos da chamada força de Coriolis, com verdades e mitos espalhados por todos os continentes. Um dos seus efeitos, este verdadeiro, (da força de Coriolis), pode ser observado no movimento dos ventos(*), em volta dos centros da baixa pressão e na rotação do plano de oscilação de um pêndulo simples.
(*)O vento é o ar em movimento, com uma determinada direção e intensidade. Nas altas pressões, o ar desce e diverge, dirigindo-se para as baixas pressões onde converge e sobe. A velocidade do vento depende do gradiente barométrico,(pressão atmosférica), da força de atrito sobre o solo e da densidade do ar. Quanto maior for a diferença de pressão atmosférica, maior será a velocidade do vento.
A pressão atmosférica é medida através de um equipamento conhecido como barômetro. As unidades de medida utilizadas são: polegadas ou milímetros de mercúrio, kilopascal, atmosfera, milibar(mb) e hectopascal (hPa), sendo os dois últimos mais usados entre os cientistas.
A pressão atmosférica é a força por unidade de área, exercida pelo ar contra uma superfície.
A Terra atrai as moléculas dos gases constituintes da atmosfera.
O ar tem peso. Pois bem, então se o ar tem peso exerce pressão sobre todos os corpos
que estão superfície do planeta Terra. Se a força exercida pelo ar aumenta num determinado ponto, a pressão também aumentará neste ponto. Quanto mais próximo da superfície do mar/oceano, maior é a pressão atmosférica, portanto maior será a força de deslocamento da massa do ar.
O ar é mais denso à superfície do que em altitude. Quanto mais alto, menos denso, mais leve, portanto a velocidade do vento é maior nas zonas de maior altitude. Concordas?
O relevo, a vegetação, as edificações e obras do homem interferem na velocidade do ar?
Quanto maior for a força de atrito provocada pelo relevo, vegetação, edifícios, etc.,
menor será a velocidade do vento.
Assim, no caso do movimento dos ventos sob certas condições, uma dada região da atmosfera pode ter uma pressão abaixo da pressão atmosférica normal. O ar da vizinhança flui para esta região e as moléculas têm sua velocidade ao longo das linhas de fluxo, desviadas então para a direita quando isso ocorre no Hemisfério Norte, (sentido anti-horário), resultante de um dos efeitos da tal força de Coriolis ou então sendo desviadas para a esquerda no Hemisfério Sul, (sentido horário).
A medida que a massa de ar se aproxima do eixo de rotação ocorre um acréscimo de torque o que ocasiona aumento da velocidade de rotação ou, a medida que a massa se afasta do eixo ocorre uma diminuição da velocidade de rotação. Esse fenômeno acarreta no movimento de partículas, adquirindo velocidade maior, todas indo para o eixo. Seria assim como o efeito mágico da bailarina rodopiando, girando com velocidade cada vez maior, a medida que sua massa se aproxima do seu próprio eixo. Com isso, formam-se redemoinhos com as massas de ar girando para a esquerda ou para direita, nesse último caso ocorrendo na região acima do Equador.
É isso, no Hemisfério Norte, os desvios resultantes então da força de Coriolis têm sentidos contrários àqueles que ocorrem no Hemisfério Sul. Do mesmo modo que as massas de ar são desviadas no Hemisfério Norte e no Hemisfério Sul, a partícula que constitui um pêndulo simples também é desviada,(Foucault, 1851).
Será que o redemoinho do nosso Saci(*) Pererê, lá no Hemisfério Norte giraria ao contrário? E na linha do Equador, como fica?
(*) Mestre Câmara Cascudo não deixa a menor dúvida: descreve o Saci como "um pequeno negrinho, com uma só perna, carapuça vermelha na cabeça, que o faz encantado, ágil, astuto, amigo de fumar cachimbo..." O folclorista vai além, mas uma coisa é certa: se ouvir um assobio misterioso, vindo de não se sabe onde, no meio da noite, não duvide. É ele!
O imaginário popular atribui ao saci artes de todo tipo. Ele apaga o fogo, espanta o gado, assusta os desavisados que andam sozinhos. Trança a crina dos cavalos, gargalha com a confusão. Ao contrário de um outro mito ou lenda conhecido como o Caboclo dágua, esse moleque não é mal-humorado. Gosta de se divertir com o susto dos outros.
Para ter poder sobre ele, só mesmo fazendo o que o menino Pedro Encerrabodes de Oliveira, o Pedrinho de Monteiro Lobato, faz no livro "O Saci". Tome a carapuça dele, e pronto! Se não bastar, você pode prendê-lo numa garrafa, sem antes caça-lo com uma peneira. (www.ancsaci.com.br). Sabiam que no Brasil existem grupos de pessoas caçadoras de saci ?
Continuando: - um dos efeitos da força de Coriolis sobre o plano de oscilação de um pêndulo simples foi demonstrado por Foucault em 1851, em Paris, com um pêndulo de 67 m de comprimento, cujo plano de oscilação girava pouco mais que onze graus por hora. Isso é provado cientificamente, nas leis da Física.. Tão simples experimento, (Pêndulo de Foucault: - 1851), foi apresentado pelo astrônomo francês Jean Bernard Leon Foucault com a finalidade de demonstrar a rotação da terra.(*)
(*) A Terra tem dois movimentos principais: rotação e translação.
Dá-se o nome de rotação da Terra ao movimento giratório que a Terra realiza ao redor do seu eixo, no sentido anti-horário para um referencial observando o planeta do espaço sideral sobre o pólo Norte . Seu período - tempo que leva para girar 360 graus (1 volta completa) - é de 23 horas 56 minutos 4 segundos e 9 centésimos. (23h56m04,09). Ué..., não é de 24 horas a duração dessa volta?. (Vamos ver essa diferença em algum dos próximos artigos).
A rotação em torno de seu eixo é responsável pelo ciclo dia-noite.
Se a Terra não tivesse movimento de rotação, o vento sopraria das altas para as baixas pressões e sempre perpendicular às isóbaras. No entanto, os ventos sofrem um ligeiro desvio devido ao movimento de rotação da Terra. Este desvio é para a direita no Hemisfério Norte e para a esquerda no Hemisfério Sul, devido às forças de Coriolis (qualquer partícula em movimento à superfície da Terra sofre um desvio para a direita ou para a esquerda caso se esteja no Hemisfério Norte ou no Hemisfério Sul, respectivamente).
A translação se refere ao movimento da Terra em sua órbita elíptica em torno do Sol.
Foucault, com uma corda de 67 metros, fixa no teto do Panteon de Paris, suspendeu uma esfera de ferro de 28 kg e imprimiu-lhe um movimento pendular. Na seqüência, o plano do pêndulo passou a apresentar uma lenta rotação. Este movimento foi facilmente explicado a partir da suposição de que a terra gira em torno de seu eixo, no sentido anti-horário. Este experimento ficou mais conhecido pelo nome do dispositivo usado, isto é, pelo pêndulo de Foucault, tendo sido considerado, pelos leitores da revista Physics World, o décimo mais belo experimento da física.
Em 1600, Giordano Bruno foi condenado à fogueira pela Inquisição porque acreditava que a terra se movia em torno do seu eixo e em torno do sol. Trinta e três anos depois, Galileu Galilei(*) só não teve o mesmo destino porque renunciou à sua convicção científica. A dificuldade em confirmar a rotação da terra reside no fato de que se trata de uma rotação muito lenta (0,0007 rotações por minuto).
(*)"Galileo e a rotação da Terra" Martins (1994), apresentou um artigo analisando os dois argumentos de Galileo Galilei relativos à rotação da Terra, de sua obra "Diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo". Em um deles, Galileo defende a rotação da Terra contra o argumento de extrusão dos corpos por rotação. No segundo, Galileo procura evidenciar a rotação (e translação) da Terra pela existência das marés. Mostra-se, no artigo de Martins, que nenhum dos dois argumentos era satisfatório, para a Física da época. Conclui-se que Galileo nem conseguiu nem defender adequadamente a teoria coperniana contra os ataques da época, nem apresentar evidências positivas convincentes a seu favor.
A água saindo pelo ralo da pia, etc.,etc. e tal?
Comecemos pelo mito da água saindo pelo ralo da pia ou do banheiro de casa.
Vendo televisão, comendo pipoca e bebendo suco de manga com leite. Será que faz mal? Outro mito.
Castellani (2003) relata: - em um episódio dos Simpsons-TV, Bart e Lisa, debruçados sobre a pia do banheiro acompanham a corrida entre um tubo de pasta de dente e um vidro de xampu, apostando qual dos dois vai afundar primeiro no redemoinho que se formou ao retirarem a tampa do ralo. Lisa ganha a corrida, mas Bart diz que poderia ter ganho se a água tivesse girado no outro sentido. Lisa então explica a Bart que "a água nunca gira no outro sentido. No hemisfério norte a água sempre gira no sentido anti-horário,(para direita!, seria o chamado Efeito de Coriolis". Isso esta correto? Vamos ver. Lembrar que a casa dos Simpsons esta lá nos U.S.A.
Bart, sem querer aceitar o fato da água obedecer ao que ele acredita serem as "leis da Lisa", passa a fazer ligações internacionais para diversos países do hemisfério sul perguntando as pessoas de lá em que sentido a água está girando em seus banheiros (veja este episódio, na TV).
Quem assiste os Simpsons sabe que Lisa representa a voz da ciência. Infelizmente neste caso quem estava certo era Bart: embora seja verdade que por causa do efeito de Coriolis as marés e os ciclones giram no sentido horário no hemisfério sul(para esquerda) e no sentido anti-horário no hemisfério norte,(para direita), o mesmo não vale para os redemoinhos de água das pias das nossas casas. Será mesmo? Vejamos abaixo.
O mito ou lenda de que a água escoa nas pias de acordo com o hemisfério é provavelmente um do mitos científicos mais difundidos no mundo. Agora mesmo, enquanto escrevemos este artigo, continua Castellani op cit., a rede de lanchonetes McDonalds estampa nos papéis que usa para forrar suas bandejas várias informações curiosas sobre a água. Em meio a curiosidades científicas e erros grotesco, assim, (o verdadeiro): "o corpo humano é formado por 70% de água" e outras nem tanto verdadeiras, como: "vampiros não gostam de água corrente" está lá, mais uma vez, a informação incorreta de que "a água escoa pelo ralo no sentido horário no hemisfério sul e no sentido anti-horário no hemisfério norte". O mesmo autor continua: aliás a quantidade de desinformação científica neste folheto do McDonalds merecia um artigo à parte!.
Há até mesmo um episódio de Arquivo X em que o mito de Coriolis é usado para justificar a paranóia de Mulder: ao investigar o assassinato de um adolescente, Mulder se convence de que alguma coisa está fora da ordem quando nota que a água do bebedouro da escola onde o garoto foi morto escoa no sentido horário, o quê, como ele explica para a cética Scully, desafia as leis da física. São deduções incríveis, não!!! Mas não verdadeiras!!!
Tentaremos explicar melhor, na prática, o que seria essa tal Força de Coriolis
Quando estamos sentados em um ponto de ônibus e vemos um ônibus frear observamos que os passageiros inclinam seus corpos para frente. Dizemos então, que essa tendência de continuar o movimento é causada pela inércia. Esta é uma lei da física, conhecida como primeira lei de Newton, ou Lei da Inércia, e diz que na ausência de forças, um corpo parado continua parado e um corpo em movimento retilíneo continua em movimento retilíneo.
Mas e se nós estivéssemos no interior do ônibus no momento da freada? Neste caso não poderíamos dizer que a inclinação dos passageiros foi causada pela inércia, afinal sentimos claramente a ação de uma força nos levando para a frente, ou seja, não estamos mais na ausência de forças.
Veja como as situações descritas são diferentes: na primeira situação, o observador se encontra em repouso (sentado no ponto de ônibus) e observa um corpo (ônibus) em movimento acelerado (o ônibus freiando está acelerado negativamente). Na segunda situação o observador se encontra dentro do ônibus que frea, portanto também está acelerado.
Acontece que as leis de Newton só podem ser aplicadas a fenômenos observados de um referencial em repouso ou em movimento em linha reta com velocidade constante (aceleração igual à zero), conhecido como referencial inercial; logo a primeira situação pode ser explicada usando-se as leis de Newton e o conceito de inércia.
Já na segunda situação, o referencial é não-inercial - pois o observador possui aceleração - e não podemos explicar a inclinação dos passageiros para frente usando a lei da Inércia. Este tipo de "força" que aparece em referenciais acelerados é chamado de força de inércia.
Um outro exemplo do aparecimento de uma força de inércia é quando um carro faz uma curva e sentimos como se uma força nos empurrasse para fora, nos pressionando na parede do carro. Essa força que nos empurra para fora da curva é uma força de inércia conhecida como Força Centrífuga.
Um corpo em um referencial em rotação, portanto não-inercial, estará sujeito à ação de dois tipos de força de inércia, a Força Centrífuga que atuará na direção do raio para fora da curva e uma outra força que tenderá a desviar lateralmente o movimento do corpo, essa última conhecida como Força de Coriolis.
Tal força foi batizada em homenagem ao engenheiro e matemático francês, Gaspard Gustave de Coriolis, que em 1835 descreveu as leis da mecânica para um sistema de referência em rotação. Em seus estudos Coriolis verificou que em um sistema em rotação (como é o caso da Terra) há uma força que afeta o movimento de um corpo de maneira diferente no hemisfério sul e no hemisfério norte. Devido à forma esférica da Terra, a Força de Coriolis possui um sentido no hemisfério sul e sentido oposto no hemisfério norte, sendo de intensidade nula, (importante), no Equador.
(*) Ainda mais.
Todos já viram uma bailarina girando e, como mágica, aumentar a velocidade de sua própria rotação sem ajuda de força externa, apenas alterando a posição dos braços em relação ao corpo. A bailarina está usando na prática, o princípio ou um dos efeitos da força de Coriolis. Ela explica que, quando há deslocamento de massa, (braços da bailarina), em um corpo em rotação, se a massa se aproximar do eixo de rotação haverá um acréscimo de torque o que ocasionará em aumento da velocidade de rotação. Se a massa se afastar do eixo ocorrerá uma diminuição da velocidade de rotação. Essa é a razão para a velocidade de rotação da bailarina e dos ventos da Terra se alterarem.
E os ciclones? - É por causa da força de Coriolis que grandes camadas de ar entram em movimento de rotação originando os ciclones que giram no sentido anti-horário no hemisfério norte e no sentido horário no hemisfério sul. Os movimentos das correntes oceânicas também são resultado da ação da Força de Coriolis, bem como os desvios sofridos por projéteis em trajetórias de longo alcance.
Ciclone - Área de pressão de circulação fechada, com ventos convergentes e circulares, no centro da qual há um mínimo de pressão relativa. A circulação do vento segue a direção horária no Hemisfério Sul e anti-horária no Hemisfério Norte. É o nome dado para um ciclone tropical no Oceano Índico, mas também pode ser chamado de sistema de baixa pressão. Outros fenômenos com fluxo ciclônico podem ser definidos por esta expressão e também como poeira do diabo, tornados e sistemas tropical e extratropical.
Ciclone extratropical - Fenômeno que apresenta temperaturas baixas no seu interior (núcleo frio por volta de 24ºC) e ventos girando no mesmo sentido desde a superfície até os altos níveis. Sistema de área de baixa pressão atmosférica em seu centro ou ciclone de origem não tropical. Geralmente considerado como um ciclone fronteiriço migratório encontrado nas médias e altas latitudes. Também chamado de extratropical baixo ou tempestade extratropical.
Ciclone tropical - Núcleo aquecido do sistema de baixa pressão atmosférica, que se desenvolve sobre as águas tropicais e, às vezes, subtropicais, devido às altas temperaturas e umidade e que se movimenta de forma circular organizada. No caso dos ciclones tropicais, dependendo dos ventos de sustentação da superfície, o fenômeno pode ser classificado como perturbação tropical, depressão tropical, tempestade tropical, furacão ou tufão. Então um ciclone tropical pode ser um furacão ou mesmo tufão, mas nem todo ciclone tropical deve ser classificado como tufão ou furacão.
Furacão - É um fenômeno que se forma nas águas quentes (temperatura maior que 27°C) dos oceanos tropicais, no Oceano Atlânticos Norte, Mar do Caribe, Golfo do México e no norte oriental do Oceano Pacífico, apresentando temperaturas altas no seu interior e ventos girando em sentidos opostos nos níveis próximos à superfície e em níveis altos, ou seja, cerca de 12 km de altura. O processo de formação do furacão é diferente do processo de formação do ciclone, a partir do momento em que surge o olho e as bandas de nuvens em rotação. O furacão com ventos contínuos de 118 quilômetros por hora (65 nós), ou mais, foi classificado no início dos anos 70 por Herbert Saffir, engenheiro consultor, e Robert Simpson, então Diretor do National Hurricane Center - USA, que desenvolveram a tabela Saffir-Simpson, como medida de intensidade de um furacão numa classificação de 1 a 5. O potencial de danos é baseado na pressão barométrica, na velocidade dos ventos e na elevação do nível do mar.
Todo furacão é ciclone, mas nem todo ciclone é furacão. Para ser chamado de furacão, o ciclone precisa se formar próximo à Linha do Equador, região de clima mais quente. Quando se forma longe dessas áreas, em águas frias, ele é chamado de apenas ciclone extratropical.Na costa brasileira, o ciclone extratropical é bastante comum. e gira no sentido horário. Acontece, e sempre aconteceu. Toda frente fria está associada a um ciclone. Toda vez que se tem ressaca no litoral brasileiro, são os ciclones que causam. Só que, normalmente, eles acontecem em mar aberto, distantes do continente, explica o meteorologista Giovanni Dolif, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTC/Inpe).
Tufão -Tufão é um ciclone tropical, como os furacões, mas ele leva esse nome se ocorrer nos mares do Oriente. Ou seja, você nunca vai ouvir falar de um furacão na China e um tufão no Caribe. Os furacões surgem no Atlântico Norte e no Pacífico Nordeste, enquanto os tufões se constituem no Pacífico Noroeste. Giram no sentido anti-horário. Correto?
Tornado - Furacões podem gerar tornados, mas o contrário não acontece. Furacões são fenômenos enormes, que só podem ser vistos de cima, por satélites, porque têm centenas de quilômetros de diâmetro. Já os maiores tornados têm, no máximo, dois quilômetros, e podem ser vistos em terra, porque têm o formato característico de funil. Quando esse funil toca o chão, ganha o nome de tornado. Quando toca uma superfície de água, ele se chama tromba dágua.
A intensidade dos furacões é medida por uma escala chamada Saffir-Simpson. O furacão Katrina-USA atingiu o grau máximo nessa escala: cinco. O Katrina é um furacão porque se formou no Atlântico Norte, perto das Baamas. São designações diferentes para um mesmo fenômeno meteorológico (um ciclone tropical) com ventos na ordem dos 140 quilômetros por hora. O nome varia consoante a área geográfica onde nascem estes ciclones. Essa outra curiosidade sobre os furacões e tempestades tropicais é a origem dos nomes. O primeiro fenômeno do ano ganha obrigatoriamente um nome que começa com a letra "A". E os nomes são, alternadamente, masculinos e femininos. Depois do furacão Katrina, houve a tempestade tropical Lee, masculino.
O furacão Katrina, que havia perdido força depois de sua passagem pela Flórida, foi muito mais devastador em Nova Orleans porque destruiu os diques que protegiam a cidade. Imagens de satélite mostram a cidade antes e depois da passagem do Katrina: áreas inteiras ficaram totalmente submersas. Mas todas as regras têm suas exceções. O Catarina-Br, fenômeno que atingiu o litoral sul do Brasil em 2004, começou como ciclone extratropical, longe do continente e do equador, (seria com giro no sentido horário). Mas, à medida que foi evoluindo, ganhou características incomuns e depois de muita polêmica, recebeu nova classificação. Agora, está consagrado que o Catarina foi um furacão efetivamente", afirma o meteorologista Luiz Maia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, (embora tenha ocorrido no Atlântico Sul, atingindo a nossa costa).
Em que condições meteorológicas subjazem à formação dos ciclones tropicais?
Estes fenômenos só surgem numa faixa até 500 quilômetros da linha do equador, em mares cujas temperaturas rondam os 27 graus celsius e com profundidades na ordem dos 50 metros.
Pensava-se então que os ciclones só nasciam em grandes oceanos, pelo que a bacia do Atlântico Sul, por exemplo, não seria suficiente para que houvesse formação deste tipo de fenômeno. É necessário uma longa trajetória para que um furacão se constitua. Por fim, o vento tem de se manter constante e o ar deve arrefecer muito em altitude. A exceção é o nosso furacão Catarina/Br.
Os furacões como o Katrina são sempre acompanhados por tornados?
Depois de o ciclone atingir a terra, seguem-se chuvas fortes e tornados. Um tornado, que é uma coluna giratória e violenta de ar, pode ser ainda mais destrutivo do que os ciclones, com ventos na ordem dos 480 km/hora. Mas o seu raio de ação é muito mais localizado, atingindo zonas específicas de uma cidade.
Há pelo menos três anos, especialistas americanos alertavam para o risco de destruição da cidade em caso de furacão, caso nada fosse feito para resolver o problema da precariedade dos diques. Lembrar que as regiões mais atingidas pelo Katrina, quando furacão, estão abaixo do nível do mar. É mais ou menos como acontece no Brasil toda vez que chega a época de chuvas. Apesar de todos os alertas, as pessoas que vivem precariamente nas encostas é que sofrem com a força das águas.
E a água na pia da nossa casa?
Voltando à nossa pia de casa, vem logo um fácil e ao que parece lógico pensamento, ou seja: "se as leis físicas valem para os ciclones e para as redemoinhos das correntes oceânicas deve valer também para os redemoinhos nas pias dos banheiros".
Não, isso não é verdade. No caso da água descendo pelo ralo da pia a Força de Coriolis é muito pequena já que a massa de água e a velocidade de escoamento também são muito pequenas. Só para se ter uma idéia, se a água numa pia de tamanho normal estivesse rodopiando a uma velocidade de 3600 km/h (que seria um absurdo!), ainda assim a aceleração provocada pela força de Coriolis seria 66 vezes menor que a aceleração da gravidade! Sendo tão pequena, a força de Coriolis é praticamente desprezível frente às outras forças que atuam num tanque como o atrito e os efeitos causados pela forma e textura das paredes do tanque, bem como o movimento residual da água, segundo aponta Castellani (2003).
Isso derrubaria o mito de que a água ao se dirigir para o ralo das pias ou banheiros no Hemisfério Sul, terão um movimento no sentido horário. Então como fica?
Quer dizer que não é possível se ver o efeito de Coriolis na pia de casa?
Sim é possível, ou não é impossível ver o efeito de Coriolis em uma pia, só é muito, muito difícil. A água deve repousar por cerca de uma semana ou mais em uma cuba especialmente preparada para eliminar qualquer interferência geométrica e o furo pelo qual a água escoa deve ser extremamente pequeno para que a vazão seja o mais lenta possível (demora horas para que a força de Coriolis comece a provocar algum desvio sensível).
Uma experiência interessante que pode ser feita facilmente em casa para comprovar que o mito é só um mito foi proposta por John C. Salzsieder no artigo "Exposing the bathtub Coriolis myth" (revista "The Physics Teacher", volume 32, fevereiro de 1994): Pegue dois recipientes de aproximadamente 45x35x10 cm. Faça um buraco no fundo de cada recipiente e feche-os com uma rolha. Encha os tanques com água e, com o dedo, mexa a água no sentido horário no primeiro recipiente e no sentido anti-horário no segundo recipiente. Espere até que a água esteja completamente parada e retire as rolhas (pela parte de baixo do recipiente, para você ter certeza que não perturbará a água). Você verá que ao invés da água escoar no sentido horário nos dois recipientes como prevê o Efeito de Coriolis, o vórtice formado no primeiro recipiente escoará no sentido horário e no segundo recipiente escoará no sentido anti-horário! A explicação é que mesmo parada a água ainda guarda uma certa quantidade de movimento residual que, apesar de muito pequena, ainda é muito maior do que a força de Coriolis.
Pois é, a força de Coriolis é muito pequena na água que escoa em uma pia; se a água escoar em direção ao ralo com velocidade da ordem de centímetro por segundo, a força de Coriolis máxima - isto é, nos pólos da Terra pois no Equador é nula - será cerca de dez milhões de vezes menor do que o peso da água. Ela é tão pequena que seus efeitos não podem ser ali observados (Marion, 1970). O que determina o sentido em que ocorrerá o vórtice é a quantidade de movimento residual na água da pia (Shapiro, 1962). Explicando melhor, antes da abertura do ralo a água já está em movimento e é este movimento que decidirá o sentido do vórtice.
Pode-se realizar um experimento simples para refutar o mito do vórtice de Coriolis na pia. - Encha com água uma pia que tenha o ralo no seu centro, tendo o cuidado de amarrar um barbante na tampa do ralo para poder abri-la com o mínimo de perturbação possível. Imprima na água, com a mão ou com o auxílio de uma colher, um movimento de rotação em torno do ralo no sentido anti-horário. Espalhe sobre a água farelos que flutuem (sugiro um pouco de farelo de fibra de trigo, raspas finas de madeira, qualquer coisa bem pequena e que flutua). Aguarde em torno de cinco minutos; no final desse tempo você poderá perceber que os farelos ainda estão em movimento lento em torno do ralo.
Com o auxílio do barbante destape então o ralo; a água começará a escoar e quando a pia já estiver quase vazia se formará o vórtice em sentido anti-horário. Se você quiser que o vórtice ocorra com a pia cheia, repita a experiência destapando o ralo pouco tempo após imprimir o movimento. Caso deseje um vórtice em sentido horário, faça a água girar em torno do ralo nesse sentido. Se você encher a pia e aguardar um tempo suficiente para que o movimento cesse (em torno de quinze minutos) e abrir com cuidado o ralo, poderá observar a água escoar sem que ocorra vórtice.
# Juro que numa próxima ida à um pais qualquer do Hemisfério Norte, acima do Equador, (vou tomar meu tereré bem em cima da linha do Equador - lembrarei do jovem índio Ramon, lá da Piscicultura Boi Preto/Bo - ai que preguiça), ou mesmo em um dos pólos da Terra, ficarei observando os redemoinhos de água nos ralos das pias e dos banheiros, Com uma peneira, caçarei o Saci Pererê, nos redemoinhos de vento, de lá!. Quero prende-lo numa garrafa vazia de Perrier.
Espero não encontrar um furacão quando da passagem pelo Golfo do México ou pelo Atlântico Norte e nem um tufão no Pacífico Noroeste. Quero uma brisa( marítima*), tipo soteropolitâna, soprando o suficiente para empinar a pipa com o desenho da bandeira do meu país. Cantarei Jobim, bebericando a legítima Salinas, cachaça lá de Minas Gerais/Br.
Aos habitantes locais, vou distribuir doses de uma ótima mistura de aguardente/pinga e especiarias, a Taboa, segredo de Bonito/MS, cuidadosamente, sempre em copinhos de vidro, aqueles com pinturas externas do tuiuiú, (ave símbolo do Pantanal), do tucano ou da onça. É o apetrecho que se usa no pantanal-matogrossence para preparar o guaraná com o pó obtido raspando o bastão da árvore na língua seca do pirarucu, (bacalhau brasileiro). Mistura-se o pó na água fresca das nascentes do centro-oeste brasileiro e bebe-se. Se der fome, como arroz com feijão, farinha, galinha e piqui*, sem antes avisar para que não mordam o fruto amarelo. Tudo isso levarei numa bruaca, aquela sacola de couro utilizada pelo cozinheiro da tropa, colocada no lombo do burro, para transportar a traia da comitiva.
(*)Uma Brisa é um vento local suave causado pelo aquecimento e pelo arrefecimento desigual de superfícies adjacentes, sob influência da radiação solar (durante o dia) e da radiação terrestre (durante a noite), que produzem um gradiente de pressão (razão de decréscimo ou aumento da pressão por unidade de distância num determinado período de tempo) entre o cume e o vale ou numa zona costeira, entre a superfície aquosa e terrestre.
Brisa marítima - vento que sopra de dia, do mar para terra. Durante o dia, a terra aquece mais rapidamente, originando em terra baixas pressões e no mar altas pressões. Brisa terrestre - vento que sopra de noite, da terra para o mar. Durante a noite a terra arrefece mais rapidamente, formando-se aqui altas pressões, enquanto a água arrefece mais lentamente, criando-se no mar baixas pressões. Brisa da montanha - vento fresco e moderado que sopra à noite do cume da montanha para o vale porque à noite, os cumes arrefecem mais rapidamente, formando-se aí altas pressões e nos vales, com um arrefecimento mais lento, formam-se baixas pressões. Brisa do vale - sopra de manhã do vale para a montanha porque os cumes da montanha aquecem primeiro que o vale, formando-se nos cumes baixas pressões.
(*)Piqui ou pequi origina-se do Tupi pyqui, onde py = casca, e qui = espinho, referindo-se aos espinhos do endocarpo do fruto (parte dura do caroço). Fruto nativo, encontrado em campo, cerrado, cerradão e em murundunsda Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Eta nóis, sem esquecer do queijo coalho, o mineiro, a manteiga de garrafa. Passa-se o tereré(*) quase igual ao dos índios terenas. O caldinho de feijão no caneco de barro é provado, bicado, lambido por todos. Desce o Sol. Começa a roda de chimarrão preparado com erva gaúcha. Vamos chimarronear, diz Peixoto atrás do balcão. Que saudades da Frida, a polaca de Lages/SC, na praia em Balneário Camboriú/SC. Um alvor só.
Morde-se um acarajé qüeeente, (muito bem apimentado).
(*)O tereré é semelhante ao chimarrão, no entanto, o mate é ligeiramente torrado e deixado em repouso durante 8 meses em local seco para só então ser consumido com água fria.
O recipiente usado para se colocar a erva é a Guampa, que é um chifre cortado ao meio preparado para ser utilizado como um copo. A bomba é o instrumento por onde o mate será sugado e geralmente é usada a de tubo chato, que se adapta melhor ao bocal da Guampa (podendo ser substituída pela de tubo redondo do chimarrão, onde ai se usa a cuia de cabaça).
Lá vem estórias arretadas! Coisas de pelego, de caboclo, de vaqueiro com sodade da sua prenda amada. Lembranças da morena de Campo Grande ou das lutas e justiças do Virgulino Lampião. Ole mulé rendeira, ole mulé renda; tu me ensina a fazer renda, que eu te ensino a namora.
Conta-se um causo do Negrinho do Pastoreiro. Passa-se pelo Boi-Bumba. Ouve-se uma das peripécias do tal boto, aquele que vira moço belo e engravida as virgens. É o terror do homem cabra macho e desculpa de donzelas não tão donzelas.
OJeca Tatu não usa botina. Limpa o chiqueiro. Senta num toco de madeira. Espreme e cata o bicho no seu pé cascudo e rachado. Depois masca um lasco de fumo de rolo. Molha com uma bela cuspida todo o chão do batente da porta. É o entardecer. Pássaros retornam, procuram abrigo.
Começa escurecer. Promete ser noite de lua nova. Festa do santo casamenteiro. Mastro erguido com a bandeira do menino São João. Fogueira no terreiro. Anda-se na brasa. Prova de fé. Bebe-se quentão.
O Curupira(*) de cabelos compridos e ruivos, vigia a floresta.
(*) Mito brasileiro, talvez o mais antigo desde a época dos primeiros habitantes, os índios. Anão respeitado, muito bravo, como cita José de Anchieta, em uma carta datada de 1560. Pisa invertido, com os pés virados para trás e os calcanhares para frente. Chamado de Pai ou Mãe-do-Mato, Curupira e Caapora. Para os Índios Guaranis ele é o Demônio da Floresta. Às vezes é visto montando um Porco do Mato
Dentro da casa uma linda imagem de um Orixá. Omyo, Yemanjá(*), rainha das águas e mares. Respeitada e cultuada. Mãe de quase todos Orixás. Visto-me de azul claro. Que as águas dos rios corram para o mar.
(*) "Yemanjá era filha de Olóòkun, deus do mar. Yemanjá foi casada com Urumilá, deus da adivinhação, mais tarde casou com Olofim, rei de Ifê, com quem teve dez filhos, os quais correspondem a determinados Orixás. Yemanjá foge em direção ao oeste, pois se cansa de Ifé. Olóòkun lhe dera uma garrafa contendo um preparado para usar se precisasse, a qual ela deveria quebrar somente em caso de extremo perigo. Yemanjá foi viver no entardecer da terra. No oeste, Olofin Odúduà, rei de Ifé, põe todo o seu exército à procura de sua mulher. Yemanjá se sente cercada e resolve quebrar a garrafa, conforme lhe foi dito. No mesmo instante criou-se um rio levando Yemanjá para Okun, o oceano, lugar onde vive Olokun. Yemanjá é representada na imagem com grandes seios, simbolizando a maternidade e a fecundidade. Omyo é a saudação à Yemanjá.
Ao longe ouve-se o trote da Mula Sem Cabeça. Também o som continuo da cachoeira onde agora se esconde o Caboclo Dágua. O uivar do cachorro é tenebroso. Seria lobisomem?
Proteja-me Padim Padre Ciço! Virgem Santa que a dor era tanta! Abenção Nossa Aparecida nas Águas.
Batuques, batuques e batuques. Choros vindos da senzala. Parecem lamentos. Mistura de dor e suor de gente cansada.Banzo.
De repente o Irapuru(*) canta, canta, canta. Quietude no resto da mata.
(*) O canto do uirapuru ecoa na mata virgem amazonense. O som, puro e delicado como o de uma flauta, parece ter saído de uma entidade divina. Os caboclos mateiros dizem com grande convicção que, quando canta o uirapuru, a floresta silencia. Como se todos os cantores parassem para reverenciar o mestre. De plumagem pardo-avermelhada e bem simples não condiz com a exuberância do canto, de grande beleza. Som longo e melodioso, sua "intenção" é outra: a atração para acasalamento. Esses cantos duram de dez a quinze minutos ao amanhecer e ao anoitecer, na época de construção do ninho. Durante o ano todo, o uirapuru canta apenas cerca de quinze dias.
Bibliografia e textos consultados
Castellani, O C. - A força de Coriolis determina o sentido de rotação da água em uma pia; Otávio Cesar Castellani em 14/09/03
Marion, J. B. Classical dynamics of particles and systems. New York: Academic Press, 1970.
Martins, R. de A Galileu e a rotação da Terra. Artigo publicado em: Caderno Catarinense de Ensino de Física 11 (3): 196-211, 1994. Prof. Dr. Roberto de Andrade Martins. ghtc@ifi.unicamp.br - Grupo de História e Teoria da Ciência UNICAMP
Mitos e Lendas de São Sebastião - Vol. I -3ª Edição-1996
Pinheiro, J - O Katrina é um furacão ou um tufão?. Joana Pinheiro & Pedro Vieira Meteorologista
Salzsieder, J. C. ``Exposing the bathtub Coriolis myth The Physics Teacher, v.32 (p. 170), 1994
Shapiro, A. H. ``Bathtub vortex, Nature, v.196 (p.1080-1081), 1962.
Silveira,F. L. da. O mito do vórtice de Coriolis no ralo da pia. Fernando Lang da Silveira; Spin número 362; 23-29 de julho de 1999. IFRGS - Porto Alegre/RS
W. J. - Movimento de um pêndulo no polo sul. Site de Joe Wolfe.
Walker, J. O grande circo da Física. Lisboa: Gradiva, 1990.
SITES:
Força de Coriolis: www.feiradeciencias.com.br/sala05/05_68.asp; www.if.ufrgs.br/oei/solar/solar07/solar07.htm
www.ufsm.br/gef/ForCor.htm; www.ventomania.com.br/dados/artigos/ofator.htm
Historia do Saci: www.ancsai.com.br
Leis de Newton: luisperna.com.sapo.pt/leis_newton.htm; www.pcarv.pro.br/biografias/newton/newton_13.htm
www.trabalhoisaacnewton.hpg.ig.com.br/ciencia_e_educacao/8/index_pri_1.html
Momento angular: www.feiradeciencias.com.br/sala05/05_09.asp; planeta.terra.com.br/educacao/lbertolo/ensaio.htm
www.if.ufrj.br/teaching/astron/preces/prec.html; geocities.yahoo.com.br/saladefisica2/glossario/glossario4.htm
Rotação Translação: http://pt.wikipedia.org
Prof. Biól. Helcias Bernardo de Pádua
CFBio 00683-01/D - cel. 011.9568.0621
artigos técnicos em:www.portalbonito.com.br; setorpesqueiro.com.br;
ruralnet.com.br
* "nulla dies sine linea"
Setembro/2005-SP
Às minhas queridas filhas
- (advogada) Arethuza & (médica) Paloma
helcias@portalbonito.com.br
Professor Helcias Bernardo de Pádua, Biólogo-C.F.Bio 00683-01/D; Conferencista em "Qualidade das águas"; Especialista em Biotecnologia-C.R.Bio 01; Analista Clínico - Hosp.Clínicas SP; Professor de Biologia e Ciências-L-94.718-DR 5 - MEC, desde 1975; Consultor, professor e colunista; Memorista-AGMIB/Assoc. Grupo de Mem. do Itaim Bibi/SP; Graduando em Jornalismo/FaPCom