quarta, 02 de julho de 2008
Mercado e Eventos
A partir do dia 1º de janeiro de 2009, as diárias dos hotéis brasileiros poderão ser pagas diretamente pelos clientes e não mais através do faturamento. O anúncio oficial acaba de ser realizado, em São Paulo. "Com essa medida, as pequenas e médias agências poderão competir em pé de igualdade com as grandes, além de conseguirem reduzir seus custos de gestão", afirmou Edmar Bull, presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens de São Paulo (Abav-SP). Para Mauro Schwartzmann, presidente do Fórum das Agências de Viagens Especializadas em Contas Comerciais (Favecc), o processo de faturamento já deveria ter sido banido há muito tempo. "Para nós que investimos em tecnologia, essa decisão vem de encontro com nosso trabalho de seguir as práticas adotadas no mercado exterior".
A mudança foi encabeçada pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb) e acordada pelas demais entidades do turismo como a Associação Brasileira de Gestores de Viagens Corporativas (Abgev), o Sindicato das Empresas de Turismo do Estado de São Paulo (Sindetur-SP), a TMC Brasil e a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH). O processo de implantação será feito pelos próximos seis meses e a estimativa da ABIH é ter, nesse período, cerca de um terço da hotelaria brasileira integrada.
"Representamos 27 estados brasileiros e há diferenças de gestão, mas entendemos que modificando a forma de pagamento nos empreendimentos das grandes redes, os médios e pequenos passarão a seguir o mesmo caminho", disse o dirigente da entidade, Álvaro Bezerra de Mello. Segundo ele, a internet constitui um dos principais entraves para que essa mudança demorasse para sair. "Vamos ter muito trabalho, já que a adaptação não será feita tão rapidamente como em São Paulo e Rio de Janeiro", acrescentou. A ABIH reúne 3.500 hotéis e 25 mil unidades entre pousadas e pequenos hotéis no país.
A presidente da Abgev, Viviânne Martins, salientou que esse novo modelo de pagamento coloca efetivamente o cliente como parte do processo e garante a profissionalização do setor de turismo. "Os gestores de viagens poderão, agora, oferecer, sem receios, o cartão de crédito corporativo. O brasileiro se adaptará a nova situação. É uma questão cultural que precisava de um "empurraozinho", explicou Viviânne.
De acordo com o vice-presidente do Fohb, Antonio Bispo, a mudança significa o amadurecimento da hotelaria nacional e o constante processo de evolução por qual está passando o Brasil com as classes C e D sendo estimuladas a consumirem diárias. "Vamos buscar uma redução dos custos sem precisar que as tarifas subam. É uma solução consensual entre toda a cadeia produtiva do turismo", completou o presidente do Fohb, Rafael Guaspari. A extinção d faturamento de extras já havia sido extinta há cerca de dois anos.