quarta, 25 de junho de 2008
MS Notícias
Responsável por administrar a principal cidade turística de Mato Grosso do Sul, o prefeito de Bonito, José Arthur Soares de Figueiredo (PMDB), defende que o Estado adote como hora oficial o fuso horário de Brasília (DF).
Ele explica que 45% dos turistas que visitam o município para conhecer de perto as belezas naturais da região são oriundos de São Paulo e costumam reclamar do fato de o horário do Estado ser uma hora a menos.
Na avaliação de José Arthur, a adoção do horário de Brasília por Mato Grosso do Sul seria muito importante para o desenvolvimento econômico do Estado. "Se adotássemos o mesmo fuso horário dos grandes centros do País já facilitaria, de imediato, a programação de viagens da maioria dos nossos turistas", analisa o prefeito de Bonito, pregando também a mudança do nome do Estado.
Ele, no entanto, prega que o assunto deve ser discutido com a população do município e do restante do Estado para que não seja obedecida a opinião da maioria. "Após as eleições de outubro deste ano, pretendo realizar, com o apoio da Câmara Municipal de Bonito, uma audiência pública sobre o assunto para ouvir a posição dos moradores", revelou.
Outras audiências
A exemplo da Câmara Municipal de Campo Grande, as Câmaras de Três Lagoas, Dourados, Corumbá e Naviraí já se mobilizam para a realização de audiências públicas para discutir a mudança do fuso horário de Mato Grosso do Sul. Os debates sobre a adoção do horário de Brasília no Estado estão previstos para serem realizados no segundo semestre deste ano.
A iniciativa dos legislativos municipais de Três Lagoas, Dourados, Corumbá e Naviraí conta com o apoio da Fiems - Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul -, que desde maio desenvolve a campanha "Chega de Atraso. Mato Grosso do Sul na Hora Certa" nas principais cidades do Estado com a distribuição de adesivos e instalação de outdoors.
O presidente da Fiems, Sérgio Marcolino Longen, já encomendou um levantamento para identificar os prejuízos econômicos que a diferença de uma hora em relação ao horário de Brasília causa à atividade industrial sul-mato-grossense. "A falta de sincronização do fuso horário estadual com o nacional provoca ao setor produtivo do Estado a perda de duas horas de trabalho por dia, um dia por mês e quase um mês por ano. Isso é prejuízo econômico e atraso nos processos produtivos de Mato Grosso do Sul", destaca o empresário.
Sérgio Longen informa que o levantamento, além de identificar os prejuízos econômicos que essa diferença no horário de Mato Grosso do Sul com o de Brasília traz para a atividade industrial, também apontará quais os horários de maior risco de insolação e o número de pessoas que migraram para o Estado e são nativos de locais onde o fuso horário é semelhante ao oficial.
O empresário lembra também que a Câmara Federal e o Senado já analisam projetos de lei sobre a mudança do fuso horário do Estado, citando o deputado federal Geraldo Resende (PMDB/MS) e o senador Delcídio do Amaral (PT/MS). "Chegou o momento de Mato Grosso do Sul passar a se integrar de maneira plena ao restante do País", finaliza.