sexta, 13 de junho de 2008
Câmara Federal
Mato Grosso do Sul produz 4,4 milhões de metros cúbicos de carvão mineral por ano, quase a metade de produção nacional que é de 10 milhões, segundo informação do fiscal do Ibama Ignácio Augusto de Mattos Santos que, neste momento, fala à Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara Federal sobre desmantamento no Pantanal. Ele informa que grande parte da madeira que dá origem a esse carvão é retirada das bordas do Pantanal, já que as demais coberturas vegetais de MS já foram bastante desmatadas.
A audiência pública tem como objetivo debater a concessão de licenciamento para instalação de usinas siderúrgicas e o desmatamento em Mato Grosso do Sul.
Segundo o fiscal, o bioma do Pantanal foi fortemente degradado nos últimos dois anos e "não tem condições de suportar" o desmatamento de suas bordas. Ignácio Santos participou da Operação Rastro Negro Pantanal, do Ibama, cujos resultados foram divulgados nesta manhã pelo ministro Carlos Minc, no Ministério do Meio Ambiente.
Minc e o presidente do Ibama, Roberto Messias, anunciaram o resultado da primeira grande operação de cruzamento de dados do Sistema-DOF (Documento de Origem Florestal), que resultou na aplicação de multas a 60 siderúrgicas de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo que somam mais de R$ 400 milhões, por utilização ilegal de carvão vegetal.
A ação teve início no Mato Grosso do Sul com a operação Rastro Negro Pantanal, na qual foram identificados diversos crimes ambientais relacionados à exploração de carvão vegetal nativo do Pantanal, com rebatimento direto nas siderúrgicas de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
Os dados dessa operação subsidiaram a análise do consumo de carvão vegetal pelas siderúrgicas dos três estados envolvidos. A audiência ocorre no plenário 8.