terça, 25 de setembro de 2007
Mídiamax News
Uma ponte de concreto, com 170 metros de extensão e 4,5 metros de largura, vai ligar a região da Nhecolândia ao Paiaguás, no Pantanal sul-mato-grossense. O lançamento da obra, que será executada pelo Governo do Estado com recursos do Fundersul (Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário do Mato Grosso do Sul), aconteceu no último fim de semana, durante reunião entre produtores rurais, os prefeitos de Corumbá, Ruiter Cunha de Oliveira, e de Coxim, Moacir Kohl, o secretário estadual de Obras Públicas e de Transportes, Edson Giroto, e o governador André Puccinelli.
Ruiter lembrou durante o encontro, realizado na fazenda "Dois de Maio", que a construção da ponte era uma reivindicação antiga dos produtores. "Foram determinantes a mobilização da classe produtora e o apoio político para se dar início à concretização deste sonho. Ele representa não somente a redução de custos aos produtores, mas o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida das famílias da região", disse.
O prefeito reiterou que, ao encurtar distâncias, a ponte também facilitará o acesso de serviços diversos às regiões, onde há cerca de 300 fazendas. Ruiter destacou a importância dos estudos técnicos, que apontarão o melhor local para a construção da ponte, para evitar danos ambientais ao rio Taquari.
Nhecolândia e Paiaguás não têm ligação por terra. Depois da proibição de atravessar o gado pelo rio Taquari, por parte de órgãos ambientais, os produtores foram obrigados a desviar do rio pelo município de Coxim, o que praticamente dobra o tempo gasto no transporte dos animais a serem comercializados - em determinadas regiões, o transporte demora 47 dias -, além de prejudicar a qualidade e ocasionar perdas no rebanho.
"Será abreviado o tempo gasto no transporte. São cerca de 1,2 milhão de reses na Nhecolândia. Com a ponte, o gado não se ferirá nem emagrecerá, o que contribuirá para a economia pantaneira", afirmou Puccinelli.
Obra - Segundo o secretário Edson Giroto, em 30 dias devem ser concluídos os estudos técnicos-ambientais, desenvolvidos pela Secretaria de Obras Públicas e de Transportes e pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, da Ciência e da Tecnologia, que apontarão o melhor local para a construção da ponte.
"Logo depois, começam a correr os prazos das licenças ambientais, que podem levar de seis meses a um ano. Em seguida, teremos o processo licitatório e a execução da obra, que deve durar até 10 meses", explica. Giroto informou que a previsão é concluir os trabalhos em, no máximo, dois anos. Serão investidos na obra cerca de R$ 2 milhões.
Sonho e progresso - Para o presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Pedro Luiz de Souza Lacerda, a construção da ponte representa a realização de um sonho. "Esta é uma reivindicação antiga dos produtores, que vêm enfrentando muitas dificuldades na região. Tínhamos que percorrer até 350 km a mais para desviar o gado por Coxim. Mas, felizmente, todos se mobilizaram e, com vontade política, foi possível este momento", disse.
Segundo o produtor Habib Rezek Júnior, proprietário da fazenda "Dois de maio", os prejuízos no transporte do gado, sem a ponte, são incalculáveis. "Havia muitas perdas para todos, não temos nem como calcular. Esta ponte marca o início do progresso e dá novo ânimo aos produtores", reiterou.
O deputado Paulo Duarte, que participou do encontro, afirmou que a união dos produtores e da classe política foi determinante para garantir a execução da obra. "A região deixará de fica isolada, o que também resultará em melhor qualidade de vida às famílias. Tudo isso é fruto da movimentação e união dos produtores e do envolvimento dos prefeitos, deputados e do governador", disse.
O deputado lembrou que a "boa notícia" vem em boa hora, quando Corumbá comemora os 229 anos de fundação, celebrados no último dia 21. "Não me lembro na história recente de Corumbá de um ano com tantos presentes. É um fato histórico", disse, lembrando da liberação de R$ 82 milhões em recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ao município e da inauguração do primeiro forno para produção de ferro-gusa da empresa MMX, na semana passada.