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quarta, 13 de fevereiro de 2008

Boas perspectivas no turismo

O Liberal

Por: João Rodella

Divulgaram que o turismo está em alta. E que pode aumentar 20% em 2008. As causas: diminuição do caos nos aeroportos e queda do dólar que baliza o setor. Pode até ser. Observa-se, em certos casos, que às vezes é mais fácil e barato ir para o exterior mais próximo que se locomover dentro do Brasil (quase um continente). A dificuldade, às vezes, fica por conta de ser estrangeiro lá fora com outros usos, costumes e idioma.

O poder aquisitivo de muitos tem crescido inclusive nas chamadas classes D e E, face indicadores sociais que melhoraram. Claro que isso traz o desejo de imitar as classes A, B, e parte da C, porquanto parece que viajar dá status (embora poucos dias ou uma semana fora dê saudade da cama, do travesseiro e da própria casa). Infelizmente ou não, os que retornam entopem ouvidos pacientes com o relato das suas andanças e judiam dos amigos com fotos e fatos por conta da importância atribuída à viagem e que somente marcou quem lá foi. Viagem que alguns fazem para rearrumar a mente e o espírito tentando fugir dos problemas. Esses os acompanham nela e alhures e após o regresso avolumam-se mais ainda e, se a pessoa não gosta do que faz e da vida que leva, esse intervalo pouco adiantará. Tudo voltará ao que era antes.

O caos melhorou no embarque. Porém, falta ainda organização, principalmente no final do ano e véspera de feriados prolongados. Parece que todos ficam loucos, o acúmulo de gente e bagagem é enorme e o atraso ficou, no final de 2007 e começo de 2008, entre 2 e 3 horas. Considero demais.
Excetuando SP que conheço um pouco, outros Estados têm na margem das rodovias, paradas sem bons WCs, mau atendimento nos balcões e por aí vai. No entanto, nos grandes centros os hotéis são bons, o pessoal amistoso e nada explorador e tudo faz para que se retorne.

A superfície da Espanha é de 497.477km2 e a de MG de 582.586. No entanto, lá o turismo estruturou-se como indústria e fatura alto, tanto quanto países muito maiores. No Brasil, onde cada Estado tem peculiaridades convidativas, faltam verbas, vontade política e melhores estradas para explorar nosso excepcionalíssimo potencial. Já passou da hora de se estruturar melhor o Ministério, as secretarias estaduais e municipais. Se parceria resolver, por que não tentar? Belezas naturais existem aos montes. O problema é como chegar até elas com conforto e segurança. Será que vão esperar o século 22?

João Rodella é do Espaço Literário Nelly Rocha Galassi

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