sexta, 01 de fevereiro de 2008
Mídiamax News
Importante destino turístico do Brasil, o município de Bonito, a 245 quilômetros de Campo Grande, se preparou para receber 15 mil pessoas nesta temporada de Carnaval, mas teme ver este número reduzido. Bloqueios desencadeados por movimentos sociais nas estradas de acesso à cidade tem sido motivo de preocupação para empresários do setor hoteleiro e para a prefeitura.
As manifestações começaram na sexta-feira, dia 25. O motivo é a possível troca de comando do Incra-MS (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de Mato Grosso do Sul. Os manifestantes rejeitam a saída de Luiz Carlos Bonelli.
O secretário de Indústria, Comércio e Turismo de Bonito, Augusto Barbosa Mariano, informou ao Midiamax que tem sido procurado por empresários do setor hoteleiro do município que temem impactos na ocupação dos hotéis.
Até agora não há informações de cancelamentos de viagens ou mesmo de reservas nos hotéis. Mas, o secretário de Bonito relata que o setor vive momento de apreensão. "Estas manifestações tiveram início justamente na época da alta temporada, a melhor para rede hoteleira", lamenta.
"O problema é que as notícias dos bloqueios já alcançaram a mídia nacional. Isso pode fazer o turista repensar sua viagem. Tudo por que ele não sabe quanto tempo pode acabar ficando parado nas estradas devido aos bloqueios dos sem-terra", completa o secretário.
Nesta semana houve bloqueios de manifestantes em pelo menos três pontos que dão acesso a Bonito. Os manifestantes fecharam a rodovia que liga Bonito a Guia Lopes da Laguna. Antes disso, já haviam bloqueado a BR-178 que liga o município a Bodoquena. Outro possível caminho para se chegar a Bonito, a estrada que liga Jardim a Porto Murtinho também foi fechada pelos protestos.
A rede hoteleira de Bonito conta com 4,5 mil leitos distribuídos em 80 meios de hospedagem. Hoje, conforme o secretário de Turismo, a taxa de ocupação atingiu 80%.
Hotelaria
A vice-presidente da ABIH/MS (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) de Mato Grosso do Sul, Cristina Busse, disse que o setor está muito descontente com os protestos. "É um problema muito sério que mostra a ineficiência do poder público. Esta questão já deveria ter sido resolvida", critica.
Cristina Busse avalia que o empresariado acaba pagando a conta duas vezes. "Além de sermos impedidos de trabalhar direito, ainda continuamos pagando uma fábula de impostos. Quem banca àquelas pessoas de braços cruzados somos nós", afirma.
A dirigente lembra que não é a primeira vez que a negligência do poder público atinge o setor hoteleiro. "Recentemente foi a crise aérea. Agora temos um problema político fechando as estradas", destaca.
Ela informa que a diretoria da entidade deverá discutir a possibilidade de mobilização da classe para cobrar das autoridades uma solução para o problema.