sábado, 15 de setembro de 2007
Mídiamax News
Mato Grosso do Sul vai ganhar, ainda este ano, uma reserva ecológica particular que inaugura novo conceito em conservação ambiental, a Eliezer Baptista, em Corumbá, localizada em uma das regiões mais bonitas e donas de maior diversidade ambiental do mundo, o Pantanal. Fruto de um projeto liderado pela MMX (Mineração e Metálicos), a unidade de conservação terá ao todo 20 mil hectares, dos quais 12 mil estão sendo transformados em uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural), área que por lei não pode ter interferência humana.
Os 8 mil hectares restantes serão uma espécie de "borda de proteção", na qual serão conservadas as 27 famílias que residem há várias gerações na região, vivendo de atividades de subsistência e que, com a reserva, passam a ser considerados parceiros na conservação da biodiversidade local. O projeto para homologação da reserva já está em trâmite no Ibama e a previsão é que ainda este ano seja concluído, segundo a previsão do gerente de Meio Ambiente da MMX Corumbá, Nelson Almeida.
De acordo com ele, com a implantação de mais essa área de proteção à fauna e a flora pantaneira, a MMX colabora com um projeto maior, de criação de um corredor ecológico de 300 mil hectares, se somadas outras unidades de conservação já existentes, entre elas o Parque Nacional do Pantanal, que tem 138 mil hectares. No Estado, será a 35ª unidade do tipo, elevando para 125 mil hectares a área total das reservas particulares. A região escolhida, que compreende a Serra do Amolar, foi declarada pelo Ministério do Meio Ambiente como de alta prioridade para preservação da biodiversidade.
É fácil entender o porquê da importância dessa porção do Pantanal: margeada pelo rio Paraguai e pela baía do Mandioré, na fronteira com a Bolívia, ela é permeada por quatro tipos de biomas: Cerrado, Pantanal, Amazônia, e a Floresta Chiquitanas, já em solo boliviano, como explica Rubens de Sousa, presidente do Instituto Homem Pantaneiro, o parceiro da MMX na empreitada. A parceria também representa uma forma diferenciada de gestão de unidades particulares de conservação.
A MMX é a responsável financeira por todo o projeto, mas o estudo e o gerenciamento da reserva ecológica Eliezer Batista serão feitos por quem conhece e pesquisa a região, os integrantes do Instituto Homem Pantaneiro. O organismo é o responsável por todos os estudos de implantação da RPPN, iniciados em 2006, quando a área foi comprada pela MMX, e fará também o gerenciamento dela. Rubens Sousa informa que a proposta é criar um centro de pesquisas voltado aos carnívoros, com vistas a garantir convivência harmônica entre a população das propriedades pantaneiras e o felino que é símbolo da região, a onça-pintada.
O local também vai abrigar um centro de pesquisa e treinamento para conservação ambiental (voltado a estudantes, pesquisadores e ambientalistas). Um terceiro braço do projeto é o manejo propriamente dito da área, ou seja, as ações que serão adotadas para garantir a conservação dos 12 mil hectares de RPPN e dos outros oito mil que compõem a reserva.
Conservação com inclusão
As famílias que já vivem no local serão mantidas pois o desenho da área onde não pode haver presença humana foi elaborado de forma que elas ficassem no entorno da área intocada. Esse enfoque indica uma outra preocupação da MMX, o de fazer a chamada "conservação includente", definição do especialista em meio ambiente do Instituto Homem Pantaneiro, Leonardo Hasenclever, um dos responsáveis pelos estudos de implantação da reserva.
Hasencleven destaca a "megadiversidade" presente na área escolhida. Alguns animais presentes são raridades, como é o caso de um tipo de periquito, o pyrrhura molinae. Há ainda, na população animal que passa a ter proteção diferenciada, lista bastante de espécies já catalogadas cuja preservação é considerada de extrema importância para este bioma, como a própria onça-pintada, o jacaré-paguá e o tatu-canastra.
Compromisso
Com atividades como essa, a MMX coloca em prática a sua política de atuar com responsabilidade social e ambiental em Corumbá, já prevista em um Termo de Compromisso de Conduta assinado com o Poder Público, que assegura, entre outras ações, a não utilização de carvão vegetal oriundo do Pantanal.
O carvão hoje utilizado pela planta de metálicos da MMX Corumbá, que está em fase de operação, vem de fornecedores de outras regiões do Estado, com a garantia, mediante documentos oficiais, de que se trata de madeira de desmatamentos antigos, com utilização para carvoejamento permitida pelos órgãos estaduais de meio ambiente.
No período de 10 anos, previsto pela lei, a MMX alcançará a autosuficiência na produção de madeira para transformação em carvão, com o plantio de 38 mil hectares de floresta de eucaliptus já em fase de cultivo nos municípios de Anastácio e Dois Irmãos do Buriti.
O compromisso da empresa com o desenvolvimento sustentável vai além. A MMX é uma das empresas financiadoras da Avaliação Ambiental Estratégica do pólo mínero-siderúrgico de Corumbá, que está sendo realizada COPPE (Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), um dos principais órgãos de pesquisa na área no País.
Com todas essas ações, a MMX comprova que é uma empresa que faz não só o que a lei determina, mas procura sempre "algo a mais", como salienta o gerente de Meio Ambiente Nelson Almeida. Ele destaca, ainda, a participação da companhia no projeto chamado Plataforma de Diálogo, que reúne empresários, ambientalistas e poder público no debate de alternativas para que a industrialização que se consolida em Corumbá ocorra da melhor forma possível para a comunidade, a economia local e o meio ambiente, em uma das regiões de natureza mais bela e rica em biodiversidade no mundo.