sexta, 30 de novembro de 2007
Campo Grande News
O mexilhão dourado, uma espécie exótica do molusco que acredita-se que chegou ao Brasil e ao Pantanal por navios vindos da Ásia, está se expandindo em rios da região. Foi constatada a presença na baia Uberaba, conectada ao rio Paraguai, e no rio Cuiabá, próximo à foz no rio Paraguai. Já havia sido identificada a presença antes nos rios Apa e Miranda.
"A baía Uberaba apresenta maior densidade com uma população instalada e relevante. A foz do rio Cuiabá, próximo ao Parque Nacional do Pantanal, por sua vez, tem uma densidade mais baixa, com uma população em início de colonização", explica Márcia Divina de Oliveira, pesquisadora do Programa para Controle do Mexilhão Dourado, da Embrapa Pantanal.
A pesquisadora acredita que os dados comprovam que a presença do molusco é permanente no Rio Paraguai. O mexilhão causa danos nas embarcações, uma vez que se fixa nos cascos, e também nas telas de tanques-redes usados na piscicultura, além do prejuízo ambiental. Márcia explica que há ameaça à integridade do ecossistema aquático da região, por ocupar espaço e ainda colonizar as conchas de espécies nativas da região, interferindo na biodiversidade aquática. Ele interfere ainda em comunidades de peixes e algas.
Há quem defenda uso de tintas antiincrustantes nas embarcações como forma de impedir a dispersão do molusco. A pesquisadora da Embrapara defende a adoção de medidas preventivas de quem se vale da navegação. "É preciso que as pessoas envolvidas com as atividades de navegação local, realizadas pelo turismo de pesca, pesca profissional, comércio entre as populações ribeirinhas e transporte de gado se conscientizem da importância de adotar as estratégias de contenção".