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quinta, 01 de novembro de 2007

Otimismo e cautela no turismo brasileiro

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Por Pedro Correa - Holofote Comunicação

Dois pontos de vistas diferentes revelados por dois grandes empresários do turismo nacional. A Academia Brasileira de Eventos promoveu, ontem, 29 de outubro, no WTC Hotel, mais um importante debate sobre o mercado de viagens no Brasil no seu 10º Seminário. Entre os dois convidados, o consenso de que o Brasil tem muito a crescer, porém, os caminhos que serão percorridos, segundo os palestrantes Guilherme Paulus, da CVC Turismo, e Mauro Schwartzmann, do FAVECC (Fórum das Agencias Especializadas em Contas Comerciais), serão muito diferentes. Se para Paulus não faltou otimismo, Schwartzmann demonstrou muita cautela.

O título da palestra de Guilherme Paulus, presidente do Conselho de Administração da CVC Turismo, já dizia o que estava por vir: "Os desafios e conquistas de um gigante em crescimento". Em sua apresentação não poupou euforia a o analisar o momento do mercado, sempre relacionado às crises. "Em meio a elas. Somos obrigados a criar. E é o que fazemos. Hoje, somos o quinto segmento da economia", disse Paulus. Segundo dados do Ministério de Turismo apresentado pelo palestrante, o turismo movimentou, em 2006, 4 bilhões de reais.

Na visão de Paulus, o turismo familiar está em crescimento e o que é preciso é provocar as pessoas a viajar. "Turismo é varejo. Temos que estar atento ao que acontece no mercado. As pessoas deixam de viajar até para comprarem celulares e computadores. O dinheiro está aí. Crescimento de renda, décimo terceiro salário e o parcelamento. Temos que fazer as pessoas gastarem este dinheiro viajando". Segundo o executivo, entre os atrativos estão as promoções, pacotes de viagens e o investimento em mão de obra. "65% das pessoas que deixam de viajar fazem isso pois foram mal atendidas." O investimento tem dado certo, para o próximo verão a CVC já está com 80% dos 380 mil lugares em seus cruzeiros reservados.

Menos otimista, Mauro Schwartzmann, do FAVECC (Fórum das Agencias Especializadas em Contas Comerciais) apontou seu discurso para a falta de lucratividade do negócio dos agentes de viagens. Responsáveis pela ligação entre os consumidores interessados em viajar e as empresas como hotéis e companhias aéreas, os agentes tiveram um aumento de 30% do volume de trabalho, porém um crescimento real de 3%. "Este crescimento é pífio. As agências precisam diminuir os custos e assumir o papel de consultoras desse mercado para sobreviverem, oferecendo atendimentos personalizados. Em contrapartida, investimos em treinamento e tecnologia", disse Schwartzmann.

Para a queda da rentabilidade do negócio, Schwartzmann apontou as constantes promoções, a crise aérea e a queda do dólar. Para sair dessa situação, ele acredita que "as empresas necessitam buscar ferramentas e valores para onerar as companhias por serviços não remunerados", citando a taxa por bilhetes emitidos em caráter promocional, que hoje demanda tempo das agências, mas com insignificante retorno financeiro.

Em debate entre os palestrantes e convidados ficou clara a opinião de que o turismo merece um maior reconhecimento, já que figura entre os maiores pilares da economia. Segundo dados do Ministério do Turismo, até 2010, a indústria pretende gerar 9 bilhões de reais em divisas, 3 milhões de empregos e garantir a viagem de 75 milhões de pessoas.

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