quinta, 25 de outubro de 2007
Campo Grande News
A retirada das toneladas de cascalho que foram despejadas ilegalmente no rio Formoso, em Bonito, foi iniciada ontem de forma manual. A informação é do chefe do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, Adílio Augusto Valadão de Miranda.
O trabalho deveria ter começado na terça-feira, mas o atraso na chegada de uma retro-escavadeira atrapalhou os planos. O equipamento seria cedido por uma empresa. A incerteza quanto à cessão do equipamento tornou mais viável começar logo o serviço manualmente.
"Vai iniciar a retirada de cascalho manual até que inicie com a máquina", disse o chefe do parque. Seis homens deverão participar do trabalho.
O problema ambiental foi causado pela fazenda América (Agropecuária Rio Formoso Ltda), que pertence ao médico veterinário Luiz Lemos de Souza Brito. Funcionários da propriedade foram flagrados jogando cascalho para obstruir um braço do Rio Formoso, provocando seca de trecho do rio e a morte de peixes e plantas aquáticas. O "fechamento" de braço do rio seria para aumentar o fluxo em outra parte do rio, onde há uma turbina instalada.
A obstrução também provocou a secagem da cachoeira que passa pela Fazenda São Geraldo, em que é feito passeio turístico. A Justiça determinou o desbloqueio do braço do rio e impôs punições por descumprimento. O dono da propriedade que cometeu o crime ambiental é irmão do dirigente ruralista Léo Brito.
O crime fez o MPE (Ministério Público Estadual) ingressar com uma ação cautelar, que foi aceita pela Justiça, determinando o desbloqueio. Bonito é um dos principais destinos de turismo ecológico do País e o Formoso seu principal rio.