quarta, 17 de outubro de 2007
O Projeto científico/econômico Jacaré-do-Pantanal e a atividade turística ao seu redor serão destaque na Feira Internacional e 1º Salão de Turismo do Mato Grosso do Sul, a partir desta quinta-feira (18.10) às 19 horas, no Centro de Exposições Albano Franco, em Campo Grande/MS. Desenvolvendo pesquisas desde o final dos anos 80 e hoje cultivando um rebanho de mais de 12 mil animais (répteis), a fazenda Cacimba de Pedra-Reino Selvagem - localizada distante apenas 30 km de Miranda/MS -, vai expor pelo menos meia dúzia de jacarés vivos em diferentes fases de desenvolvimento. Também vai mostrar peles curtidas e curadas do animal e divulgar material explicativo sobre a atividade de cultivo dos répteis, a viabilidade econômica das peles, a gastronomia e a atividade turística na propriedade.
A fazenda hoje conta com receptivo, restaurante, parque aquático, pomar, rendário e atividades de acompanhamento da lida com o jacaré e com o gado de corte, potencializando o turismo rural em torno das atividades econômicas ainda consideradas principais (a pecuária bovina e a produção de jacarés em cultivo). "O turismo hoje já responde por 10% de nosso faturamento, contra 40% da exploração econômica do couro do jacaré e 50% da pecuária bovina de corte; no entanto, pelo ritmo crescente logo o turismo representará 30% de nossa receita", garante o empresário Gerson Bueno Zahdi, proprietário e responsável pelo desenvolvimento da tecnologia de reprodução dos jacarés em cultivo na fazenda Cacimba de Pedra - Reino Selvagem. O seu projeto, por sinal, é reconhecido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia que lhe concedeu o Prêmio FINEP de Inovação Tecnológica.
Na verdade, Zahdi é o único empreendedor rural que desenvolve atualmente o cultivo do jacaré-do-pantanal no Mato Grosso do Sul com devida autorização do Governo Federal. E o fruto de quase 20 anos de trabalho hoje rende projeção nacional e internacional. Recentemente, a Rede Globo gravou cenas para alguns capítulos da novela Alma Gêmea, com a atriz Priscila Fantin. Nestas cenas, a estrela global se inteirou e conviveu com os jacarés de forma muito próxima com a qual os turistas também podem fazer.
E a imagem de local paradisíaco, selvagem e de aventura atravessou as fronteiras brasileiras e ecoa praticamente em toda a Europa. "Posso dizer que hoje 80% do meu fluxo turístico são de europeus, principalmente de países como Holanda, Portugal, França e Bélgica", garante Zahdi.
Localização na Feira
Na Feira Internacional, os jacarés estarão expostos em pequeno ambiente que reproduzirá condições básicas naturais de cultivo, uma vez que são animais que desde o nascimento vivem e crescem em estufas ou células de desenvolvimento (sob proteção climática e de incidência da luz solar) até atingirem idade e tamanho adequado para o abate. Este sistema de produção - que prevê a coleta de ovos na natureza - chama-se "ranching" e é devidamente autorizado pelo Governo Federal.
Para melhor localização, os répteis poderão ser encontrados a partir de quinta-feira (18.10) na região "Pantanal" da feira - o potencial turístico do Mato Grosso do Sul foi dividido em sete regiões -, que envolve os municípios de Porto Murtinho, Aquidauana, Miranda, Corumbá e Anastácio. Eles estão sendo transportados com licenças expedidas pelo IBAMA e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e serão acompanhados durante todo o período da feira por médico veterinário responsável.
Além dos municípios pantaneiros, outras 44 cidades sul-mato-grossenses também estarão participando da Feira Internacional e do 1º Salão de Turismo do Mato Grosso do Sul. Isso sem contar mais quatro estados brasileiros (Santa Catarina, Paraná, Pernambuco e Distrito Federal) e delegações e operadoras de cinco países (Chile, Argentina, Paraguai, Peru e Bolívia). O encerramento da feira está previsto para segunda-feira (22/10).