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quinta, 26 de agosto de 2010

Série Variáveis - Parte 4

Energia & Calor
(Sistemas aquáticos-aquicultura)
Parte 04 – Série: -Variáveis físicas, químicas e biológicas

Helcias Bernardo de Pádua
CFBio 00683/01-D
helcias@portalbonito.com.br
11-9568.0621

O livro é a sobrevivência da árvore
que não morreu em vão.
Cântico XXV- Cânticos às árvores
Altino Ferreira/ Médico e pensador
1ª Ed. 1974-Curitiba/Pr

(*)01/06/05 - Semana do Meio e do Ambiente/SP

O que é energia?

A palavra energia corriqueiramente esta presente em nossa vida. Porém, não é tão fácil definir o que seja energia.
Na física energia é definida como "capacidade de realizar trabalho" entretanto esta definição não é muito completa visto que, por exemplo, o calor, (forma de energia), não pode ser convertido integralmente em trabalho e mesmo assim continua sendo considerada uma forma de energia.
Apesar de termos alguns problemas para encontrar uma definição bem simples para energia, embora se apresente com aspectos vários e de diversas formas, podemos usar um conceito operacional que nos ajudara bastante nesse nosso descritivo.
Tal conceito esta relacionado com a lei de conservação de energia, e diz:

"energia não se cria nem se destroi, ela apenas é transformada"

Esta lei mostra que a energia nunca é criada nem perdida, portanto o que ocorre nos processos envolvendo-a é apenas uma transformação de uma forma de energia em outra. Por exemplo, a vida vegetal e animal em nosso planeta só é possível através dos processos de transformação de energia. Os atributos básicos dos seres vivos como crescimento, movimento, reprodução etc. dependem fundamentalmente deste processo de transformação de energia.
Um exemplo bastante conhecido dessas transformações é a fotossíntese onde a partir da água, gás carbônico e absorção da energia radiante (luz solar) são formados no interior das células vegetais, hidratos de carbono e oxigênio, assim:

fotossíntese  ->  6CO2  + 6H20 + (luz)/(clorofila)  =>  C6H12O6 + 6O2

Calor

O calor (abreviado por Q tendo como unidade do Sistema Internacional (SI) o joule (J),  é a energia térmica transferida entre dois corpos que estão a temperaturas diferentes. Pois então, não se pode afirmar simplisticamente ou dizer que um corpo tem mais ou menos calor que outro.
Todos corpos, (água/ar), tem uma certa quantidade de energia interna que está relacionada ao movimento de seus átomos ou moléculas, (movimento randômico). Esta energia interna é diretamente proporcional a uma outra variável, a temperatura do objeto.
Quando dois corpos ou fluidos em diferentes temperaturas entram em interação (por contato, ou radiação), eles trocam energia interna até a temperatura ser equalizada. A quantidade de energia transferida é a quantidade de calor. Fácil, não!!!
Quanto mais se junta calor a um sistema, mais a sua temperatura aumenta. Ao contrário, uma perda de calor provoca um abaixamento da temperatura do sistema. Na escala microscópica, este calor corresponde à agitação térmica de átomos e moléculas no sistema. Assim, uma elevação de temperatura corresponde a um aumento da velocidade de agitação térmica dos átomos e por sua vez, o “calor trocado”, corresponde a essa transferência de energia. ou mesmo transmissão de calor.

  Ganho natural de calor
O ganho natural de calor de um sistema, por exemplo o aquático, de origem ou montado artificialmente como nascentes, espelhos d’água, lagos, tanques de criação, etc., acontece quando os raios solares incidem direta ou indiretamente na superfície da água. O aproveitamento não é integral (100%), porque 15% ou mais dos raios solares são refletidos para a atmosfera,
Resta para a água um ganho solar de 85%, podendo ainda ocorrer um ganho de calor, embora menor, pelos processos de condução e convecção, quando a temperatura ambiente é superior à temperatura da água, (retirado e baseado em textos do site:mailto:linear@linearpiscinas.com.br). Em águas subterrâneas o ganho de calor natural é fornecido pelo solo.

Perda de calor por condução
A perda de calor por condução se processa através das paredes ou base, (entorno contentor), do solo do sistema aquático, indo o calor para o ar, para as partículas sólidas diversas dissolvidas, (neste caso a troca entre as unidades é mais rápida, com dependência do material que é formado), e para a solo em questão.
As perdas de calor por condução dependem da diferença de temperatura entre a água, o ar e o solo anexo a ela (da ordem de 10 a 15°C, ou pouco mais), da área total, da espessura e do material que compõem as paredes e partículas do sistema. Elas não representam muito mais do que 5% das perdas totais de calor, podendo ter influência um pouco maior apenas durante o enchimento inicial do sistemas, (tanque, represa ou lago).
 A perda de calor é um processo de transmissão de calor em que a energia térmica passa de um local para outro através das partículas do meio que os separa.. Ocorre quando do deslocamento de uma massa de ar ou água, então de maior energia, entre em contato com outra massa de ar ou água de menor energia. Pode-se dizer que esse processo ocorre com  “contato direto” entre as partículas do meio, transmitindo energia. Como exemplo prático, é quando para se aquecer em períodos de frio, os animais da mesma espécie se ajuntam, ficando próximos uns dos outros.
Os organismos aquáticos em épocas mais frias apresentam menor mobilidade, mantendo menor espaço entre os indivíduos da mesma espécie, como que querendo poupar energia, (calor). Os peixes, anfíbios e répteis são animais genericamente denominados de animais de “sangue frio”, “ectotérmicos”, dependentes da temperatura ambiente.

Na perda por condução a passagem da energia de uma região para outra se faz da seguinte maneira:
- na região mais quente, as partículas têm mais energia, vibrando com mais intensidade
- com esta vibração cada partícula transmite energia para a partícula vizinha, que passa a vibrar mais intensamente
- esta transmite energia para a seguinte e assim sucessivamente.

(*) A condução de calor é um processo que exige a presença de um meio material e que, portanto, não ocorre no vácuo

Podemos verificar que a condução térmica é um dos meios de transferência de calor que geralmente ocorre em materiais sólidos (metais, madeiras, cerâmicas, etc.), mas também ocorrendo em fluidos (líquidos e gases), sendo que nestes, o aumento da temperatura provoca uma alteração na densidade do fluido na parte mais quente, mais próxima a fonte de calor, o que provoca uma movimentação macroscópica, como se conhece na massa d’água, em geral.
 
Superfícies de massas d’água, menos profundas, mais próximas ao calor existente na massa do ar, se aquecem mais rapidamente, com aumento na sua densidade, em relação as camadas mais fundas ou internas.

Perda de calor por convecção
Nas manhãs de madrugadas mais frias, seguintes aos dias mais quentes, ou vice-versa, alerta-se para um interessante tipo de perda chamada de perda por convecção bastando-se observar à uma certa distância do sistema aquático. Vê-se então pequenas e diversas névoas junto à superfície da água. Essas névoas são as correntes de convecção. O movimento sempre ocorrerá da parte mais quente para a parte mais fria.
Outra observação super interessante, mas que não se encontra exata confirmação em muitos livros, acreditando eu ser válido citar, é a respeito da função dessa névoa, (de vapor), que fica sobre e em volta da superfície líquida, tão facilmente notada. Tal névoa, atua como uma camada protetora entre a superfície da massa líquida, solo e o ambiente, resfriando o ar quente, raios solares que incidem sobre o sistema, retardando, minimizando, equilibrando e orientando paulatinamente seu aquecimento (adaptado de BRAGA FILHO, 2002).
Vejamos: (*)
- as incidências solares matutinas ao aquecerem a superfície mais próxima da massa líquida e do solo, irradiam-se, somado ao calor retido e posteriormente liberado pelas mais rentes camadas da massa líquida ou sólida
- isso aquece as camadas mais baixas da atmosfera, portanto mais próximas à superfície do líquido
- o ar quente, por ser menos denso, sobe, formando as correntes de convecção
- o vapor d’água  formado anteriormente, agora pouco mais quente, sobe seguindo essa corrente de ar, dispersando-se nas camadas mais altas da atmosfera.
* isso é o que ocorre normalmente, porém:
- quando há duas massas de ar diferentes, o ar quente fica sobre o frio, estacionando
por algum tempo, formando uma espécie de capa, chamada camada de inversão, a qual não permite a saída de vapores para as camadas mais altas da atmosfera.
São esses os vapores(*) que se dispersam na troposfera próxima, criando uma espécie de névoa sobre os tanques, represas, rios e lagoas, etc. Como citado, observa-se tal fenômeno geralmente nas manhãs dos dias frios de inverno, ou  em seguida daquela noite de temperatura mais baixa,  resultante da formação de frentes frias. Quando há um deslocamento horizontal dos ventos, a camada de ar frio é carregada e o ar quente desce acabando com a inversão térmica, por assim dizer.

(*) na verdade, a convecção é um processo de transporte de massa devido ao arrastamento de um soluto por um solvente em movimento.

Para melhor entendermos esse processo imaginemos estarmos em uma sala na qual se liga um aquecedor elétrico em sua parte inferior. O ar em torno do aquecedor se aquece, tornando-se menos denso que o restante. Com isto ele sobe e o ar frio desce, havendo uma troca de posição do ar quente que sobe e o ar frio que desce. A esse movimento de massas de fluido chamamos convecção e as correntes de ar formadas são  correntes  de convecção.
Também podemos ilustrar lembrando o movimento das bolhas, facilmente observadas, quando se aquece um volume d’água contido em um recipiente. Nesse movimento ascendente da água, (massa liquida), em um recipiente após ter sido colocado em contato com uma fonte de energia, vêem-se as bolhas surgirem em movimento circular, de cima para baixo e de baixo para cima, sempre empurrando a fração mais fria.

 Portanto, convecção é um movimento de massas de fluido, trocando de posição entre si. Notemos que não tem significado falar em convecção no vácuo ou em um sólido, isto é, convecção só ocorre nos fluidos.

Falemos no que ocorre em tanques de criação, nos lagos e até em sistemas aquáticos mais lenticos, fenômeno observado, em certas épocas, pelas espantadas e admiradas pessoas que vivem às margens desses sistemas ou mesmo pelos técnicos ambientais convocados apressadamente, nessas ocasiões.

Vamos explicar...
Com a formação dessas correntes de convecção, movimento de moléculas desse fluído no sentido da porção de maior calor para a porção de menor calor, ou melhor, moléculas com maior energia se movimentando em direção às moléculas de menor energia, até que se equalizem.
Ocorrendo tal situação, partículas pacificamente depositadas no fundo do sistema aquático e mesmo formando camadas de substâncias mais densas também ai estacionadas, são dispersas pela massa líquida, alterando assim a qualidade da água, podendo-se chegar à níveis críticos e mesmo mortais aos organismos aquáticos então presentes. Esse autor por diversas vezes, quando biólogo na CETESB/SP, teve a oportunidade de diagnosticar históricas mortandades de organismos aquáticos, em lagos de pequena e média profundidade, (Lago do Parque do Ibirapuera/SP, Lago do Parque da Aclimação/SP, etc.).

  Na natureza, no ambiente aquático, (lembrar que ambiente aquático significa o conjunto formado pela meio aéreo/atmosfera/massa de ar; pelo meio aquático/massa líquida; pelo solo marginal ou de entorno; pelo solo contendor da massa líquida), a água se aquece mais rapidamente durante o dia, (ganho de calor) e se resfria mais rapidamente durante a noite, (perda de calor). No caso, durante o dia, o ar próximo da massa líquida fica bem mais quente que o restante e sobe, abrindo por assim dizer um espaço a ser preenchido, dando lugar a uma corrente de ar que vem da água para a terra. O resultado disso é o vento que, durante o dia, sopra da porção logo acima d’água para a terra, até refrescante, não é.
Na continuidade, durante a noite, o ar próximo da superfície da água, com o tempo se resfria, porém bem menos, recebendo calor dispensado pela água. Com isto ele fica mais quente que o restante e sobe, dando lugar a uma corrente de ar da terra, (sem incidência solar), com menor temperatura, para a água. É o vento que, durante a noite, sopra da terra para a água. Em pequenos sistemas essas variações são bem menos sentidas.

Raciocinemos sob outra forma:
- após um dia quente, onde a massa de ar se aquece  e sobe, e mesmo por radiação dos raios solares, mas antes fazendo com que a massa superficial da água se aqueça
- então têm-se em seguida, por exemplo, uma lufada de ar mais fria, (durante a noite ou  mesmo durante o dia), que ocupa o espaço próximo à superfície d’água, resfriando-a, em contraposição á massa d’água mais profunda que se encontra então com maior temperatura, estabelecendo duas faixas distintas de temperatura, tendendo a se igualarem através de movimentos ascendentes das moléculas com mais energia e descendentes das moléculas com menos energia.
- ai ocorre o movimento de convecção.

Todos esses deslocamentos que surgem entre a parte ou fração do “mais quente para a mais fria,  aumentam a velocidade de transporte de energia térmica, (fenômeno de convecção).

Simples pessoal. São esses processos que fazem com que sistemas aquáticos, aparentemente estáveis, da noite para o dia, de um dia para outro, ou de um período para um outro, seguindo o processo de radiação de um meio liquido para o meio aéreo, ou mesmo uma lufada de ar (vento) mais frio na superfície do sistemas, se torne quase que de imediatamente turvo, até mudando de coloração, com elevação de partículas ou substâncias mais nocivas, (fezes, restos de material orgânico, micronutrientes, bactérias, fungos ou até qualquer outra forma de microrganismo patogênicos), estas até então placidamente depositadas no fundo do sistema aquático. No caso, inicia-se ai o processo de oxidação da matéria orgânica disponível no fluído, liberação da amônia na forma tóxica (amônia orgânica), com aumento do nitrito, consumo de oxigênio e pré-disposição à doenças e mortandade dos peixes, além da alteração do pH e de inúmeras outras variáveis, etc. e tal.

Poderia-se tentar estimar ou pressupor as perdas de calor por convecção, (aquela que ocorre quando o calor se transfere da água para o ar  pela superfície do sistema aquático), considerando todos os fatores de influência.

Os fatores que influem nas perdas por convecção são:

•  área do sistema - 95% das perdas de calor ocorrem na superfície d’água, esta é a      variável mais importante
•  volume do sistema - o conhecimento do volume também passa a ser importante, pois indica ou orienta a perda de temperatura na água num certo período de tempo (geralmente um dia), mas isso não quer dizer que essas perdas sejam decorrentes dele, (volume); a perda de calor nesse caso será proporcionalmente a mesma.

• fatores climáticos - são determinados pela localização do sistema, que se caracteriza pela latitude e pela altitude, obtidas na estação meteorológica mais próxima, como também os dados quanto a temperatura ambiente média, bastantes sofisticados, fornecendo informação detalhada sobre temperatura média das médias, temperatura média das mínimas, temperatura média das máximas etc., devendo-se considerar nos cálculos, a temperatura média do mês, sendo a mais importante a temperatura média do mês mais frio e do mês mais quente dos 5 anos anteriores; a pressão atmosférica também influi na perda ou mesmo ganho de calor, assim, quanto maior a pressão do ar, menor é a perda de calor da água, ou então,  quanto menor a perda de calor, maior será a temperatura da água, (o calor vai do mais quente para o mais frio); também quanto menor a altitude, maior será a pressão atmosférica, portanto menor a perda de calor pela água e maior será a temperatura atingida.

• umidade relativa do ar: quanto mais seco for o ar, maiores serão as perdas por evaporação, por exemplo, uma cidade como Brasília, de clima seco, tem-se perdas de calor por evaporação maiores do que uma cidade como Belém, de clima úmido

• carga de organismos aquáticos: pode-se também usar como sendo o grau de atividade, tendo grande influência sobre as perdas de calor; - quanto mais alta a carga de organismos, maior será a perda de calor; - esta influência é expressa pelos grau de atividade dos mesmos

• densidade da vegetação marginal, etc.: quanto maior a vegetação marginal, (envolvente), menor será a perda de calor na água; águas rodeadas por vegetação apresentam-se com temperatura menor

•  velocidade do vento na superfície do sistema; quanto maior a velocidade do vento, maior será a perda de calor na água

• período, (horas) de sol, de sombreamento e/ou noturno: é importante saber quantos dias de sol um determinado local tem por ano ou, melhor ainda, qual a potência calorífica média anual, mensal e diária por unidade de área que chega em uma superfície horizontal

Lembramos que a mais eficiente e talvez única maneira de um tanque/lago externo ou qualquer outro sistema hídrico exposto, ganhar calor naturalmente é por meio de absorção da radiação solar. Sabe-se que 80 a 95% da energia solar é irradiada entre 8 e 16 horas; para se ganhar essa energia, que poderá sobrepujar, compensar ou atenuar as demais perdas de calor, basta manter ou ter-se um grau de sombreamento não excessivo em volta do sistema hídrico, isso se tal ação não prejudicar a relação ambiental da área, ou seja seu equilíbrio térmico, portanto deve-se ter muito cuidado quanto essa aplicação. Verifica-se árvores de porte médio para baixo, no caso de áreas tropicais.

Perda do calor por evaporação
Ocorre quando moléculas do líquido que estão próximas da superfície sofrem colisões, aumentando sua energia acima do valor mínimo necessário para romper sua energia de ligação superficial. A energia necessária para manter a evaporação vem da energia interna do líquido, que consequentemente sofre uma redução de temperatura (efeito resfriante), por isso é que as águas  de sistemas naturais se apresentam sempre em temperatura mais baixa, ou se parecem.
A perda por evaporação ocorre então quando à passagem da água de estado líquido para vapor requerendo energia, sendo essa energia retirada em forma de calor da água, ocasionando a queda de sua temperatura; os fatores que influem na maior ou menor evaporação são os mesmos listados para convecção

Influência da umidade relativa e da temperatura ambiente na taxa de evaporação
(Seg.: National Swimming Pool Foundation)
Temperatura de 27ºC (kg/h/m²)
TºC ambiente x Umidade relativa do ar
                                  50%        60%
30,0 ºC  a  taxa  é  de 0,1173    0,0821
28,9 ºC..................... 0,1276    0,0948
27,8 ºC......................0,1324    0,1060
26,7 ºC .....................0,1417    0,1173
25,6 ºC......................0,1505    0,1276
24,4 ºC......................0,1588    0,1373

Taxa de evaporação da água  /  %  da umidade relativa do ar:
- obs.: Fator de correção para os dias com vento:p.ex.: para 5 km /h, multiplicar a taxa por 1,0; para 10 km/h, multiplicar por 1,4; para 15 km/h, por 1,9; para 20 km/h,  multiplicar por 2,3. A velocidade do vento é obtida em uma estação meteorológica, a uma altura de aproximadamente 10 m, por convenção técnica, e não em alturas mais baixas, que é normalmente onde se localizam os tanques de criação. Levando-se em conta este fato, aliado a possível proteção que o tanque possa ter, com vegetação marginal, em relação ao vento, usa-se um fator de atenuação da influência da velocidade do vento (obtida pela estação meteorológica) nas perdas de calor; assim para tanques sem proteção nenhuma, subtrair 30% do valor obtido; com proteção moderada, subtrair 20%; com proteção máxima, subtrai-se 10%. (adaptado de: mailto:linear@linearpiscinas.com.br)

Perda de calor por radiação
Ocorre quando a temperatura da água e/ou sua emissividade é maior que a temperatura e/ou da emissividade aparente do ar. Se dá principalmente durante à noite e chega a representar até 20% das perdas de calor em um sistema  aquático. Em física, radiação é o modo de propagação da energia através do espaço, de forma análoga a luz.

Radiação: é o processo de transmissão de calor através de ondas eletromagnéticas (ondas de calor). A energia emitida por um corpo (energia radiante) se propaga até o outro, através do espaço que os separa. Sendo uma transmissão de calor através de ondas eletromagnéticas, a radiação não exige necessariamente a presença do meio material para ocorrer, isto é, a radiação ocorre no vácuo e também em meios materiais.
A quantidade de radiação liberada no ambiente se mede em unidades chamadas curies. Entretanto, as doses de radiação ( livremente denominada de envenenamento por radiação ) que uma pessoa recebe é medida em unidades denominadas rems. Rem-r, sigla de “roentgem equivalente men”, uma unidade que pode ser usada para qualquer tipo de radiação, medindo-lhe a eficiência biológica em relação ao homem. W.C. Roentgen, até então, desconhecido físico alemão, descobriu em 1895 os “raios X”, raios que podem penetrar em matérias impenetráveis pela luz visível. Em anatomia, se utiliza o termo radiação,  para nos referirmos a uma estrutura que diverge desde um centro comum.

O termo radiação vem do latim “radiare” que indica um fenômeno básico em que a energia se propaga através do espaço, ainda que interceptada pela matéria. O termo Irradiação vem do latim “in”  e  “radiare”, que é empregado para indicar o tratamento da matéria pela energia radiante. Os termos radiação e irradiação são todavia, na maioria das vezes confundidos e usados indistintamente como sinônimos, (REZENDE, 1995).

Não são todos os meios materiais que permitem a propagação das ondas de calor através deles; atenção:

-    um corpo bom absorvente de calor é um mau refletor
-    todo bom absorvente é bom emissor de calor
- corpos negros são bons absorventes de calor
- um corpo bom refletor de calor é um mau absorvente
-    todo bom refletor é mau emissor
- corpos claros são bons refletores de calor; peixes claros, no caso os de escamas,        refletem o calor, (energia térmica), e a luz, tolerando maior incidência dos raios solares; - por serem maus emissores permanecem por maior tempo à superfície d’água ou nas primeiras profundidades da massa liquida, por exemplo os lambaris; são bem mais visíveis
- em criações de peixes com tegumento mais escuro, em especial os de couro, como o híbrido pintado, em águas transparentes,  deve-se proteger com aplicação de barreiras marginais ou coberturas flutuantes,  das diretas radiações solares e de maior absorção  de calor em  águas com temperaturas altas. ou seja, usar meios de sombreamento
- em águas com maior incidência  solar os peixes permanecem numa profundidade maior
- lembrar que os peixes,  organismos aquáticos, são animais ectotérmicos

Bibliografia  recomendada

BARRA, s/d - Parâmetros de análise da água. IN: http://barra.uol.com.br/univtool.map

BERTULANI, C.A . -A segunda lei da termodinâmica; UFRJ. Projeto de Ensino de Física a Distância. IN: www.if.ufrj.br/persons/bertuloni.htm. s/d

BRAGA, W. Filho, Aquecimento – Considerações gerais. mailto:linear@linearpiscinas.com.br. Washington Braga Filho, DEM, PUC-Rio, wbraga@mec.puc-rio.br. Produzido em março / 1998
Última Atualização em abril / 1999. Nome do arquivo: http://wwwusers.rdc.puc-rio.br/wbraga/transcal/perg.htm, 2002

CHAPLIN, M. Water Strutucte and behavor. (http://www.sbu.ac.uk/water/index.html

FUNDAMENTALS OF PHYSICAL GEOGRAPHY. Introduction of hidrology. http://www.geog.ouc.bc.ca/physgeog/contents/8a.html - 2002.

HIRATA, R. Recursos Hídricos. In:TEIXEIRA, W.; TOLEDO, M.C.M.; FAIRCHIL, T.R.; TAIOLI, F. Decifrando a Terra. São Paulo, Oficina de Textos, 422-444p., 2001.

MACEDO, J.A.B. ÁGUAS & ÁGUAS. São Paulo, Livraria Varela, 2001.

NOGUEIRA, C. O planeta tem sede. Revista Veja, v.32, n.46, p.154-156, 1999.

PÁDUA, H.B. de.  Temperatura (ºC) & Transparência (cm), em sistemas aquáticos/ Como medir. SP/SP. 2004; 4p. www.setorpesqueiro.com.br/aquicultura-col. Helcias B. de Pádua - helcias@portalbonito.com.br

_____________  Qualidade das águas na aqüicultura. IN: Piscicultura, Qualidade das águas. Curso: Teórico/Prático- Dia de Campo, Itú/SP. ABRAPPESQ, Clube de Pesca Olhos D’água/Itú-SP; apostila, 62p.;2002. www.portabonito.com.br; http://www.abrappesq.com.br; http://www,pescar.com.br/helcias

___________ Aquicultura. Link no site www.setorpesqueiro.com.br. Lista de artigos técnicos. Colunista: Helcias Bernardo de Pádua. helciaspadua@yahoo.com.br

PEREIRA. A R. – ÁGUA. Introdução a Micrometeorologia e Evapotranspiração – Curso de Pós-graduação. Prof. Dr.Antonio Roberto Pereira & Pós-graduando: Cláudio Ricardo da Silva. 2003. IN: http://www.irrigarte.hpg.ig.com.br/agua.htm

REZENDE, A.F. – Nós e as radiações. IN: Projeto de pesquisa "Radiografia do Sistema Radiológico Nacional", (08/11/1995-Centenário da Radiologia). Alferez - Consultoria e Assessoria Radiológica. 1995

UFGS  Termofísica – site: fisicanet.terra.com.br/testes/termofisica/termofisica-ufrgs -2001

WATER ON THE WEB. The Unique Structure of water. http://wow.nrri.umn.edu/wow/student/water/unique.html- 2002.

WIKIPEDIA. Temperatura, Calor, Luz. site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Luz, página Fisica - 20:52, 29 Out 2004

SVOLOLAY. S.V. -Energia Solar y Edificacion; Editorial Blume, 1978. IN: Energia Solar; elaborado por: Carlos Arthur de Oliveira Fernandes &  Vinícius Mendes Guaronghi

Aprendi...
ser paciente e bondoso
ser alegre por mim  e pelo outro
ser exigente e esperar cobranças
ser criança, brincar e saltar
ser adulto, crescer e ajudar
 Perdoar
HBP – 06/05SP

COLUNISTA

Helcias de Pádua

helcias@portalbonito.com.br

Professor Helcias Bernardo de Pádua, Biólogo-C.F.Bio 00683-01/D; Conferencista em "Qualidade das águas"; Especialista em Biotecnologia-C.R.Bio 01; Analista Clínico - Hosp.Clínicas SP; Professor de Biologia e Ciências-L-94.718-DR 5 - MEC, desde 1975; Consultor, professor e colunista; Memorista-AGMIB/Assoc. Grupo de Mem. do Itaim Bibi/SP; Graduando em Jornalismo/FaPCom

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