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quinta, 26 de agosto de 2010

A Cidade de Bonito: além dos passeios

A grande maioria dos visitantes chega em Bonito através de sua avenida principal, a Coronel Pilad Rebuá (ou simplesmente "Pilad", que alguns pronunciam como oxítona e outros como paroxítona, sem chegar a um consenso...). É nela que se concentra praticamente todo o comércio que pode interessar a quem vem fazer turismo: a maioria das agências de viagem, hotéis e pousadas, restaurantes, bares, lojas. É dela que partem os passeios para os diferentes atrativos naturais. Enfim, todo mundo tem que passar por ela. E talvez nem precisasse sair dela até o final da viagem...

Porém, quem quer realmente voltar pra casa dizendo que conhece Bonito precisa andar pelos outros lados da cidade. Bonito não é feita "apenas" de rios cristalinos, cachoeiras fascinantes, grutas e matas. Como toda boa cidade do interior, aqui ainda pode-se encontrar coisas bastante tradicionais, que já se perderam nos grandes centros urbanos. Para quem vem de outras regiões brasileiras, então, as ruas menos movimentadas de Bonito reservam gratas surpresas da vida sul-matogrossense.

Ainda é possível se ver boiadas sendo conduzidas por típicos "peões de comitiva", praticamente da mesma maneira que era feito há duzentos anos. Em quase toda esquina você pode encontrar - e participar! - de uma autêntica "roda de tereré" (a bebida mais típica da região, uma versão "tropical" do chimarrão servida bem gelada) ao som de um "chamamé". Tem também as selarias com artefatos de couro feitos com toda a habilidade que só o sul-mato-grossense possui, as antigas casas de madeira construídas à sombra das árvores, os mercadinhos e vendas com produtos que você nunca imaginou existirem, as deliciosas "chipas" e "sopas paraguaias...."

Como você pode perceber, são inúmeras coisas que vão além da infraestrutura montada em função do turismo, coisas que precisam ser conhecidas e valorizadas para não se perderem. Portanto, quando você vier a Bonito vale a pena sair do asfalto, "comer" um pouco da poeira das ruas menores, conversar com as pessoas da terra, ouvir palavras regionais que nem no dicionário estão, e poder ir embora com a sensação de realmente ter conhecido um pedaço tão peculiar do nosso Brasil. Peça dicas ao seu guia, ao pessoal da agência ou do hotel. Lembre-se de que todos eles moram na cidade, muito provavelmente em uma destas ruazinhas sobre as quais estamos falando...

COLUNISTA

Daniel De Granville

daniel@portalbonito.com.br

Daniel De Granville, Biólogo formado pela USP e pós-graduando em Jornalismo Científico pela Unicamp, reside em Mato Grosso do Sul desde 1994, onde tem se dedicado ao ecoturismo e à fotografia de natureza. Seu site pessoal é www.fotograma.com.br, e o dia-a-dia do seu trabalho pode ser conferido em www.fotogramablog.blogspot.com.

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