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quinta, 26 de agosto de 2010

A integração passa por aqui

Cada dia que passa mais me rendo aos fatos históricos. Sempre gostei da História, pois ela mostra que o tempo cura qualquer ferida e que sempre há chance para recomeços.

Hoje vivemos uma dessas reviravoltas históricas, num momento em que o mundo se divide em blocos econômicos, e os países buscam uma total integração econômica.

Há mais de um século, exatamente na época da Guerra do Paraguai, parte de nosso Estado era paraguaio; passada a guerra, parte do Paraguai virou Brasil. Algum rancor ficou, mas o mais importante, as raízes de nossos vizinhos também ficaram.

Durante todo o século XX o Paraguai foi um pais que pagou caro por uma guerra insana, seus vizinhos sempre lhe deram um papel menor no continente, e um acentuado preconceito e distância foram criados. Assim como foram criadas rusgas com nossos vizinhos argentinos, rusgas acentuadas pelos governos militares de ambos os paises, fato que quase nos levou a guerra.

Passado os anos, e diante de uma nova realidade mundial, finalmente estas diferencias tem sido diminuídas, e tanto os governos quanto seus povos, com a integração econômica e cultural, tendo o turismo papel importante, caminham lado a lado pelo mesmo objetivo, o de crescerem juntos.

Todos buscam e querem integração regional com os vizinhos, muitos analistas políticos afirmam que a integração econômica só se da com uma integração cultural harmônica entre os povos.

Nós, sul-mato-grossenses, saímos na frente, pois somos o Estado brasileiro que provavelmente mais sofre influência dos países vizinhos, temos arraigadas em nossa cultura costumes, culinária, musica, artes e até nosso sotaque e vocabulário sofre essa influência.

Se há algum tempo gostar de música paraguaia era algo local, hoje, governos de ambos paises, assim como argentino e uruguaio, buscam a integração por meio de festivais culturais, como o de Corumbá.

Essa iniciativa é muito positiva para a nossa identidade cultural. Eu, como sulmatogrossense, sempre senti orgulho de nossas raízes paraguaias, árabes, japonesas, gaúchas e argentinas, nossa origem é diversa, não podemos negar isso. O caminho que tomamos demonstra ser o mais correto, fizemos uma certa mistura cultural e demos o nosso toque regional. Festivais como estes servem para que reafirmemos o nosso passado.

A integração do Mercosul, independente dos fins econômicos, que são os maiores, é uma volta a história no sentido em que nos prova que o tempo trata de fechar feridas e ressentimentos.

Independente do rumo em que o Mercosul tomará, se os Estados Unidos conseguirá colocar água neste bloco, a integração entre os países vizinhos da América Latina é muito importante, pois somos parecidos em muitos sentidos, sofremos o mesmo tipo de colonização, temos misturas raciais em comum, e uma cultura maravilhosamente rica.

A integração pode ser, por incrível que pareça, a melhor forma de ser afirmarmos nossa tão buscada identidade sul-mato-grossense.

COLUNISTA

Arlindo Namour Filho

namourfilho@portalbonito.com.br

Arlindo Namour Filho, 28 anos, residente em Campo Grande - MS. Formação superior em Direito e Turismo, fotógrafo profissional e repórter e articulista de turismo desde 1999, escreveu nos jornais O Palanque e A Crítica, e escreve atualmente na revista O Palanque VIP e no portal Campo Grande News.

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