O planejamento, assim como boa parte das ferramentas de administração nasceu nos campos de batalha durante as guerras quando era necessária uma organização e coordenação muito bem estruturada. De um trabalho bem direcionado dependia o sucesso do exército e, principalmente, a vida dos guerreiros.

As preocupações eram muitas, considerando que a comunicação demorava dias, semanas e até meses para chegar a um determinado destino e, que, por exemplo, os conhecimentos médicos eram muito limitados, não dando muitas esperanças aos feridos em batalha. Havia ainda preocupações com relação ao abastecimento de suprimentos de armas e alimentos; treinamento de equipe, e a necessidade vital de antecipar-se ao inimigo prevendo suas ações. O planejamento então se definiu como a arte de diagnosticar uma dada situação (entendendo um contexto), identificando as variáveis que possam interferir direta e indiretamente, entendendo seus pontos fortes e fracos, para só então definir uma estratégia de ação que aumente as chances de sucesso e diminua as de insucesso.

Esse conceito foi apropriado pela administração e pelas empresas modernas que o aprimoraram e hoje, através dos benefícios tecnológicos e do conhecimento acumulado, é possível traçar um plano de negócios voltado para o crescimento e sucesso empresarial – em qualquer área produtiva, comercial ou de serviços.

As variáveis que podem influenciar uma empresa hoje são muitas e vão desde sua localização, produtos oferecidos, valores cobrados até sua propaganda e foco de atendimento, sem contar os impactos sofridos pela concorrência e políticas públicas, por exemplo. E, neste sentido, os empreendedores de Bonito e região também precisam preocupar-se com a sazonalidade turística que, infelizmente, afeta todos os setores – mesmo aqueles que não acreditam estar ligados ao turismo.

Estes altos e baixos das vendas e da inadimplência exigem uma antecipação do empreendedor, uma vez que todos já sabem quais são os meses mais difíceis do ano e, mais do que isso, já conhecem seus efeitos negativos para o próprio empreendimento. Daí a importância de um planejamento muito bem estruturado que considere aspectos financeiros, humanos, de publicidade e serviços. Um planejamento que permita ao empreendedor antecipar-se ao problema já criando soluções e medidas que visem diminuir os impactos negativos dos períodos de baixa temporada.

A empresa não deve simplesmente cortar custos nos períodos de dificuldade – ela deve ter um gerenciamento financeiro constante que vise otimizar seus recursos, sem desperdícios e compras desnecessárias. Da mesma forma os clientes devem ser privilegiados durante todo o ano e não apenas “mimados” nos momentos de dificuldades – é preciso uma gestão de relacionamento de clientes, com políticas adequadas de atendimento e serviços.

O princípio da empresa é o mesmo dos guerreiros em campo de batalha, ou seja, sobreviver no mercado e ter sucesso! E não há como eximir-se das responsabilidades e do trabalho que isso implica. Há que se manter a motivação e o espírito de luta constantemente elevado e a melhor maneira de se conseguir isso é através de uma gestão adequada que permita ao empreendedor manter suas contas pagas em dia, sua empresa sempre limpa e apresentável, sua equipe motivada e segura.

O planejamento bem feito também permite que o empresário perceba antecipadamente as expectativas de vida de seu negócio e possa rever seus objetivos, metas e até sua própria existência.

Controles simples como fluxos de caixa, acompanhamento e avaliação de despesas e receitas, lucro líquido e bruto, entre outros, são um começo fundamental para um planejamento empresarial de sucesso.

Você sabe dizer qual o lucro bruto e líquido da sua empresa? Sua lucratividade e rentabilidade (são coisas diferentes)?

Lembre-se que não são apenas os efeitos da baixa temporada que podem fazer mal ao seu empreendimento. Você também está em um campo de batalha e é preciso planejar para sobreviver e ter sucesso!